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Japão começa 'arriscado' despejo de água radioativa de Fukushima e gera protesto de vários países

© AP Photo / Hiro KomaeReator nuclear Nº 5, no centro-esquerda, e reator 6 por trás de tanques com água tratada, mas ainda radioativa, na usina nuclear de Fukushima Daiichi, na cidade de Okuma, prefeitura de Fukushima, nordeste do Japão
Reator nuclear Nº 5, no centro-esquerda, e reator 6 por trás de tanques com água tratada, mas ainda radioativa, na usina nuclear de Fukushima Daiichi, na cidade de Okuma, prefeitura de Fukushima, nordeste do Japão - Sputnik Brasil, 1920, 24.08.2023
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Nesta quinta-feira (24), o Japão começou a liberar no oceano as águas residuais da usina nuclear de Fukushima-1, segundo a empresa TEPCO, que opera a infraestrutura.
O país asiático planeja despejar mais de 30 mil toneladas de água radioativa da usina nuclear de Fukushima no oceano Pacífico até março de 2024, segundo a Reuters.

"A quantidade de água de Fukushima que será despejada no mar no ano fiscal de 2023 até março do próximo ano será de 31.200 toneladas", detalhou a TEPCO.

Em entrevista à Sputnik, o renomado especialista nuclear Hideyuki Ban do Centro de Informações Nucleares aos Cidadãos de Tóquio, afirmou que o despejo da água radioativa não é seguro e que ninguém avaliou os riscos a longo prazo.

"Acredito que o despejo de água da usina nuclear de Fukushima-1 não seja seguro. O problema é que ninguém avaliou isso de forma adequada. A avaliação da AIEA não afeta o impacto do despejo a longo prazo. [...] Ninguém fez uma avaliação do impacto no meio ambiente em 30 anos. Sendo assim, a avaliação da AIEA é totalmente insuficiente. Portanto, não podemos dizer que o despejo seja cientificamente seguro", afirmou.

Em 2011, vários reatores da usina de Fukushima explodiram quando o sistema de resfriamento foi interrompido por um terremoto e um tsunami.
Toneladas de água usada para resfriar os reatores estão armazenadas em aproximadamente 1.000 tanques na usina.
Desde que os planos do governo para escoar a água tratada se tornaram conhecidos, as organizações não governamentais têm apelado a considerar opções alternativas, por exemplo, a construção de áreas de armazenamento adicionais.
Apesar de Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) afirmar que o despejo é seguro, a organização não governamental japonesa Centro de Informações Nucleares aos Cidadãos sublinha a ineficácia do método de tratamento ALPS e a duração do processo de descarga, que, segundo a empresa operadora de Fukushima-1, TEPCO, pode levar mais de 30 anos.
China, Coreia do Sul e Rússia têm expressado suas preocupações com o despejo da água. Em geral, Tóquio é criticada por tomar tal decisão sozinha, sem consultas apropriadas. No início de agosto, a chancelaria da China informou que os países enviaram seus questionários técnicos para Tóquio.
A usina nuclear de Fukushima Daiichi fica nas cidades costeiras de Okuma e Futaba, vista do porto de pesca de Ukedo na cidade de Namie, nordeste do Japão, quarta-feira, 2 de março de 2022 - Sputnik Brasil, 1920, 23.08.2023
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Sem consenso no país, Japão planeja despejar água da usina nuclear de Fukushima no oceano
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