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Mundo corre risco de cair no abismo da 3ª guerra mundial, mas como evitar isso? Especialista explica

© AP Photo / ArquivoFoto de explosão de arma nuclear, realizada em 1945, em Alamagordo, nos Estados Unidos da América
Foto de explosão de arma nuclear, realizada em 1945, em Alamagordo, nos Estados Unidos da América - Sputnik Brasil, 1920, 25.09.2023
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O mundo corre o risco de cair no abismo de uma terceira guerra mundial, afirmou o especialista em política externa e de defesa da Rússia Sergei Karaganov, acrescentando que, se um conflito maior puder ser evitado, o mundo poderá construir um sistema multipolar mais justo.
O desenrolar da crise ucraniana pode se tornar o prólogo de um conflito maior e mais perigoso, segundo um artigo de Sergei Karaganov, que será publicado no jornal Russia in Global Affairs (Rússia na Política Global, em português).
"Na Ucrânia, finalmente enfrentamos os Estados Unidos e Ocidente, mas até agora deixamos que eles tomassem a iniciativa em questões de escalada. Eles expandem e aprofundam continuamente sua agressão, fornecendo armas cada vez mais mortais e perigosas", segundo comunicou Karaganov.
"A situação só vai piorar em um futuro próximo. Cada novo apelo dos líderes ocidentais é mais insensato, imprudente e ideologicamente carregado do que o anterior, o que o torna ainda mais perigoso para o mundo. Eles estão deliberadamente alimentando a desintegração de suas sociedades ao promover valores anti-humanos", acrescentou o especialista.
Enquanto isso, as modernas tecnologias de informação e a Internet se tornaram uma ferramenta conveniente para manipular a opinião pública.
"Mesmo agora, para combater os odiados russos, centenas de milhares de ucranianos estão sendo enviados para a morte", escreveu Karaganov.
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"Obviamente, ainda mais pessoas estão morrendo devido à destruição da infraestrutura e do sistema de saúde. Essas vítimas são completamente esquecidas ou deliberadamente minimizadas. […] A russofobia atingiu proporções quase sem precedentes, talvez comparáveis à maneira como os nazistas tratavam os eslavos e os judeus", de acordo com ele.

Realinhamento global

Enquanto isso, o mundo está passando por uma reestruturação, e o Ocidente está travando "uma última batalha desesperada para manter seu domínio", afirmou o cientista russo.
"Há mudanças sísmicas na geopolítica, geoestratégia e geoeconomia globais que estão ganhando impulso. Novos continentes estão surgindo, e os problemas globais estão se agravando. O surgimento de novas fontes de atrito e conflito é inevitável", escreveu ele.
"Parece que a prevenção da catástrofe global, a libertação de países e povos da hegemonia e dos hegemônicos, a defesa da soberania do Estado e o ser humano e divino em cada pessoa é a missão de nosso povo multiétnico russo na história mundial moderna", disse o cientista.

Como evitar uma catástrofe existencial?

A humanidade enfrenta uma tarefa existencial – evitar a catástrofe da terceira guerra mundial, que se aproxima inexoravelmente na próxima década, forçando o Ocidente, principalmente os Estados Unidos, a recuar e se adaptar à nova realidade, segundo ele.
Para isso, é necessário forçar seu "Estado profundo" a maximizar a renovação das elites governantes, cuja baixa qualidade não atende aos desafios que a humanidade enfrenta hoje. O Ocidente em queda pode arrastar todos com ele, inclusive seu "Estado profundo", afirmou o cientista.
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As elites ocidentais devem, mais uma vez, perceber que o armagedon nuclear representa uma ameaça real para o mundo.
Além disso, ninguém no Ocidente deve se iludir e acreditar que um conflito nuclear de "pequena escala" é aceitável e que armas nucleares táticas podem ser usadas em uma zona de conflito. Se as armas atômicas se tornarem "utilizáveis", "o medo sacramental das armas nucleares desaparecerá", argumentou Karaganov.
Se o mundo conseguir evitar uma catástrofe global, em duas décadas haverá uma chance de estabelecer um novo equilíbrio de poder e "um sistema internacional muito mais justo, multicolorido e multicultural", concluiu Karaganov.
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