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Fracasso do Ocidente em 'apelo unificado' por cessar-fogo em Gaza impulsiona escalada regional
Fracasso do Ocidente em 'apelo unificado' por cessar-fogo em Gaza impulsiona escalada regional
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Embora vários grupos de resistência tenham disparado contra alvos dos EUA e de Israel fora da crise israelo-palestina, uma luta regional mais séria pode vir a... 01.11.2023, Sputnik Brasil
2023-11-01T14:52-0300
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Pela segunda vez desde que Israel declarou estar em guerra com o Hamas, no início do mês passado, o grupo rebelde iemenita Ansar Allah, mais conhecido como movimento houthi, lançou mísseis e drones contra Israel na terça-feira (31), com vários projéteis sendo abatidos na altura da cidade de Eilat, ao sul do país judeu. No entanto o general Yahya Saree, porta-voz do grupo, afirmou que pelo menos um dos disparos atingiu o alvo.Durante o seu conflito de oito anos com a coligação liderada pelos sauditas no Iêmen, o Ansar Allah demonstrou a sua capacidade de atacar alvos a centenas de quilômetros de distância usando mísseis balísticos e drones kamikaze, incluindo instalações petrolíferas da Saudi Aramco que eram defendidas por sistemas antiaéreos norte-americanos.O ataque a Eilat é o mais recente de uma série de incidentes que visam bases israelenses ou norte-americanas na região. Entre as hostilidades com potencial de alastramento, há os ataques a tropas dos EUA na Síria e no Iraque por milícias locais e as investidas trocadas entre Israel e o Hezbollah ao longo da fronteira Israel-Líbano. Os israelenses também já atingiram alvos no Líbano e na Síria.O professor associado adjunto da Universidade Georgetown, no Catar, Luciano Zaccara, também professor associado de pesquisa em política do Golfo na Universidade do Catar, disse à Sputnik que a declaração do Ansar Allah "ressalta" como o conflito entre Israel e o Hamas, que governa a Faixa de Gaza, se tornou internacional."Essa evolução destaca a incapacidade dos governos regionais e das potências internacionais de mediar, mesmo que seja um cessar-fogo humanitário temporário, essencial para evitar mais devastação em Gaza e garantir a libertação de reféns.""Dado esse cenário, as ameaças, especialmente do Irã, relacionadas à mobilização do Eixo da Resistência […] estão se tornando cada vez mais tangíveis, especialmente tendo-se em conta a aparente paralisia dos Estados árabes em geral face à escalada das ações israelenses em Gaza."O escopo cada vez maior dos ataques "prejudica diretamente os interesses de outros países que não Israel, incluindo os Estados Unidos e a Arábia Saudita", disse à Sputnik o professor de estudos do Oriente Médio na Universidade Ben-Gurion do Negev, em Israel, Yoram Meital.Mehmet Rakipoglu, pesquisador de assuntos internacionais no think tank Dimensions for Strategic Studies, com sede em Londres, disse que para muitos grupos em toda a região, expressar apoio à Palestina é "mais retórica". Ele observou, no entanto, que se Israel "conseguir ganhos sérios na operação terrestre em Gaza", isso ainda poderá ser suficiente para desencadear uma guerra regional.A guerra começou no dia 7 de outubro, quando o Hamas fez um ataque-surpresa com foguetes, em grande escala, que atingiu o território de Israel. Além disso, militantes atravessaram a fronteira pela região sul e provocaram milhares de mortes, além de sequestrar mais de 220 pessoas. Uma das regiões mais pobres do mundo, Gaza tem mais de 80% da população na pobreza e sofre um bloqueio israelense por terra, ar e mar desde 2007.Segundo dados recentes do Ministério da Saúde de Gaza, mais de 8,5 mil pessoas perderam a vida na ofensiva de Israel — 63% delas mulheres e crianças. Quase 3,5 mil crianças foram mortas, e pelo menos 6,3 mil estão órfãs.No final da semana passada, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, anunciou a abertura de uma "terceira fase" da guerra: uma invasão terrestre da Faixa de Gaza por mais de 300 mil soldados das Forças de Defesa de Israel (FDI), intensificando o bloqueio contra Gaza.
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Fracasso do Ocidente em 'apelo unificado' por cessar-fogo em Gaza impulsiona escalada regional
14:52 01.11.2023 (atualizado: 16:10 01.11.2023) Embora vários grupos de resistência tenham disparado contra alvos dos EUA e de Israel fora da crise israelo-palestina, uma luta regional mais séria pode vir a se desenvolver à medida que Tel Aviv continua a rejeitar as exigências de um cessar-fogo e segue atacando a Faixa de Gaza, disseram especialistas à Sputnik.
