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Israel diz que Hamas usa hospitais para fins militares; ONU nega roubo de combustível pelo movimento

© AP Photo / Abed KhaledCorpos de palestinos mortos por bombardeio israelense no Hospital Batista al-Ahli, na cidade de Gaza, em 17 de outubro de 2023
Corpos de palestinos mortos por bombardeio israelense no Hospital Batista  al-Ahli, na cidade de Gaza, em 17 de outubro de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 27.10.2023
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Enquanto a guerra avança por terra em território palestino, o Exército de Israel acusou nesta sexta-feira (27) o Hamas de usar hospitais da região para fins militares. Nesta semana a Cruz Vermelha disse que, por conta dos quase 18 mil feridos, as unidades estão em colapso total.
"O Hamas faz guerra a partir de hospitais" em Gaza, disse o porta-voz militar Daniel Hagari a jornalistas, acrescentando que o grupo islâmico também utiliza combustível armazenado nas unidades de saúde para realizar as suas operações.
O movimento negou a acusação, enquanto a principal agência da ONU que atua em Gaza disse que há mecanismos que evitam o desvio de insumos dos hospitais para outros fins.
No maior hospital de Gaza, o Al-Shifa, o porta-voz israelense disse que há circulação livre de membros do Hamas, que inclusive opera parte das suas ações a partir da unidade, usando-a como centro de comando e controle e esconderijo.
Parte da extensa rede de túneis construída pelo Hamas na Faixa de Gaza está conectada aos hospitais, o que, segundo Israel, mostra um uso "cínico" de instalações médicas para proteger as operações do movimento. "Há combustível nos hospitais, e o Hamas está a utilizá-lo para a sua infraestrutura terrorista", acrescentou.

Acusações são infundadas, diz Hamas

O membro do gabinete político do Hamas Izzat al-Rishq disse que as acusações israelenses são infundadas. "Não há fundo de verdade no que o porta-voz do exército inimigo afirmou", disse. Segundo ele, a estratégia do país é "abrir caminho para um novo massacre a ser cometido" contra a população palestina.
Anteriormente, o comissário-geral da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Oriente Próximo (UNRWA, na sigla em inglês), Philippe Lazzarini, negou que qualquer ajuda estivesse a ser desviada. "Temos mecanismos de monitoramento sólidos. A agência não desvia nem vai desviar qualquer ajuda humanitária para as mãos erradas", disse Lazzarini.
Também nesta sexta-feira, as Forças de Defesa de Israel (FDI) anunciaram o início da operação terrestre na Faixa de Gaza, já deslocando tanques para invadir o território — que já conta 7 mil mortes decorrentes de bombardeios. A informação foi confirmada por Daniel Hagari. O conflito entre Israel e o Hamas, que dura 20 dias, estava restrito a ataques aéreos, e a entrada do Exército no território era temida pela comunidade internacional. Tanques israelenses também já disparam próximo à fronteira.
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Ambulância alvejada na Cisjordânia

Na Cisjordânia, que também é controlada por Israel, a organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) denunciou que uma ambulância foi atacada pelo Exército durante atendimento a feridos em um campo de refugiados na cidade de Jenin.

"Jenin não tem dormido nas últimas semanas. As incursões israelenses estão se tornando mais frequentes, e as pessoas estão cada vez mais com medo. Uma sensação de vulnerabilidade e frustração está se espalhando por toda a Cisjordânia", disse Irene Huertas Martin, coordenadora de MSF em Jenin.

Sobre Gaza, o secretário-geral da ONU, António Guterres, alertou que o território enfrenta "uma avalanche de sofrimento humano sem precedentes" devido à falta de alimentos, água e energia. Segundo ele, a miséria aumenta a cada minuto.
Guterres diz ser necessária a chegada de pelo menos 500 caminhões por dia a Gaza. Porém a média atual caiu para 12 por conta dos intensos bombardeios israelenses próximo à fronteira com o Egito.
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