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Polônia pode deixar de apoiar Ucrânia em meio a escândalo agrário, alerta ministro

© AP Photo / Michal DyjukBandeira da Polônia no Dia do Exército em Varsóvia, 15 de agosto de 2022
Bandeira da Polônia no Dia do Exército em Varsóvia, 15 de agosto de 2022 - Sputnik Brasil, 1920, 20.09.2023
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A Polônia pode parar de apoiar a Ucrânia, se a opinião pública se opor ao escândalo agrário, afirmou o secretário de Estado do Ministério das Relações Exteriores polonês, Szymon Szynkowski vel Sek, em entrevista à agência PAP.

"As ações da Ucrânia não nos impressionam [...], mas causam certa impressão na opinião pública polonesa. Isso pode ser visto nas pesquisas, no nível de aprovação pública do apoio contínuo à Ucrânia. E prejudica a própria Ucrânia", disse o ministro polonês.

A Ucrânia já tinha denunciado à Organização Mundial do Comércio (OMC) restrições unilaterais impostas pela Hungria, pela Polônia e pela Eslováquia às importações de produtos agrícolas ucranianos. Em resposta, três países da UE declararam que boicotariam as reuniões da plataforma de coordenação.

Ele ressaltou que a falta de apoio público para a ajuda à Ucrânia pode acabar limitando.

"Gostaríamos de apoiar a Ucrânia, mas para que isso seja possível, temos de ter o apoio dos cidadãos poloneses nesta matéria. A este respeito, se não houver apoio para tais ações pelos poloneses, será difícil para nós continuar como temos feito até agora, apoiar a Ucrânia", disse Szynkowski vel Sek.

Respondendo à resposta de saber se as questões relacionadas com a agricultura se tornariam condições no momento da possível adesão da Ucrânia à União Europeia, a autoridade polonesa sublinhou que a Ucrânia tinha de cumprir as condições claramente definidas a este respeito.

Segundo ele, "a Ucrânia terá que cumprir todas as condições, e a agricultura ucraniana, é claro, pode ter acesso aos mercados europeus, mas não de tal forma que ameace os agricultores poloneses".

Em resposta à pergunta sobre as consequências para as relações polonesas com a UE do embargo unilateral aos grãos ucranianos, Szynkowski vel Sek disse que o governo espera que a Polônia não seja punida.

Duda insulta Ucrânia

Ao mesmo tempo, o presidente da Polônia, Andrzej Duda, durante sua conversa com jornalistas em frente à sede da ONU em Nova York, comparou a Ucrânia como um homem que se afoga, que se apega a tudo e ameaça afogar aqueles que tentam ajudá-la, informa a Reuters.

"Gostaria de compará-la a algo como uma pessoa que se afoga [...]. Uma pessoa que se afoga é extremamente perigosa porque ela pode puxá-lo para as profundezas [...]. Ela pode simplesmente afogar o salvador", disse o líder polonês durante briefing após um discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas, comentando a disputa sobre os grãos ucranianos.

De acordo com o presidente, a Ucrânia se viu em uma situação muito difícil, então "agarra tudo o que pode".
Duda enfatizou que a Polônia deve agir em prol de seus próprios interesses e agir de forma a se proteger, porque se todo mundo se afogar, não será capaz de obter ajuda.
Colheita de trigo na região de Omsk, Rússia - Sputnik Brasil, 1920, 14.09.2023
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Conflito de grãos na Ucrânia pode dividir ainda mais a União Europeia?
O conflito na Ucrânia prejudicou a exportação de produtos agrícolas através dos portos do mar Negro, levando a um aumento nos envios rodoviários, ferroviários e por barcaças através de seus seus cinco vizinhos da UE.
Os agricultores desses países protestaram que estes carregamentos estavam a distorcer os mercados locais, levando a UE a aprovar restrições comerciais – embora ainda permitindo o trânsito – até 15 de setembro.
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