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Será possível para Biden continuar a armar a Ucrânia mesmo que fundos do Pentágono para Kiev sequem?

© AFP 2023 / Ludovic MarinDa esquerda para a direita, Joe Biden, presidente dos EUA; Jens Stoltenberg, secretário-geral da OTAN; e Vladimir Zelensky, presidente da Ucrânia, conversam antes de sessão de trabalho sobre a Ucrânia durante a cúpula da OTAN, em Vilnius, Lituânia, 12 de julho de 2023
Da esquerda para a direita, Joe Biden, presidente dos EUA; Jens Stoltenberg, secretário-geral da OTAN; e Vladimir Zelensky, presidente da Ucrânia, conversam antes de sessão de trabalho sobre a Ucrânia durante a cúpula da OTAN, em Vilnius, Lituânia, 12 de julho de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 03.10.2023
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No domingo (1º), após assinar um projeto de lei de orçamento para evitar a paralisação do governo norte-americano, projeto no qual a ajuda à Ucrânia foi retirada, Joe Biden apelou aos legisladores estadunidenses para que aprovassem um novo pacote multimilionário separadamente.
Em um discurso na Casa Branca, o presidente disse que Kiev pode contar com o apoio sem precedentes dos Estados Unidos: "Não podemos, em circunstância alguma, permitir que o apoio americano à Ucrânia seja interrompido", afirmou.
Já nesta terça-feira (3), Biden promoveu uma ligação entre líderes da União Europeia, do G7, da OTAN e da organização Bucareste 9 "para coordenar o atual apoio à Ucrânia entre parceiros e aliados", segundo a Casa Branca.
Mas por que a ajuda militar à Ucrânia se tornou sagrada para o establishment dos EUA e até quando eles serão capazes de mantê-la?
Para o ex-analista sênior de Política de Segurança do gabinete do secretário de Defesa dos EUA, Michael Maloof, o apoio incasável de Washington a Kiev "é uma invenção da imaginação de Joe Biden e Victoria Nuland".

"É o fanatismo deles [Biden e Nuland] nessa direção. O povo americano não necessariamente apoia isso. Eles não querem guerra com a Rússia. Eles veem que é para onde esta coisa está indo. E eles estão preocupados porque estamos em uma ladeira escorregadia, e agora isso é refletido no que estamos vendo no Congresso em termos de assistência potencialmente futura à Ucrânia. Não sei se tudo será interrompido imediatamente, mas acho que será reduzido significativamente nos próximos meses", afirmou Maloof à Sputnik.

A oposição republicana para ajuda à Ucrânia parece estar ganhando força em Washington. Na quinta-feira (28), cerca de metade dos republicanos da Câmara votaram pela exclusão de US$ 300 milhões (R$ 1,5 bilhão) para a Kiev do projeto de lei de gastos do Pentágono.
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Embora o dinheiro tenha sido posteriormente aprovado em uma proposta separada, a tendência suscitou preocupações no governo Biden. No sábado (30), o presidente da Câmara, Kevin McCarthy, não incluiu os US$ 6 bilhões (R$ 30 bilhões) para Kiev no projeto de lei mencionado anteriormente.

"Apoio a possibilidade de fornecer armas à Ucrânia, mas a América vem em primeiro lugar. Mais americanos estão morrendo em nossa fronteira do que americanos na Ucrânia", afirmou McCarthy no fim de semana.

Maloof explicou que "não houve financiamento para Kiev nesta última resolução [...] simplesmente porque o Congresso, que inclui a Câmara dos Representantes e o Senado, não conseguiu chegar a acordo sobre um pacote [...]. O orçamento resolveu aumentar o financiamento para crises internas que temos aqui em termos de inundações e incêndios que tivemos recentemente no Havaí, por exemplo", afirmou o ex-analista.
"Portanto, tornou-se, na verdade, um pacote 'América Primeiro'. E em vez de defender as fronteiras da Ucrânia, a ideia era tentar defender as nossas próprias fronteiras, no entanto, este pacote também não incluiu financiamento adicional para a Patrulha de Fronteira [USBP] também. [...] Isso foi apenas para manter o governo aberto, para pagar suas contas por enquanto e para manter as agências funcionando", disse.

O especialista ainda afirma que, se projeto de lei não tivesse sido aprovado, "cerca de um milhão de trabalhadores federais teriam ficado desempregados ou dispensados [...]. As pessoas estão ficando cansadas disso. Eu sei que os funcionários federais estão, porque passamos por isso todos os anos. E agora o dinheiro que sobrou para a Ucrânia está rapidamente diminuindo até nada. O pacote inicial de US$ 25 bilhões [R$ 128 bilhões] ou o pacote de US$ 26 bilhões [R$ 134 bilhões] para munições e reabastecimento para a Ucrânia esgotou-se", continuou o ex-analista do Pentágono.

Para Maloof está claro que "o dinheiro do Pentágono para Kiev pode acabar muito em breve, dada a forma como os ucranianos estão a queimar toda esta munição". Nestas circunstâncias, não se sabe como o governo dos EUA planeja garantir ajuda contínua à Ucrânia, observou ele.
"Se não houver financiamento, a menos que o presidente tome medidas realmente drásticas e queira basicamente declarar lei marcial aqui nos Estados Unidos, isso simplesmente não vai acontecer. Se o Congresso não aprovar financiamento adicional, isso não vai acontecer."
Tanto os americanos como os europeus parecem estar cansados ​​da guerra por procuração de Washington na Ucrânia, segundo o antigo analista do Pentágono.
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No final de semana, as eleições parlamentares eslovacas resultaram na vitória do ex-primeiro-ministro Robert Fico, que tinha prometido suspender a ajuda militar de Bratislava a Kiev.
"Até os europeus estão fartos. Agora mesmo vemos refletido isso nas eleições eslovacas que acabaram de ser realizadas. A Eslováquia, que é membro da OTAN, decidiu que não vai continuar envolvida na ajuda à Ucrânia. Então, isso é bastante significativo. Portanto, estamos começando a ver o apoio europeu esgotar, e poderá se tornar ainda maior com o passar dos meses, especialmente à medida que se entra no que agora se projeta ser um inverno muito frio", analisou.
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Na visão de Maloof, "as pessoas estão realmente acordando para essa realidade" e não só "as pessoas" como também o presidente Vladimir Zelensky.
"Acho que Zelensky não tem nada a mostrar por sua aposta. Foi uma aposta. E ele acreditou em Joe Biden. Se ele tivesse conversado com qualquer um de nós por cinco minutos, nós o teríamos desencorajado de acreditar naquele cara", complementou.
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