Pela segunda vez desde que Israel declarou estar em
guerra com o Hamas, no início do mês passado, o grupo rebelde iemenita Ansar Allah, mais conhecido como
movimento houthi,
lançou mísseis e drones contra Israel na terça-feira (31), com vários projéteis sendo abatidos na altura da cidade de Eilat, ao sul do país judeu. No entanto o general Yahya Saree, porta-voz do grupo, afirmou que pelo menos um dos disparos atingiu o alvo.
Durante o seu conflito de oito anos com a coligação liderada pelos
sauditas no Iêmen, o Ansar Allah
demonstrou a sua capacidade de
atacar alvos a centenas de quilômetros de distância usando mísseis balísticos e drones kamikaze, incluindo instalações petrolíferas da Saudi Aramco que eram defendidas por sistemas antiaéreos norte-americanos.
O ataque a Eilat é o
mais recente de uma série de incidentes que visam bases israelenses ou norte-americanas na região. Entre as hostilidades com potencial de alastramento, há os ataques a tropas dos EUA na Síria e no Iraque por milícias locais e as investidas trocadas entre
Israel e o Hezbollah ao longo da fronteira Israel-Líbano. Os israelenses também já atingiram alvos no Líbano e na Síria.
1 de novembro 2023, 11:39
O professor associado adjunto da Universidade Georgetown, no Catar, Luciano Zaccara, também professor associado de pesquisa em política do Golfo na Universidade do Catar, disse à Sputnik que a declaração do Ansar Allah "ressalta" como o conflito entre Israel e o Hamas, que governa a Faixa de Gaza, se tornou internacional.
"Essa evolução destaca a incapacidade dos governos regionais e das potências internacionais de mediar, mesmo que seja um
cessar-fogo humanitário temporário, essencial para
evitar mais devastação em Gaza e garantir a libertação de reféns."
"Embora países como o Irã, o Catar e a Turquia tenham tentado a mediação — como provado pelas duas visitas do [Hossein] Amirabdollahian [ministro das Relações Exteriores iraniano] a Doha, para se encontrar com [Ismail] Haniyeh [chefe do gabinete político do Hamas], e pelas três visitas a Ancara, bem como pela comunicação direta entre [Ebrahim] Raisi [presidente iraniano] e [Mohammed bin] Salman [príncipe herdeiro saudita] —, os EUA, o Reino Unido e a União Europeia ainda não apresentaram um apelo unificado para que Israel interrompa a sua ofensiva em Gaza, apesar das visitas do [Joe] Biden [presidente dos EUA], da [Ursula] Von der Leyen [presidente da Comissão Europeia] e do [Rishi] Sunak [primeiro-ministro do Reino Unido] a Tel Aviv", disse ele.
"Dado esse cenário, as ameaças, especialmente do Irã, relacionadas à mobilização do Eixo da Resistência […] estão se tornando cada vez mais tangíveis, especialmente tendo-se em conta a aparente paralisia dos Estados árabes em geral face à escalada das ações israelenses em Gaza."
O escopo cada vez maior dos ataques "prejudica diretamente os interesses de outros países que não Israel, incluindo os Estados Unidos e a Arábia Saudita", disse à Sputnik o professor de estudos do Oriente Médio na Universidade Ben-Gurion do Negev, em Israel, Yoram Meital.
1 de novembro 2023, 06:11
Mehmet Rakipoglu, pesquisador de assuntos internacionais no think tank Dimensions for Strategic Studies, com sede em Londres, disse que para muitos grupos em toda a região, expressar apoio à Palestina é "mais retórica". Ele observou, no entanto, que se Israel "
conseguir ganhos sérios na operação terrestre em Gaza", isso ainda poderá ser suficiente para desencadear uma
guerra regional.
A guerra começou no dia 7 de outubro, quando o Hamas fez um ataque-surpresa com foguetes, em grande escala, que atingiu o território de Israel. Além disso, militantes atravessaram a fronteira pela região sul e provocaram milhares de mortes, além de sequestrar mais de 220 pessoas. Uma das regiões mais pobres do mundo, Gaza tem mais de 80% da população na pobreza e sofre um bloqueio israelense por terra, ar e mar desde 2007.
Segundo dados recentes do
Ministério da Saúde de Gaza,
mais de 8,5 mil pessoas perderam a vida na ofensiva de Israel — 63% delas mulheres e crianças. Quase 3,5 mil crianças foram mortas, e pelo menos 6,3 mil estão órfãs.
No final da semana passada, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, anunciou a abertura de uma "
terceira fase" da guerra: uma
invasão terrestre da Faixa de Gaza por mais de 300 mil soldados das Forças de Defesa de Israel (FDI), intensificando o bloqueio contra Gaza.