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Forças Armadas em Nagorno-Karabakh começam a entregar suas armas ao Exército russo

© AP Photo / Ministério da Defesa da Rússia / APForças de manutenção da paz russas ajudam armênios étnicos a conseguirem um acampamento perto de Stepanakert, em Nagorno-Karabakh, em 21 de setembro de 2023
Forças de manutenção da paz russas ajudam armênios étnicos a conseguirem um acampamento perto de Stepanakert, em Nagorno-Karabakh, em 21 de setembro de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 22.09.2023
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Entrega faz parte das medidas estabelecidas no acordo de cessar-fogo mediado pelas forças de paz russas que atuam na região.
As Forças Armadas do Azerbaijão, que estavam engajadas na operação lançada em Nagorno-Karabakh, começaram a entregar, nesta sexta-feira (22), armas, munições e veículos blindados, como parte do acordo de cessar-fogo mediado pelas forças de paz russas que atuam na região. A informação foi dada em comunicado divulgado pelo Ministério da Defesa russo.

"Até 22 de setembro foram entregues: 6 unidades de veículos blindados, mais de 800 unidades de armas pequenas e antitanque, cerca de 5 mil munições", diz o comunicado.

De acordo com o órgão, há ainda 826 civis sob custódia do contingente russo de manutenção da paz, incluindo 440 crianças, que no momento não têm oportunidade de regressar às suas casas. Para esses estão sendo fornecidas acomodação, alimentação e assistência médica.
Na última terça-feira (19), o Exército do Azerbaijão lançou uma operação militar em Nagorno-Karabakh. O Azerbaijão afirmou que a operação visava implementar medidas antiterroristas de natureza local para restaurar a ordem constitucional.
O governo armênio considerou a operação uma agressão contra Nagorno-Karabakh e destacou que não existem unidades militares armênias na região.
Prédio residencial danificado após um bombardeio em Nagorno-Karabakh, após início da operação lançada pelo Azerbaijão. Stepanakert, 19 de setembro de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 19.09.2023
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Um dia depois, através da mediação das forças de paz russas, foi alcançado um acordo de cessar-fogo. Entre as condições da trégua, foi determinada a retirada de equipamento militar pesado de Nagorno-Karabakh.
Nagorno-Karabakh é uma região na Transcaucásia. A esmagadora maioria da população é armênia.
Em 1923, a região recebeu o status de região autônoma dentro da República Socialista Soviética do Azerbaijão. Em 1988, começou em Nagorno-Karabakh um movimento de reunificação com a Armênia. Em 2 de setembro de 1991, o Azerbaijão proclamou a sua independência, e o nome da região autônoma mudou para República de Nagorno-Karabakh. De 1992 a 1994, o Azerbaijão tentou assumir o controle da autoproclamada república. Nessa ação militar de grande escala morreram cerca de 30 mil pessoas.
Em 1994, as partes concordaram em estabelecer um cessar-fogo, mas o status do território nunca foi determinado. No final de setembro de 2020, os combates recomeçaram em Nagorno-Karabakh. Na noite de 10 de novembro, o Azerbaijão e a Armênia, com o apoio de Moscou, chegaram a um acordo para cessar completamente as hostilidades, permanecendo nas posições ocupadas, trocar prisioneiros e os corpos dos mortos. Na região foram implantadas forças de paz russas, inclusive no corredor de Lachin.
No ano passado, Yerevan e Baku, com a mediação de Rússia, EUA e União Europeia, iniciaram discussões sobre um futuro acordo de paz. No final de maio deste ano, o premiê armênio, Nikol Pashinyan, disse que seu país estava pronto para reconhecer a soberania do Azerbaijão nas fronteiras soviéticas, ou seja, junto com Nagorno-Karabakh. Em setembro, o presidente russo, Vladimir Putin, chamou a atenção para o fato de que a liderança armênia, em essência, havia reconhecido a soberania do Azerbaijão sobre Nagorno-Karabakh. O presidente do Azerbaijão, Ilham Aliev, disse que Baku e Yerevan podem assinar um acordo de paz antes do final do ano, a menos que a Armênia mude sua posição.
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