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Dívida pública pode crescer até 50% se governos interromperem políticas de emissões zero, alerta FMI

© Ian Barbour/Flickr/Creative CommonsGases do efeito estufa causam aumento da temperatura na Terra
Gases do efeito estufa causam aumento da temperatura na Terra - Sputnik Brasil, 1920, 02.10.2023
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A interrupção dos esforços governamentais em direção a emissões líquidas zero pode causar danos drásticos para além do meio ambiente. É o que alerta nesta segunda-feira (2) o Fundo Monetário Internacional (FMI), segundo o qual a paralisação dessa política pode aumentar a dívida pública em até 50%.
"No cenário em que os governos avançam em direção a uma pausa na busca de emissões zero até meados do século, com subsídios, com serviços públicos, a dívida pública aumenta entre 45% e 50%", explica o subdiretor do Departamento de Assuntos Fiscais da organização, Ruud de Mooij, durante a apresentação do Monitor Fiscal e do Relatório de Estabilidade Financeira Global do FMI.
Para o FMI, é fiscalmente insustentável um cenário em que os governos deixam de investir no equilíbrio entre o que é lançado e retirado pela natureza de gases do efeito estufa na atmosfera. Outro alerta do subdiretor está relacionado ao excesso de cobrança no setor privado, o que poderia gerar oposição política e falta de apoio público.
"Restrições fiscais podem ser aliviadas significativamente por meio de uma combinação de políticas. Nesse cenário, a dívida aumenta em 10% a 15% em vez de 45% a 50%", explicou.
Para Mooij, encontrar a combinação certa de políticas e a visão adequada das responsabilidades entre os governos e o setor privado ajudará a evitar problemas, além de implementar políticas de gastos apropriadas para apoiar populações e regiões vulneráveis.
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Ciência e sociedade
Trio de satélites identifica e mapeia áreas críticas de emissão de metano através do Espaço (FOTOS)

Financiamento nos países em desenvolvimento

Com relação aos mercados emergentes e economias em desenvolvimento, o FMI disse que o setor privado deve desempenhar um papel significativo para mitigar as mudanças climáticas. Para a organização, a parcela de financiamento deve aumentar para até 90% até 2023.
"Apesar da proliferação de políticas de apoio ao setor financeiro e compromissos climáticos das instituições, ainda não ocorreu uma mudança substancial nos fluxos de financiamento de ativos de alta para baixa emissão, especialmente nos MEEDs [mercados emergentes e economias em desenvolvimento]", afirma relatório.
O FMI apontou que alcançar zero emissões líquidas de gases de efeito estufa até 2050 requer um aumento anual de US$ 5 trilhões (R$ 25,3 trilhões) em financiamento nos próximos sete anos.
Em agosto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou, durante a Cúpula da Amazônia, que os US$ 100 bilhões (R$ 506,7 bilhões) anuais para financiamento climático dos países em desenvolvimento já não são mais suficientes. O valor a ser repassado pelo Norte Global para o Sul Global foi definido em 2009.
Conforme Lula, o financiamento "nunca foi implementado" e esse montante "já não corresponde às necessidades atuais", já que as demandas por "mitigação, adaptação e perdas e danos só crescem". O presidente ainda destacou que as maiores reservas florestais e a biodiversidade mundial merecem mais representatividade no fundo global.
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