EUA usam mais de 20 ONGs para mascarar seus laboratórios biológicos, diz MD russo
19:07 09.10.2023 (atualizado: 15:30 10.10.2023)
© AFP 2023 / PAUL J. RICHARDSAgente da unidade de escolta técnica do Exército dos Estados Unidos demonstra a utilização de um traje de proteção contra agentes biológicos. EUA, 12 de novembro de 2002
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O governo dos Estados Unidos utiliza mais de 20 organizações sem fins lucrativos (ONGs) para esconder os clientes e os objetivos dos seus projetos biológicos, declarou o chefe das Tropas de Defesa Radiológica, Química e Biológica das Forças Armadas russas, Igor Kirillov.
"Só em um ano foram gastas somas suficientes para financiar a participação de, pelo menos, 80 empresas", afirmou o tenente-coronel russo. Ainda segundo as investigações do Ministério da Defesa russo, os laboratórios estão localizados, em sua maioria, em países do Oriente Médio, do Sudeste Asiático, da África e da Ucrânia.
Entre as principais companhias identificadas que atuam no ramo estão a Metabiota, a CH2M Hill e a EcoHealth Alliance.
O MD ainda divulgou uma lista com os representantes das principais agências governamentais e empresas privadas dos Estados Unidos e da Ucrânia envolvidas na realização de pesquisas químicas de dupla utilização, referindo-se a estudos e tecnologias que podem ser usados tanto em contextos militares quanto civis.
Thomas Wohl, vice-presidente e representante oficial da empresa de engenharia Black & Veatch na Ucrânia, que supervisionou a implementação do sistema eletrônico PAX para a gestão e o controle de agentes e materiais biológicos.
Kevin Olival, vice-presidente de pesquisa da EcoHealth Alliance, que esteve diretamente envolvido na execução de projetos do Departamento de Defesa dos Estados Unidos sobre doenças zoonóticas transmitidas por morcegos.
Mikhail Usati, vice-chefe do Departamento Sanitário e Epidemiológico das Forças Armadas ucranianas, que desde 2018 supervisiona a organização do trabalho no âmbito dos projetos da Agência de Redução de Ameaças da Defesa (DTRA, na sigla em inglês) na Ucrânia.
Tetiana Kiriazova, diretora-executiva do Instituto Ucraniano de Políticas de Saúde Pública. Ela supervisionou pesquisas conjuntas sobre patógenos com os Estados Unidos, com base no Instituto Ucraniano de Pesquisa Antipestes Mechnikov, em Odessa.
Portanto, observa Kirillov, "há muitas questões sobre as atividades biológico-militares dos Estados Unidos na Ucrânia e elas estão se tornando mais numerosas".
A Rússia reiterou que os Estados Unidos — sob o pretexto de desenvolver sistemas de segurança em laboratórios — têm desenvolvido armas biológicas em território ucraniano, onde alguns dos vestígios foram parcialmente destruídos em 24 de fevereiro de 2022, dia em que a operação militar especial russa começou.
Igor Kirillov ainda destacou que "os esforços russos para divulgar as atividades biológicas militares ilegais dos EUA forçaram Washington a retirar as pesquisas de dupla utilização dos países africanos". Ao mesmo tempo, o oficial militar indicou que o Instituto de Pesquisa de Doenças Infecciosas do Exército dos EUA possui amostras vivas do vírus ebola "contrabandeadas" da África.