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Israel reconhece existência de plano de reassentar 2,3 milhões de palestinos no Egito, afirma mídia

© AFP 2023 / Khoder al-ZaanounEdifícios destruídos no distrito de Tal al-Hawa, no oeste da cidade de Gaza, enquanto as batalhas entre Israel e o Hamas continuam pela quarta semana, 30 de outubro de 2023
Edifícios destruídos no distrito de Tal al-Hawa, no oeste da cidade de Gaza, enquanto as batalhas entre Israel e o Hamas continuam pela quarta semana, 30 de outubro de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 31.10.2023
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As autoridades israelenses reconheceram a existência de um plano da inteligência para transferir os palestinos de Gaza para o Egito, documento que já foi criticado pelas autoridades palestinas, relatou a agência Associated Press, citando o gabinete do primeiro-ministro de Israel.
"Israel reconheceu […] que um ministério elaborou […] uma proposta que prevê a transferência dos 2,3 milhões de habitantes da Faixa de Gaza para a península do Sinai, no Egito", escreve a mídia.
O documento é datado de 13 de outubro. O gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu considera esse plano "hipotético", de acordo com dados da agência.
O documento propunha transferir a população civil de Gaza para acampamentos em tendas no norte do Sinai, construindo depois cidades permanentes e um corredor humanitário indefinido.
O plano exclui a transferência da Faixa de Gaza para o controle das autoridades palestinas ou o apoio ao estabelecimento de um novo governo para o enclave, ressalta o artigo.
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A existência de tal documento causou desagrado na Palestina, segundo a publicação.
"Somos contra a transferência [de pessoas] para qualquer lugar, sob qualquer forma, e consideramos que é uma linha vermelha que não permitiremos que seja ultrapassada", afirmou o porta-voz palestino, Nabil Abu Rudeineh, em reação ao relatório.
Anteriormente, o jornal The Guardian escreveu que, sob o pretexto de proteger os civis e fornecer ajuda, os Estados Unidos e outros países ocidentais estão pressionando o Egito a aceitar o fluxo de palestinos. O Egito, por sua vez, opõe-se ao reassentamento forçado e considera essa medida um crime de guerra.

Reassentamento forçado

A ideia de reassentar os palestinos de Gaza na península do Sinai não é nova, segundo artigo do jornal The Guardian.
Em meados da década de 1950, a Organização das Nações Unidas desenvolveu um plano para realocar milhares de refugiados palestinos da Faixa de Gaza para a região noroeste do Sinai, o que provocou ressentimento popular e foi reprimido em uma revolta em massa.
Durante a Guerra dos Seis Dias de 1967, Israel ocupou a Faixa de Gaza e a Cisjordânia (margem ocidental do rio Jordão), incluindo Jerusalém Oriental. Surgiram as colônias de judeus em terra palestina, levando ao deslocamento em massa de palestinos.
Após a guerra de 1967, foi desenvolvido o Plano Allon, que previa a anexação da Faixa de Gaza a Israel.
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