https://noticiabrasil.net.br/20231108/tensao-na-america-latina-venezuela-diz-que-presenca-militar-dos-eua-na-guiana-ameaca-regiao-31360075.html
Tensão na América Latina: Venezuela diz que presença militar dos EUA na Guiana ameaça região
Tensão na América Latina: Venezuela diz que presença militar dos EUA na Guiana ameaça região
Sputnik Brasil
A descoberta de grandes reservas de petróleo na região de Essequibo, na Guiana, reacendeu uma disputa histórica entre o país e a Venezuela. E, nesta... 08.11.2023, Sputnik Brasil
2023-11-08T15:33-0300
2023-11-08T15:33-0300
2023-11-08T19:03-0300
panorama internacional
américas
irfaan ali
guiana
venezuela
estados unidos
corte internacional de justiça
forças armadas
essequibo
nicolás maduro
https://cdn.noticiabrasil.net.br/img/07e7/0a/1f/31191446_0:0:564:317_1920x0_80_0_0_7499caa96e906dd10aae7f32bbacff1c.jpg
Enquanto Georgetown diz que o conflito sobre a região foi resolvido em um tribunal arbitral em 1899, Caracas defende que um terço do território do país vizinho está nos seus limites, definidos por fronteiras naturais desde a independência com a Espanha. O caso também está sendo julgado pela Corte Internacional de Justiça (CIJ).As tensões entre os dois países sul-americanos aumentaram após as licitações da Guiana para a exploração de petróleo no Essequibo por empresas dos Estados Unidos, principalmente a gigante ExxonMobil. O governo Nicolás Maduro chegou a convocar um referendo previsto para dezembro, quando a população vai decidir se o território é da Venezuela ou não, o que gerou reações de Georgetown.No fim do mês, Maduro insistiu que as declarações do presidente da Guiana, Irfaan Ali, colocam em risco a estabilidade da América Latina e do Caribe. "As medidas tomadas nas últimas semanas são simplesmente uma insolência contra toda a paz no continente. A Guiana se torna uma ameaça à paz, à estabilidade e ao direito internacional em toda a região do Caribe", afirmou à época o presidente durante a transmissão de seu programa de televisão Con Maduro Más.Já Irfaan Ali assegurou que o seu país não entregaria nenhum metro quadrado do território à Venezuela. Ali também alegou que confia que as Forças Armadas defenderiam os interesses da Guiana. Nesta semana, ainda, anunciou o acordo militar com os norte-americanos.Recusa em manter diálogoEm comunicado, Caracas denunciou que Ali segue recusando manter um diálogo direto com a Venezuela e questionou o fato de ele, em vez disso, fazer acordos com "a potência militar mais agressiva da história da humanidade, por meio de seu chamado Comando Sul".A Venezuela alertou a comunidade internacional, especialmente os países do Caribe, sobre as perigosas manobras da Guiana, único país da região que tem como língua oficial o inglês.Para Caracas, essas ações são motivadas pela "ambição financeira desmedida de sua classe dirigente e sua obstinada recusa em cumprir as normas internacionais". O Congresso do país convocou um referendo consultivo para o dia 3 de dezembro. Já a Guiana qualificou a iniciativa como um "plano sinistro da Venezuela para se apossar do território guianês" e pediu que a CIJ impeça a consulta.PIB cresceu 62,3% só em 2022Dos 14 blocos petrolíferos descobertos na região do Essequibo, 8 são explorados pela ExxonMobil. Para Caracas, há uma conspiração dos Estados Unidos para retirar do país os seus direitos sobre o território, que representa dois terços da Guiana.A expansão petrolífera na Guiana tornou o país com o maior índice de crescimento mundial: só neste ano, segundo dados do Fundo Monetário Internacional (FMI), já ultrapassa 38%. No ano passado, o número chegou a 62,3% de aumento econômico, em um país que entre 2006 e 2022 viu a taxa de pobreza cair de 60% para 40%. O país tem pouco mais de 800 mil habitantes e é o único da América do Sul que tem o inglês como idioma oficial.Mais de 100 anos de disputaHá mais de 100 anos que a Venezuela e a Guiana têm disputado a soberania da região de Essequibo, que abrange cerca de 160 mil quilômetros quadrados a oeste do rio Essequibo e possui grandes reservas de petróleo.Em 1966, as nações assinaram um acordo para procurar uma solução pacífica para esta disputa, mas em 2018 a Guiana apresentou uma ação perante o Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), na qual pede ao tribunal que valide legalmente a sentença arbitral de 1899, que lhe confere controle absoluto sobre a região.O Parlamento venezuelano convocou, em 21 de setembro, um referendo consultivo para que os venezuelanos expressem sua opinião sobre a disputa por meio do voto. A administração de Ali qualificou a iniciativa como um "plano sinistro da Venezuela para se apossar do território guianês" e a apresentou perante a CIJ para impedir a consulta.
