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Plano financiado pelo governo britânico quer censurar críticas à OTAN e à Ucrânia nas redes sociais

© Sputnik / Yevgeny Biyatov / Acessar o banco de imagensUm militar russo é visto usando um drone na zona de operações militares especiais da Ucrânia
Um militar russo é visto usando um drone na zona de operações militares especiais da Ucrânia - Sputnik Brasil, 1920, 04.10.2023
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Uma campanha internacional de censura financiada pelo governo britânico para combater notícias críticas à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e ao Ocidente, responsável por apoiar o conflito ucraniano, foi tornada pública após a divulgação de um relatório de 130 páginas pela plataforma Tech Inquiry.
Qualquer assunto contrário aos interesses da aliança foi definido como "desinformação" ou "notícia falsa". O texto foi elaborado por dez instituições da Europa Oriental e coordenado por uma empresa americana de relações públicas. Entre 20 de fevereiro e 30 de abril, foram analisadas notícias consideradas pró-Kremlin veiculadas em 12 países.

"A coalizão incluiu Armênia, os [países] Bálticos (de língua russa), Belarus, Bulgária, Geórgia, Hungria, Moldávia, Polônia, Eslováquia e Ucrânia. Este relatório apresenta descobertas do projeto, tanto no nível regional quanto para cada ambiente de informação individual. As informações foram produzidas com contribuições das organizações participantes em cada país e do parceiro", enfatiza o texto.

Uma das entidades que participaram do relatório chegou a publicar há dois anos uma reportagem no antigo Twitter, hoje X, que foi rotulada como "potencialmente obtida" por acesso não autorizado a contas ou sistemas de computador.
O relatório pontua que o principal meio de divulgação das críticas à OTAN é o aplicativo de mensagens Telegram. Ainda é condenada a divulgação orgânica dessas informações, que, segundo a pesquisa, é feita entre usuários "mais seletivos no conteúdo que amplificam, sugerindo que não fazem conscientemente parte dessa arquitetura, mas ainda veem um grau de alinhamento com o Kremlin ou com certas narrativas apoiadas pelo Kremlin como valiosas por razões políticas ou financeiras".
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Texto classifica nazismo como 'acusação injuriosa'

Durante pesquisa realizada em países onde a língua russa é bastante difundida, como Estônia, Letônia, Lituânia, Moldávia e Ucrânia, as entidades classificaram as notícias que comparam governos nacionais ao nazismo — defendido por diversas organizações terroristas que cresceram em solo ucraniano — como uma acusação injuriosa feita a alguém.
Já em Estados com forte presença da religião ortodoxa, como Belarus e Geórgia, o texto afirma que "o governo ucraniano é rotineiramente rotulado de pagão, satanista e uma ameaça aos cristãos em todo o mundo por seus supostos crimes contra a Igreja. Dada a confiança relativamente alta que a Igreja desfruta nesses Estados e a pervasividade de narrativas acusando o Ocidente de tentar destruir valores tradicionais, mensagens como essas têm um potencial significativo para minar a solidariedade com a Ucrânia".
Uma reportagem publicada pelo portal Settimana News em fevereiro revelou que foram realizadas mais de 300 ações policiais contra mosteiros e dioceses na Ucrânia e que houve restrição à liberdade religiosa.

"Quando essas abordagens não são adequadas a um contexto específico, as narrativas veiculadas por atores pró-Kremlin voltam-se para temas mais amplos, como a decadência e a imoralidade do Ocidente, a hostilidade dos políticos nacionais em relação aos valores tradicionais e a ideia de que as sanções prejudicam o Ocidente mais do que a Rússia", pontua o documento.

As entidades também classificam como "falsas" as vitórias russas nos campos de batalha divulgadas em diversas mídias, como a conquista de Artyomovsk (Bakhmut, em ucraniano), que fica em uma importante região industrial.

Documento recomenda 'censura'

Apesar de não mencionar diretamente a palavra "censura", o documento traz uma série de recomendações aos governos alinhados à OTAN para evitar a propagação dessas críticas. Uma das mais controversas é pressionar redes sociais e atores do mercado digital para "aumentarem o nível e a qualidade da moderação de conteúdo". Também prevê facilitar a participação dessas empresas de mídia na "publicidade justa e promoção de conteúdo" que seja favorável.
Com relação à União Europeia, a recomendação é apoiar o funcionamento da média de serviço público, com o "estabelecimento de bases" para uma reportagem equilibrada, e até usar órgãos europeus para monitorar o cumprimento da regra. Outra sugestão é intensificar a cooperação entre agências de inteligência para evitar a "influência de informações estrangeiras malignas".
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