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Economistas chineses são aconselhados a evitar análises negativas de desempenho econômico, diz mídia

© Sputnik / Aleksandr DemyanchukNotas de yuan chinês
Notas de yuan chinês - Sputnik Brasil, 1920, 06.08.2023
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Pequim tem tentado restaurar a confiança na recuperação econômica pós-COVID-19 e, segundo a mídia ocidental, quer que os analistas evitem mencionar o risco de deflação.
De acordo com o Financial Times (FT), as autoridades chinesas estão pressionando economistas locais proeminentes para evitar discutir tendências negativas, como a deflação, à medida que aumentam as preocupações sobre a capacidade de Pequim de impulsionar uma recuperação plena de seu desempenho econômico.
Vários analistas e pesquisadores de corretoras locais em universidades importantes, bem como institutos de pesquisa estatais, disseram que foram instruídos pelos órgãos reguladores, seus empregadores e até mesmo meios de comunicação domésticos a evitar falar negativamente sobre tópicos que vão desde o medo de fuga de capitais até a desvalorização nos preços.
Segundo o FT, sete economistas conceituados afirmaram que foram orientados a deixar alguns tópicos fora dos limites da discussão pública.
Dois estudiosos de think tanks e dois economistas de corretagem ouvidos pelo veículo de comunicação, todos conselheiros do governo, disseram que há pressão para apresentar notícias econômicas de forma positiva a fim de aumentar a confiança pública nas medidas de recuperação econômica. "O regulador não quer ouvir comentários negativos sobre a economia em público", disse um assessor do banco central. "Eles querem que interpretamos as más notícias sob uma luz positiva."
Os analistas ouvidos alegaram existir uma crescente autocensura entre os profissionais de pesquisa econômica em quem os investidores costumam confiar, destacando que Pequim tem feito esforços para controlar o fluxo de informação.
Esta fotografia tirada em 9 de fevereiro de 2023 mostra uma nota de yuan chinês e notas de dólar americano em Moscou - Sputnik Brasil, 1920, 01.08.2023
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A repressão dos comentários econômicos segue uma série de dados decepcionantes como o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) de apenas 0,8% no segundo trimestre em relação aos três meses anteriores. Mas como Pequim busca restaurar a sua credibilidade no mercado com medidas de estímulo limitadas, certos assuntos são tabu, como a deflação.
O índice de preços ao produtor da China caiu por oito meses consecutivos desde outubro, enquanto a inflação anual ao consumidor atingiu a mínima de dois anos de crescimento zero em junho.
Para altos funcionários do departamento oficial de estatísticas do país e do Banco Central a possibilidade de deflação foi descartada. "A deflação não existe e não existirá na China", disse o porta-voz do Departamento Nacional de Estatísticas, Fu Linghui, no mês passado.
Ainda segundo a FT, a pressão do governo chinês levou muitos economistas a se absterem de comentar temas delicados ou a recorrerem a eufemismos como "inflação contida" em seus depoimentos.
Um proeminente economista em uma conferência a portas fechadas em Pequim, em resposta a uma pergunta sobre riscos deflacionários, declarou que o mercado sabe que não existe deflação na China. "Poderíamos, no entanto, falar sobre [riscos de] inflação baixa", acrescentou, pedindo ao público que fosse prudente ao escolher qual parte de seus comentários relatar.
Pouco depois de Pequim divulgar os números do crescimento econômico do segundo trimestre, o ex-economista-chefe do State Information Center, Fan Jianping, disse em uma conferência a portas fechadas que não confiava nas estatísticas oficiais e alertou que a China estava caminhando para a deflação.
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