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Brasileiros que estão na Faixa de Gaza vão deixar território até quarta, diz chanceler Mauro Vieira

© AFP 2023 / Bashar TalebCenário de destruição após ataque israelense no campo de refugiados palestinos de Jabaliya, na Faixa de Gaza, em 1º de novembro de 2023
Cenário de destruição após ataque israelense no campo de refugiados palestinos de Jabaliya, na Faixa de Gaza, em 1º de novembro de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 03.11.2023
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Após intensas negociações e críticas do país à priorização de estrangeiros que vivem em locais aliados a Israel, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, disse nesta sexta-feira (3) que os 34 brasileiros que estão na Faixa de Gaza devem cruzar a fronteira com o Egito até quarta (8).
Conforme o chanceler brasileiro, o ministro das Relações Exteriores de Israel, Eli Cohen, garantiu a saída do grupo em uma conversa por telefone.

"Foi a quarta que tive com o ministro. E ele me deu garantias que até quarta-feira todos os brasileiros que estão em Gaza poderão sair pela passagem de Rafah", contou.

Ainda há possibilidade da liberação acontecer antes.

"Ele me garantiu [...] que fará todo o possível para antecipar um ou dois dias, mas na quarta-feira dá todas as garantias. Isso foi um processo de conversa, de negociação de alguns dias e hoje eu tive essa boa notícia, dada por uma alta autoridade do governo de Israel", acrescentou.

Até o fim da tarde, o Itamaraty ainda não tinha nenhuma previsão sobre a saída dos brasileiros da zona de conflito.
Só na Faixa de Gaza, quase 9,4 mil pessoas já morreram por conta dos bombardeios diários, que atingiram inclusive escolas, hospitais e até campos de refugiados. Já o número de feridos passa de 32 mil.
Já foram divulgadas três listas de estrangeiros autorizados por Israel e deixar a região, através do posto de controle na fronteira de Rafah com o Egito, onde também chega a ajuda humanitária. Os contemplados foram pessoas de nacionalidades como Estados Unidos, Alemanha, Bélgica, Coréia do Sul, Croácia e Grécia. Porém, nenhum brasileiro constava nos documentos.
De acordo com a pasta, os 34 brasileiros estão abrigados nas cidades de Rafah e Khan, na região Sul, próximo à fronteira.
Um esquema de resgate já está de prontidão no Egito, com equipes do Itamaraty, médicos, além de comida, água e medicamentos. Na sequência, o grupo segue para o Aeroporto do Cairo, onde um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) os aguarda.

Até ambulâncias foram atacadas

As Forças de Defesa de Israel (FDI) admitiram que até ambulâncias foram atacadas na Faixa de Gaza.
Porém, elas supostamente estariam com membros do movimento Hamas e vários combatentes foram mortos nestes veículos nesta sexta. O chefe da Organização Mundial de Saúde, Tedros Ghebreyesus disse que ficou chocado com os relatos de ataque e pediu proteção aos profissionais de saúde e pacientes.
Por conta do conflito e do alto número de feridos, os hospitais estão em colapso e até anestesia para a realização de cirurgias chegou a faltar.
Mesmo com a situação dramática, as unidades são usadas como abrigo por muitas pessoas e o ataque a um dos principais hospitais da região no último mês deixou quase 500 mortos.
Segundo Israel, as estruturas são usadas pelo Hamas para que membros se escondam dos ataques.
Com cerca de 2,3 milhões de pessoas, a Faixa de Gaza é uma das regiões mais vulneráveis do mundo e tem pelo menos 80% da população na pobreza, além de índices de desemprego acima de 45%.
A ajuda humanitária ao território chega a conta gotas e só aproximadamente 300 chegaram na região. Segundo a ONU, a necessidade é de pelo menos 350 por dia.
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