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Amorim: situação geopolítica mundial é preocupante com ONU enfraquecida

© Folhapress / Vanessa CarvalhoCelso Amorim em entrevista em Brasília, 5 de outubro de 2022
Celso Amorim em entrevista em Brasília, 5 de outubro de 2022 - Sputnik Brasil, 1920, 31.10.2023
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O assessor especial para assuntos internacionais da Presidência da República, Celso Amorim, afirmou nesta terça-feira (31) que a Organização das Nações Unidas (ONU) está enfraquecida, o que classifica como um dos momentos mais graves da história mundial contemporânea.
"Como pode as Nações Unidas inertes diante de uma situação tão grave como a que temos hoje?", questionou ele na abertura do evento Fórum Brasil África 2023, em São Paulo.

"Hoje vivemos uma situação muito mais grave, com a multiplicidade de atores, duas guerras, e ver a ONU enfraquecida é algo que preocupa", disse.

O assessor da Presidência mencionou a participação do ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, na reunião do Conselho de Segurança da ONU, em Nova York, que chamou de heroica ao tentar aprovar a resolução e defender todos os que sofrem na região, como também "para defender as próprias Nações Unidas".
De acordo com o assessor especial e ex-chanceler brasileiro, a ameaça de destruição se mostra muito maior do que em outros momentos de crises internacionais, como o da crise dos mísseis de Cuba. Em plena Guerra Fria, a disseminação do ódio e polarização não era tão intensa como no momento atual.

"Havia dentro da irracionalidade do que seria uma guerra nuclear, uma racionalidade na condução dos fatos. Telefone vermelho, dois homens, [John F.] Kennedy e [Nikita] Khrushchev, que chegaram a um acordo", ponderou ele.

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, em reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas sobre a situação no Oriente Médio e a questão palestina, em 24 de abril de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 30.10.2023
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Ontem (30), Mauro Vieira, criticou a "paralisia" do Conselho de Segurança frente ao conflito entre o Hamas e Israel. Para Vieira, a entidade tem "vergonhosamente falhado" para buscar soluções.
Na última semana, a Assembleia Geral da ONU aprovou a resolução de pedido de cessar-fogo imediato, o que foi rejeitado por Israel e pelos Estados Unidos. O embaixador do país na entidade declarou que a organização não possuía legitimidade para interferir no conflito.
Hoje (31), as Forças de Defesa de Israel (FDI) passaram para a terceira fase da guerra com o movimento palestino Hamas, de expansão das operações na Faixa de Gaza.
O Escritório da Organização das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA, na sigla em inglês) anunciou que o único abastecimento de água via Israel que ainda havia na Faixa de Gaza foi completamente cortado ontem (30). Israel nega que falte água no território.

Início do conflito

A guerra começou no dia 7 de outubro, quando o movimento fez um ataque-surpresa com foguetes em grande escala que atingiu o território de Israel.
Os militantes provocaram centenas de mortes e sequestraram centenas de judeus na região sul. A maioria ainda segue sob o poder do Hamas. Uma das regiões mais pobres do mundo, Gaza tem mais de 80% da população na pobreza e sofre um bloqueio israelense por terra, ar e mar desde 2007.
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