https://noticiabrasil.net.br/20230926/venezuelanos-marcham-em-caracas-contra-sancoes-e-em-defesa-do-territorio-de-essequibo-fotos-30516140.html
guiana
venezuela
estados unidos
essequibo
Sputnik Brasil
contato.br@sputniknews.com
+74956456601
MIA „Rossiya Segodnya“
2023
Sputnik Brasil
contato.br@sputniknews.com
+74956456601
MIA „Rossiya Segodnya“
notícias
br_BR
Sputnik Brasil
contato.br@sputniknews.com
+74956456601
MIA „Rossiya Segodnya“
https://cdn.noticiabrasil.net.br/img/07e7/0a/1f/31191446_2:0:425:317_1920x0_80_0_0_067c10be4ad6b19bed210dda99021bea.jpgSputnik Brasil
contato.br@sputniknews.com
+74956456601
MIA „Rossiya Segodnya“
américas, irfaan ali, guiana, venezuela, estados unidos, corte internacional de justiça, forças armadas, essequibo, nicolás maduro, exxonmobil
américas, irfaan ali, guiana, venezuela, estados unidos, corte internacional de justiça, forças armadas, essequibo, nicolás maduro, exxonmobil
Tensão na América Latina: Venezuela diz que presença militar dos EUA na Guiana ameaça região
15:33 08.11.2023 (atualizado: 19:03 08.11.2023) A descoberta de grandes reservas de petróleo na região de Essequibo, na Guiana, reacendeu uma disputa histórica entre o país e a Venezuela. E, nesta quarta-feira (8), há mais um capítulo da tensão na América do Sul: o ministro das Relações Exteriores venezuelano, Yván Gil, rejeitou o anúncio da presença militar dos EUA a pedido do vizinho.
"A Venezuela rejeita veementemente o anúncio conjunto feito pela Guiana e o governo dos Estados Unidos, que relataram um aumento na presença militar na região, com o objetivo de proteger empresas energéticas norte-americanas, o que se torna a maior ameaça à estabilidade do Caribe e da América Latina", disse em comunicado oficial.
Enquanto Georgetown diz que o conflito sobre a região foi resolvido em um tribunal arbitral em 1899, Caracas defende que um terço do território do país vizinho está nos seus limites, definidos por fronteiras naturais desde a independência com a Espanha. O caso também está sendo julgado pela
Corte Internacional de Justiça (CIJ).
As tensões entre os dois países sul-americanos aumentaram após as licitações da Guiana para a exploração de petróleo no Essequibo por empresas dos Estados Unidos, principalmente a gigante ExxonMobil. O governo Nicolás Maduro chegou a convocar um referendo previsto para dezembro, quando a população vai decidir se o território é da Venezuela ou não, o que gerou reações de Georgetown.
No fim do mês,
Maduro insistiu que as declarações do presidente da Guiana, Irfaan Ali, colocam em risco a estabilidade da América Latina e do Caribe. "As medidas tomadas nas últimas semanas são simplesmente uma insolência contra toda a paz no continente. A Guiana se torna uma ameaça à paz,
à estabilidade e ao direito internacional em toda a região do Caribe",
afirmou à época o presidente durante a transmissão de seu programa de televisão Con Maduro Más.
Já Irfaan Ali assegurou que o seu país não entregaria nenhum metro quadrado do território à Venezuela. Ali também alegou que confia que as Forças Armadas defenderiam os interesses da Guiana. Nesta semana, ainda, anunciou o acordo militar com os norte-americanos.
Em comunicado, Caracas denunciou que Ali segue recusando manter um diálogo direto com a Venezuela e questionou o fato de ele, em vez disso, fazer acordos com "a potência militar mais agressiva da história da humanidade, por meio de seu chamado Comando Sul".
A Venezuela alertou a comunidade internacional, especialmente os países do Caribe, sobre as perigosas manobras da Guiana, único país da região que tem como língua oficial o inglês.
Para Caracas,
essas ações são motivadas pela "ambição financeira desmedida de sua classe dirigente e sua obstinada recusa em cumprir as normas internacionais". O Congresso do país convocou um referendo consultivo para o dia 3 de dezembro. Já a Guiana qualificou a iniciativa como um "plano sinistro da Venezuela para se apossar do território guianês" e pediu que a CIJ impeça a consulta.
26 de setembro 2023, 19:05
PIB cresceu 62,3% só em 2022
Dos 14 blocos petrolíferos descobertos na região do Essequibo, 8 são explorados pela ExxonMobil. Para Caracas, há uma conspiração dos Estados Unidos para retirar do país os seus direitos sobre o território, que representa dois terços da Guiana.
A expansão petrolífera na Guiana tornou o país com o maior índice de crescimento mundial: só neste ano, segundo dados do Fundo Monetário Internacional (FMI), já ultrapassa 38%. No ano passado, o número chegou a 62,3% de aumento econômico, em um país que entre 2006 e 2022 viu a taxa de pobreza cair de 60% para 40%. O país tem pouco mais de 800 mil habitantes e é o único da América do Sul que tem o inglês como idioma oficial.
Mais de 100 anos de disputa
Há mais de 100 anos que a Venezuela e a Guiana têm disputado a soberania da região de Essequibo, que abrange cerca de 160 mil quilômetros quadrados a oeste do rio Essequibo e possui grandes reservas de petróleo.
Em 1966, as nações assinaram um acordo para procurar uma solução pacífica para esta disputa, mas em 2018 a Guiana apresentou uma ação perante o Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), na qual pede ao tribunal que valide legalmente a sentença arbitral de 1899, que lhe confere controle absoluto sobre a região.
O Parlamento venezuelano convocou, em 21 de setembro, um referendo consultivo para que os venezuelanos expressem sua opinião sobre a disputa por meio do voto. A administração de Ali qualificou a iniciativa como um "plano sinistro da Venezuela para se apossar do território guianês" e a apresentou perante a CIJ para impedir a consulta.