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'Sonhavam com um futuro diferente': professora em Gaza relata tragédias após bombardeios de Israel
'Sonhavam com um futuro diferente': professora em Gaza relata tragédias após bombardeios de Israel
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Ruwaida Amer, uma professora no sul de Gaza, ensinava alunos a criar projetos científicos, mas viu muitos de seus alunos morrerem em meio ao recomeço do... 04.11.2023, Sputnik Brasil
2023-11-04T10:59-0300
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Em 7 de outubro, o Hamas lançou um ataque terrorista surpresa em grande escala contra Israel, que deixou mais de 1.400 mortos. Desde então, Israel lançou uma campanha maciça de ataques retaliatórios e ordenou um bloqueio total da Faixa de Gaza, onde vivem mais de dois milhões de pessoas, cortando o fornecimento de água, alimentos e combustível.A escalada do conflito resultou também em quase dez mil pessoas mortas na Faixa de Gaza, além de feridos, com pelo menos 3.500 crianças mortas, de acordo com o UNICEF.Assim, Ruwaida Amer, uma professora de ciências no sul de Gaza, estava há algumas semanas aproveitando os dias ajudando crianças da escola a criar projetos científicos, tirando uma selfie ocasional em um parque com alguns de seus alunos alegres, mas todos esses momentos se transformaram em lembranças distantes que se desintegram ante a nova realidade."Perdi muitos de meus alunos, três deles com idades entre dez e 13 anos", contou Amer, 32 anos, à Sputnik.Israel tem como objetivo expulsar o movimento palestino Hamas, mas os ataques aéreos parecem ter tido pouco efeito, pois os disparos de foguetes em direção a Israel continuam."Israel não avisa os cidadãos antes de bombardear suas casas, mas de repente lança mísseis sobre eles enquanto estão dormindo", comentou Amer, que também perdeu seus vizinhos durante os ataques, e se lembra de Odeh Abu Akar, um órfão de sete anos que ficou sem os seus país.Ela condenou igualmente o corte da água para o território palestino. Os residentes de Gaza, de acordo com Ruwaida Amer, dependem de poços que são bombeados uma vez por semana para fornecer água às comunidades. A falta de eletricidade impede igualmente que os prestadores de serviços médicos em Gaza cuidem dos feridos, diz.Embora milhares de residentes de Gaza tenham conseguido escapar da "destruição e da morte" após fugirem do norte da Faixa de Gaza antes da invasão israelense e a intensificação dos bombardeios, eles seguem enfrentando condições desumanas, segundo Amer, referindo o exemplo de Rawan Saed, de 35 anos.Ela recentemente fugiu da cidade de Gaza para uma escola de Al-Fokhari administrada pela Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Oriente Próximo (UNRWA, na sigla em inglês) com seus cinco filhos.Saed também se preocupa com o trauma psicológico de seus cinco filhos."Todos os meus filhos são pequenos, o mais velho deles tem 12 anos de idade, e eles urinam involuntariamente devido aos sons intensos de bombardeios e mísseis", relatou Saed, conforme citada pela Amer."Eles têm medo de qualquer som próximo a eles. Eles não gostam nem um pouco da noite e não conseguem dormir durante ela. Há dois dias, eu os deixei desenhando, e depois os encontrei desenhando a casa e o jardim, e sonhando em voltar para sua casa", lembra.
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'Sonhavam com um futuro diferente': professora em Gaza relata tragédias após bombardeios de Israel
Ruwaida Amer, uma professora no sul de Gaza, ensinava alunos a criar projetos científicos, mas viu muitos de seus alunos morrerem em meio ao recomeço do conflito entre Israel e Hamas.
Em 7 de outubro, o Hamas lançou u
m ataque terrorista surpresa em grande escala contra Israel, que deixou mais de 1.400 mortos. Desde então, Israel lançou uma campanha maciça de ataques retaliatórios e ordenou um bloqueio total da Faixa de Gaza, onde vivem mais de dois milhões de pessoas, cortando o fornecimento de água, alimentos e combustível.
A escalada do conflito resultou também em quase dez mil pessoas mortas na Faixa de Gaza, além de feridos, com pelo menos 3.500 crianças mortas, de acordo com o UNICEF.
Assim, Ruwaida Amer, uma professora de ciências no sul de Gaza, estava há algumas semanas aproveitando os dias ajudando crianças da escola a criar projetos científicos, tirando uma selfie ocasional em um parque com alguns de seus alunos alegres, mas todos esses momentos se transformaram em lembranças distantes que se desintegram ante a nova realidade.
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Perdi muitos de meus alunos, três deles com idades entre dez e 13 anos", contou Amer, 32 anos, à Sputnik.
"Essas crianças sonhavam com um futuro diferente. Elas sonhavam em viver em paz", lamentou, lembrando que as crianças ficam aterrorizadas com os sons de aviões e mísseis, algo que se tornou familiar demais para elas ao longo dos anos, e especialmente no último mês.
Israel tem como objetivo expulsar o movimento palestino Hamas, mas os ataques aéreos parecem ter tido pouco efeito, pois os disparos de foguetes em direção a Israel continuam.
31 de outubro 2023, 16:35
"Israel não avisa os cidadãos antes de bombardear suas casas, mas de repente lança mísseis sobre eles enquanto estão dormindo", comentou Amer, que também
perdeu seus vizinhos durante os ataques, e se lembra de Odeh Abu Akar, um órfão de sete anos que ficou sem os seus país.
Ela condenou igualmente o corte da água para o território palestino. Os residentes de Gaza, de acordo com Ruwaida Amer, dependem de poços que são bombeados uma vez por semana para fornecer água às comunidades. A falta de eletricidade impede igualmente que os prestadores de serviços médicos em Gaza cuidem dos feridos, diz.
"Não há água, eletricidade, combustível e alimentos. Como os cidadãos de Gaza podem viver sem essas necessidades básicas? É um cerco injusto e maciço", explicou a professora sobre as consequências dos ataques, incluindo os apagões. Ela referiu que isso também afetou a área da saúde nos hospitais.
Embora milhares de residentes de Gaza tenham conseguido escapar da "destruição e da morte" após fugirem do norte da Faixa de Gaza antes da invasão israelense e a intensificação dos bombardeios, eles seguem enfrentando condições desumanas, segundo Amer, referindo o exemplo de Rawan Saed, de 35 anos.
3 de novembro 2023, 12:52
Ela recentemente fugiu da cidade de Gaza para uma escola de Al-Fokhari
administrada pela Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Oriente Próximo (UNRWA, na sigla em inglês) com seus cinco filhos.
"Não podemos usar os banheiros adequadamente, não tomei banho desde o início da guerra até agora, e me sinto mental e fisicamente muito cansada. [...] Meus filhos não conseguem dormir por causa do lugar lotado e do barulho aqui. Tento dar comida para eles, mas não há como cozinhar aqui", detalhou ela.
Saed também se preocupa com o trauma psicológico de seus cinco filhos.
"Todos os meus filhos são pequenos, o mais velho deles tem 12 anos de idade, e eles urinam involuntariamente devido aos sons intensos de bombardeios e mísseis", relatou Saed, conforme citada pela Amer.
"Eles têm medo de qualquer som próximo a eles. Eles
não gostam nem um pouco da noite e não conseguem dormir durante ela. Há dois dias, eu os deixei desenhando, e depois os encontrei desenhando a casa e o jardim, e sonhando em voltar para sua casa", lembra.