Como Rússia dribla sanções ocidentais contra seu petróleo e obtém grandes lucros?
10:13 06.11.2023 (atualizado: 10:15 06.11.2023)
© AP Photo / Gregory BullUma chama queima em uma refinaria então operada pela Shell e atualmente de posse da mexicana Pemex, em Deer Park, Texas, EUA, 31 de agosto de 2017
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O teto de preço para o petróleo russo, introduzido pelo Grupo dos Sete (G7), composto por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido, está perdendo cada vez mais a sua eficácia, escreve o The Wall Street Journal.
"As receitas do petróleo e gás para o orçamento russo mais que dobraram em outubro em comparação com setembro [...]. Isto indica uma mudança radical da situação desde o início de 2023, quando as receitas da venda de fontes de energia caíram", aponta o jornal.
Segundo observam especialistas da instituição líder mundial em serviços financeiros JPMorgan Chase, o estabelecimento de um limite de preço do petróleo não é mais uma medida eficaz, porque à medida que as exportações crescem, a melhoria da situação comercial da Rússia ajuda a reduzir a pressão sobre o rublo, que se estabilizou em relação ao dólar nas últimas semanas.
No final de outubro, Foreign Policy relatou que a decisão dos países ocidentais de estabelecer o teto de preço do petróleo russo em US$ 60 (cerca de R$ 294) por barril não prejudicou a Rússia. Embora no início essas restrições tenham tido algum efeito, hoje Moscou se adaptou totalmente a elas. Em particular, a Rússia começou a intensificar o comércio com países que não apoiaram essa medida.
De acordo com a Agência Internacional de Energia, em setembro as exportações de petróleo russas aumentaram 460 mil barris por dia em comparação com agosto – chegando até 7,6 milhões de barris. Desta forma, a Rússia obteve a maior receita desde julho de 2022, no valor de US$ 18,8 bilhões (R$ 92,1 bilhões).