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Como a nova configuração do BRICS criará rotas de comércio inexploradas pelos países-membros?
Como a nova configuração do BRICS criará rotas de comércio inexploradas pelos países-membros?
Sputnik Brasil
Com a expansão, o BRICS chega a regiões onde até então não tinha posição geográfica com maior peso, como o Oriente Médio e o Norte da África, abarcando agora... 26.08.2023, Sputnik Brasil
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Durante a Cúpula do BRICS 2023, o presidente russo, Vladimir Putin, convocou a criação de uma comissão permanente de transportes do BRICS para lidar com o desenvolvimento de corredores logísticos e de transporte a nível inter-regional e global.A comissão mencionada por Putin ajudaria a garantir o acesso dos 11 países do BRICS a novas rotas logísticas, de acordo com o professor Alexis Habiyaremye, investigador sênior na Universidade de Joanesburgo, entrevistado pela Sputnik.Ainda segundo Habiyaremye, os países que interessados em tais corredores de transporte são principalmente Rússia, Irã e China. Explicou que, além de garantir o acesso ao mar aberto, os países procuram soluções alternativas para os "estrangulamentos", como o estreito de Cingapura, o estreito de Malaca, o canal de Suez, o Bósforo e o estreito de Ormuz."A principal tarefa seria estabelecer resiliência e soluções alternativas para a vulnerabilidade de tais estrangulamentos. Assim, países como a Rússia e a China [...] terão como uma das considerações mais importantes desenvolverem corredores de transporte ferroviário de alta velocidade na área onde a antiga Rota da Seda costumava ser", ressaltou.O especialista também considera que se caso houver "um conflito e o estreito de Malaca, por exemplo, ser bloqueado, ou o canal de Suez fosse realmente um estrangulamento, então alternativa para ligação entre a China e a Rússia através da Ásia Central é muito importante".O outro projeto importante é o Corredor Norte-Sul que liga o oeste e o norte da Rússia ao golfo Pérsico, segundo Habiyaremye. Quando se trata da Rota Marítima do Norte (NSR), é fundamental para Moscou, pois a ajudará a evitar um potencial bloqueio marítimo por parte dos Estados ocidentais no meio de sanções em curso, acredita ele.Da mesma forma, o canal de Suez e o mar Vermelho estariam localizados dentro da jurisdição dos parceiros BRICS após a inclusão da Arábia Saudita e do Egito, observou.Aparentemente, a expansão do bloco também ajudará a resolver controvérsias emergentes sobre o canal de Suez e o estreito de Ormuz, dando ao grupo influência diplomática e "peso" em relação a outros organismos já existentes, como o G7.O professor também lembra que "a ascensão da Índia como potência econômica, para não mencionar a China, com a Indonésia possivelmente vindo na segunda rodada de expansão" o peso do organismo e dos países amigos do BRICS "vai aumentar ainda mais, e assim reduzir a capacidade do G7 de usar o poder econômico para pressionar os países em desenvolvimento".Na quinta-feira (24), o bloco anunciou sua primeira rodada de ampliação e agora contará com Argentina, Irã, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Egito e Etiópia.Atualmente o BRICS representa mais de 30% do Produto Interno Bruto (PIB) global e 42% da população mundial.A Cúpula do BRICS aconteceu realizada de 22 a 24 de agosto em Joanesburgo, com a presença dos líderes de China, Índia, Brasil e África do Sul. A Rússia foi representada pelo ministro das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, e o presidente russo, Vladimir Putin, participou da cúpula por videoconferência.
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Como a nova configuração do BRICS criará rotas de comércio inexploradas pelos países-membros?
10:48 26.08.2023 (atualizado: 13:58 26.08.2023) Com a expansão, o BRICS chega a regiões onde até então não tinha posição geográfica com maior peso, como o Oriente Médio e o Norte da África, abarcando agora novas regiões que ajudarão no desenvolvimento do comércio e da logística entre os membros do bloco, promovendo assim suas economias e trocas culturais.
Durante
a Cúpula do BRICS 2023, o presidente russo,
Vladimir Putin, convocou a criação de uma
comissão permanente de transportes do BRICS para lidar com o desenvolvimento de corredores logísticos e de transporte a nível inter-regional e global.
