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Gazprom afirma que sistema energético da União Europeia ainda é considerado 'instável'

© Sputnik / Maria DevakhinaEmpresa estatal russa Gazprom Neft em Kapotnya, Rússia, foto publicada em 11 de março de 2022
Empresa estatal russa Gazprom Neft em Kapotnya, Rússia, foto publicada em 11 de março de 2022 - Sputnik Brasil, 1920, 05.10.2023
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O bloco europeu pode enfrentar escassez de gás natural, alertam altos executivos da gigante russa de energia.
O sistema energético da União Europeia (UE) é instável e pode enfrentar escassez de gás natural, disseram na terça-feira (3) gestores sêniores da gigante energética russa Gazprom.
A Gazprom, que já foi a principal fornecedora de gás da UE, reduziu drasticamente as suas exportações para o bloco no ano passado, na sequência das sanções ocidentais e da sabotagem dos gasodutos Nord Stream (Corrente do Norte).
O gasoduto Nord Stream 1, que passa sob o mar Báltico e transporta gás natural da Rússia para a UE, e o recém-construído Nord Stream 2 foram rompidos por explosões subaquáticas em setembro de 2022, tornando-os inoperantes.
"O fato do déficit sistêmico não ter desaparecido se manifesta não só pelo nível de preços mais elevado em 2023 em comparação com os anos anteriores à COVID-19, mas também pela persistência de um 'contango' estável no mercado do gás natural", disseram os gestores sêniores Sergei Komlev e Aleksandr Shapin da Gazprom à uma revista interna.
"Contango" é uma estrutura de mercado em que o preço futuro de uma mercadoria é superior ao preço à vista, o que incentiva os comerciantes a manter a mercadoria armazenada para uma revenda mais lucrativa no futuro.
"Este comportamento dos preços significa que, segundo os participantes do mercado, o sistema de segurança energética na Europa, construído para emergências, é instável e enfrenta novos desafios", afirmaram os gestores.
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No ano passado, a UE reduziu a sua dependência da energia russa, substituindo-a por importações de gás natural liquefeito (GNL) de países como os EUA, que se tornaram a principal fonte de gás do bloco, representando até 35% do total das importações.
Os executivos da Gazprom disseram que o corte dos laços com a Rússia levou ao enfraquecimento da segurança energética na UE devido ao aumento acentuado na percentagem de GNL "menos fiável" em comparação com o gás via gasoduto, que é fornecido principalmente ao abrigo de contratos de longo prazo.
Alguns economistas e políticos ocidentais também apontaram para as desvantagens de mudar para GNL, mais caro e menos amigo do ambiente, qualificando a sabotagem do Nord Stream como um ato de "guerra econômica" que visa toda a UE.
A Rússia já forneceu cerca de 155 bilhões de metros cúbicos (bmc) de gás natural à UE antes do início do conflito na Ucrânia, principalmente através de gasodutos. Em 2022, o fornecimento de gás de gasoduto russo à UE caiu para 60 bmc, com o bloco esperando que os fluxos diminuíssem ainda mais para 20 bmc.
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