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Mesmo com sanções, UE importa volume recorde de gás natural liquefeito da Rússia, diz mídia
Mesmo com sanções, UE importa volume recorde de gás natural liquefeito da Rússia, diz mídia
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Bélgica e Espanha são a segunda e terceira maiores importadoras mundiais de gás natural liquefeito (GNL) russo neste ano. 30.08.2023, Sputnik Brasil
2023-08-30T07:37-0300
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De acordo com o Financial Times (FT), a União Europeia (UE) deve importar volume recorde de gás natural liquefeito da Rússia neste ano, apesar da intenção do bloco de se libertar dos combustíveis fósseis russos até 2027. Segundo a análise de dados da indústria de energia da organização não governamental (ONG) Global Witness, nos primeiros sete meses deste ano, a Bélgica e a Espanha foram a segunda e a terceira maiores compradoras de GNL russo, perdendo apenas para a China, um aumento muito superior à média global de 6% de janeiro a julho deste ano. As importações de GNL pela UE aumentaram 40% de janeiro a junho em comparação com o mesmo período de 2021 especialmente porque antes do início da operação militar especial da Rússia na Ucrânia o bloco europeu contava com abastecimento canalizado russo. Segundo a mídia, a maior parte dos volumes russos vem da joint venture Yamal LNG, que é de propriedade majoritária da empresa russa Novatek. Outras participações são detidas pela TotalEnergies da França, pela CNPC da China e por um fundo estatal chinês. O empreendimento está isento de taxas de exportação, mas está sujeito ao imposto de renda. A ministra espanhola da Energia, Teresa Ribera, cujo governo lidera a presidência rotativa de seis meses da UE, chegou a afirmar em março que o GNL deveria ser alvo de sanções, acrescentando que a situação era "absurda". As autoridades da UE apontaram para um esforço global para eliminar gradualmente os combustíveis fósseis russos até 2027, mas alertaram que uma proibição total das importações de GNL corre o risco de provocar uma crise energética semelhante à de 2022, quando os preços do gás atingiram máximo recorde de mais de € 300 (R$ 1.585,13) por megawatt/hora no bloco. Uma fonte ouvida pelo FT afirmou que, apesar de os contentores de armazenamento de gás europeus estarem mais de 90% cheios antes do inverno (Hemisfério Norte), ainda havia "muito nervosismo" caso houvesse novos cortes no fornecimento. O GNL russo foi responsável por 21,6 milhões (16%) do total de 133,5 milhões de metros cúbicos de importações de GNL da UE entre janeiro e julho, segundo dados da Kpler, tornando-o o segundo maior fornecedor do bloco atrás dos EUA que galgaram a posição após o início das sanções ocidentais contra Moscou. A UE deve reduzir a procura em mais 10%, disse o diretor de energia, clima e recursos do Eurasia Group, Henning Gloystein. "Se não reduzirmos estruturalmente o consumo de gás em 10% a 15%, corremos o risco de repetir esta corrida [pelo abastecimento] todos os anos."
https://noticiabrasil.net.br/20230619/na-busca-por-resolver-crise-de-energia-ue-sacrifica-politica-climatica-do-bloco-diz-midia-29283792.html
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Mesmo com sanções, UE importa volume recorde de gás natural liquefeito da Rússia, diz mídia
Bélgica e Espanha são a segunda e terceira maiores importadoras mundiais de gás natural liquefeito (GNL) russo neste ano.
De
acordo com o Financial Times (FT), a União Europeia (UE)
deve importar volume recorde de gás natural liquefeito da Rússia neste ano, apesar da
intenção do bloco de se libertar dos combustíveis fósseis russos até 2027.
Segundo a
análise de dados da indústria de energia da organização não governamental (ONG) Global Witness, nos primeiros sete meses deste ano, a
Bélgica e a Espanha foram a segunda e a terceira maiores compradoras de GNL russo,
perdendo apenas para a China, um aumento muito superior à média global de 6% de janeiro a julho deste ano.
As
importações de GNL pela UE aumentaram 40% de janeiro a junho em comparação com o mesmo período de 2021 especialmente porque antes do início da
operação militar especial da Rússia na Ucrânia o bloco europeu contava com abastecimento canalizado russo.
"É chocante que os países da UE tenham trabalhado tão arduamente para se livrarem do gás fóssil russo canalizado apenas para substituí-lo pelo equivalente enviado", disse o ativista sênior de combustíveis fósseis na Global Witness, Jonathan Noronha-Gant ao FT.
Segundo a mídia, a
maior parte dos volumes russos vem da joint venture Yamal LNG, que é de propriedade majoritária da
empresa russa Novatek. Outras participações são detidas pela TotalEnergies da França, pela CNPC da China e por um fundo estatal chinês. O empreendimento está isento de taxas de exportação, mas está sujeito ao imposto de renda.
O analista sênior de GNL da consultora ICIS, Alex Froley, disse ao FT que "os compradores de longo prazo na Europa dizem que continuarão a aceitar volumes contratados, a menos que sejam proibidos pelos políticos", o que segundo ele causaria mudanças significativas no transporte marítimo e nos padrões de comércio global.
A ministra espanhola da Energia, Teresa Ribera, cujo governo lidera a presidência rotativa de seis meses da UE, chegou a afirmar em março que o GNL deveria ser alvo de sanções, acrescentando que a situação era "absurda".
As autoridades da UE apontaram para um esforço global para eliminar gradualmente os combustíveis fósseis russos até 2027, mas alertaram que uma
proibição total das importações de GNL corre o risco de provocar uma crise energética semelhante à de 2022, quando os preços do gás atingiram
máximo recorde de mais de € 300 (R$ 1.585,13) por megawatt/hora no bloco.
Uma fonte ouvida pelo FT afirmou que, apesar de os contentores de armazenamento de gás europeus estarem mais de 90% cheios antes do inverno (Hemisfério Norte), ainda havia "muito nervosismo" caso houvesse novos cortes no fornecimento.
O GNL russo foi responsável
por 21,6 milhões (16%) do total de 133,5 milhões de metros cúbicos de importações de GNL da UE entre janeiro e julho, segundo
dados da Kpler, tornando-o o segundo maior fornecedor do bloco
atrás dos EUA que galgaram a posição após o início das sanções ocidentais contra Moscou.
A UE deve reduzir a procura em mais 10%, disse o diretor de energia, clima e recursos do Eurasia Group, Henning Gloystein. "Se não reduzirmos estruturalmente o consumo de gás em 10% a 15%, corremos o risco de repetir esta corrida [pelo abastecimento] todos os anos."