"Uma prioridade importante para a interação do BRICS é a criação de novas rotas de transporte sustentáveis e seguras [...]. Acreditamos que chegou a hora de estabelecer, no âmbito do BRICS, uma comissão permanente sobre transporte, que trataria não apenas do projeto Norte-Sul, mas também, num sentido mais amplo, com o desenvolvimento de corredores logísticos e de transporte", disse o presidente russo.
A comissão mencionada por Putin ajudaria a garantir o acesso dos 11 países do BRICS a novas rotas logísticas, de acordo com o professor Alexis Habiyaremye, investigador sênior na Universidade de Joanesburgo, entrevistado pela Sputnik.
"De forma geral, a composição da comissão seria idealmente baseada nas tarefas atribuídas a tal comissão. Portanto, quando olhamos para o BRICS como um bloco de países e olhamos para os tipos de corredores de transporte que são necessários, eles não estão distribuídos uniformemente entre os atuais membros e mesmo entre os potenciais membros. Então, basicamente, a composição dessa comissão deve refletir a atribuição do desenvolvimento destes novos corredores logísticos", afirmou o professor.
Ainda segundo Habiyaremye, os países que interessados em tais corredores de transporte são principalmente Rússia, Irã e China. Explicou que, além de garantir o acesso ao mar aberto, os países procuram soluções alternativas para os "estrangulamentos", como o estreito de Cingapura, o estreito de Malaca, o canal de Suez, o Bósforo e o estreito de Ormuz.
"A principal tarefa seria estabelecer resiliência e soluções alternativas para a vulnerabilidade de tais estrangulamentos. Assim, países como a Rússia e a China [...]
terão como uma das considerações mais importantes desenvolverem corredores de transporte ferroviário de alta velocidade na área onde a antiga Rota da Seda costumava ser", ressaltou.
O especialista também considera que se caso houver "um conflito e o estreito de Malaca, por exemplo, ser bloqueado, ou o canal de Suez fosse realmente um estrangulamento, então alternativa para ligação entre a
China e a Rússia através da Ásia Central é muito importante".
O outro projeto importante é o Corredor Norte-Sul que liga o oeste e o norte da Rússia ao golfo Pérsico, segundo Habiyaremye. Quando se trata da Rota Marítima do Norte (NSR), é fundamental para Moscou, pois a ajudará a evitar um potencial bloqueio marítimo por parte dos Estados ocidentais no meio de sanções em curso, acredita ele.
Da mesma forma, o canal de Suez e o mar Vermelho estariam localizados dentro da jurisdição dos parceiros BRICS após a inclusão da Arábia Saudita e do Egito, observou.
Aparentemente, a expansão do bloco também ajudará a resolver controvérsias emergentes sobre o canal de Suez e o estreito de Ormuz, dando ao grupo influência diplomática e "peso" em relação a
outros organismos já existentes, como o G7.
"Mesmo antes da expansão para novos membros, os cinco países do BRICS já tinham um peso econômico que crescia acima dos países do G7 em termos de paridade de poder de compra. Agora, com a inclusão dos novos membros, o peso econômico do BRICS+, se podemos chamar assim, vai crescer ainda mais. E com as condições econômicas prevalecentes nos países do G7, este vai diminuir em relação aos países do BRICS."
O professor também lembra que "a
ascensão da Índia como potência econômica, para não mencionar a China, com a Indonésia possivelmente vindo na segunda rodada de expansão" o peso do organismo e dos países amigos do BRICS "vai aumentar ainda mais, e assim
reduzir a capacidade do G7 de usar o poder econômico para pressionar os países em desenvolvimento".
Na quinta-feira (24), o bloco anunciou sua primeira rodada de ampliação e agora contará com Argentina, Irã, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Egito e Etiópia.
Atualmente o BRICS representa
mais de 30% do Produto Interno Bruto (PIB) global e 42% da população mundial.
A Cúpula do BRICS aconteceu
realizada de 22 a 24 de agosto em Joanesburgo, com a presença dos líderes de
China, Índia, Brasil e África do Sul. A Rússia foi representada pelo ministro das Relações Exteriores,
Sergei Lavrov, e o presidente russo,
Vladimir Putin, participou da cúpula por videoconferência.