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Especialistas questionam impacto de verbas do PAC na modernização das Forças Armadas brasileiras
Especialistas questionam impacto de verbas do PAC na modernização das Forças Armadas brasileiras
Sputnik Brasil
Especialistas ouvidos pela Sputnik criticam falta de discussão mais ampla sobre a política de defesa do Brasil e defendem mais investimentos no desenvolvimento... 12.09.2023, Sputnik Brasil
2023-09-12T16:58-0300
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O Ministério da Defesa receberá R$ 52,8 bilhões do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) nos próximos anos para o investimento em equipamentos e novas tecnologias. A previsão é que, desse total, R$ 27,8 bilhões sejam alocados até 2026.Além da compra de veículos blindados, navios-patrulha e caças, o valor será destinado para o desenvolvimento do Programa Estratégico Astros, que promove pesquisa, desenvolvimento e implantação de uma unidade de mísseis táticos de cruzeiro de longo alcance.O anúncio da liberação da verba foi criticado por Jonathan de Assis, pesquisador com pós-doutorado pelo Instituto de Políticas Públicas e Relações Internacionais (IPPRI) da Universidade Estadual Paulista (Unesp). Segundo ele, falta, acima de tudo, uma discussão mais ampla sobre a política nacional de defesa.Dentro da verba destinada à Defesa, R$ 12,4 bilhões serão direcionados para ações de pesquisa, desenvolvimento e aquisição de equipamentos do Exército.A Força Aérea receberá R$ 17 bilhões, que serão usados para a aquisição e produção de 34 aeronaves de caça multiemprego e 9 aeronaves tipo cargueiro. O objetivo é a realização de missões de transporte aéreo logístico em território nacional ou global, reabastecimento, evacuação aeromédica e combate a incêndio em voo.Já a Marinha terá R$ 20,6 bilhões para investir em seis projetos, incluindo a continuação das obras do Complexo Naval de Itaguaí (RJ) e a construção do primeiro submarino nuclear do país, previsto para estar concluído em 2029.Para a professora de defesa e gestão estratégica internacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Adriana Marques, é necessário maior investimento na área de ciência e tecnologia.Dos R$ 52,8 bilhões previstos no PAC, R$ 2,4 bilhões serão destinados a projetos do Estado-Maior, como a compra de helicópteros leves e de médio porte, que servirão para missões de treinamento e operações em ambientes marítimos na Marinha.
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Especialistas questionam impacto de verbas do PAC na modernização das Forças Armadas brasileiras
16:58 12.09.2023 (atualizado: 18:18 12.09.2023) Redação
Equipe da Sputnik Brasil
Especiais
Especialistas ouvidos pela Sputnik criticam falta de discussão mais ampla sobre a política de defesa do Brasil e defendem mais investimentos no desenvolvimento de ciência e tecnologias voltadas para a área militar.
O Ministério da Defesa receberá R$ 52,8 bilhões do
Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) nos próximos anos para o investimento em equipamentos e novas tecnologias. A previsão é que, desse total,
R$ 27,8 bilhões sejam alocados até 2026.
Além da compra de veículos blindados, navios-patrulha e caças, o valor será destinado para o desenvolvimento do Programa Estratégico Astros, que promove pesquisa, desenvolvimento e implantação de uma unidade de mísseis táticos de cruzeiro de longo alcance.
O anúncio da liberação da verba foi criticado por
Jonathan de Assis, pesquisador com pós-doutorado pelo Instituto de Políticas Públicas e Relações Internacionais (IPPRI) da Universidade Estadual Paulista (Unesp). Segundo ele, falta, acima de tudo, uma discussão mais ampla sobre a
política nacional de defesa.
"A ideia de que os investimentos destinados aos projetos estratégicos das Forças Armadas podem fomentar o desenvolvimento industrial e o crescimento econômico do país é o que ajuda a explicar a inclusão da Defesa no programa. No entanto, é preciso apontar a escassez de estudos que fundamentem essa correspondência. É fundamental lembrar que durante o período da transição do governo, não foi estabelecido um grupo de trabalho para a Defesa. A falta de uma discussão ampla, aberta e bem-informada sobre a política de defesa do país cede espaço para que seu instrumento armado oriente essa política em favor de interesses corporativos", avalia.
Dentro da verba destinada à Defesa, R$ 12,4 bilhões serão direcionados para ações de pesquisa, desenvolvimento e aquisição de equipamentos do Exército.
A Força Aérea receberá R$ 17 bilhões, que serão usados para a aquisição e produção de 34 aeronaves de caça multiemprego e 9 aeronaves tipo cargueiro. O objetivo é a realização de missões de transporte aéreo logístico em território nacional ou global, reabastecimento, evacuação aeromédica e combate a incêndio em voo.
Já a
Marinha terá R$ 20,6 bilhões para investir em seis projetos, incluindo a continuação das obras do Complexo Naval de Itaguaí (RJ) e a construção do
primeiro submarino nuclear do país, previsto para estar concluído em 2029.
Para a professora de defesa e gestão estratégica internacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Adriana Marques, é necessário maior investimento na área de ciência e tecnologia.
"Quando a gente olha para a Defesa do Brasil, quase 80% do orçamento é gasto com folha de pagamento. Com um orçamento composto dessa maneira, de fato é muito difícil a gente poder se equiparar a outros países do BRICS, por exemplo. O foco do orçamento não é em desenvolvimento de ciência e tecnologia voltada para a área militar. O foco do orçamento é comprar equipamentos prontos de outros países. Além de não ter investimento suficiente para comprar equipamentos, não há política para pensar em uma produção nacional", afirma a especialista.
Dos R$ 52,8 bilhões previstos no PAC, R$ 2,4 bilhões serão destinados a projetos do Estado-Maior, como a compra de helicópteros leves e de médio porte, que servirão para missões de treinamento e operações em ambientes marítimos na Marinha.