Desmatamento na Amazônia: taxa cai 22,3% em 2023
17:47 09.11.2023 (atualizado: 19:31 09.11.2023)
© Folhapress / Lalo de AlmeidaQueimada em área desmatada no seringal Albracia, dentro da Reserva Extrativista Chico Mendes, em Xapuri, no Acre
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A taxa de desmatamento na Amazônia, entre agosto de 2022 e julho de 2023, foi de cerca de 9.001 km², queda de 22,3% em relação ao período anterior, segundo o relatório anual do Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes), divulgado nesta quinta-feira (9) pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
O resultado é o menor desde 2019 e representa uma queda de 22,3% em relação ao período anterior, de agosto de 2021 a julho de 2022. Na edição anterior, a taxa foi de 11.594 km².
A taxa de 2023 concentra cinco meses do governo anterior (agosto a dezembro de 2022) e sete da atual gestão (janeiro a julho de 2023).
Em coletiva de imprensa para comentar os resultados do relatório, a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, afirmou que a queda é fruto da decisão política de desmatamento zero, com ações articuladas e transversais de prevenção e controle do desmatamento.
Entrevista coletiva sobre o desmatamento da Amazônia, com a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, e a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva. Brasília, 9 de novembro de 2023
Entrevista coletiva sobre o desmatamento da Amazônia, com a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, e a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva. Brasília, 9 de novembro de 2023
"Pegamos um passivo de 6 mil km² do governo Bolsonaro que estará sendo computado para o desmatamento de 2023, mas como conseguimos uma redução de 42%, graças às ações emergenciais dentro do plano de controle do desmatamento, com medidas estruturantes, isso incide sobre a taxa global do desmatamento", declarou ela.
A ministra destacou o aumento, no mesmo período, de 104% dos autos de infração aplicados pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) por infrações contra a flora na Amazônia. Já as apreensões aumentaram em 61%, os embargos em 31%, e a destruição de equipamentos em 41%.
Como é medida a taxa Prodes
Divulgada anualmente desde 1988, a taxa é medida sempre de agosto de um ano a julho do ano seguinte, na comparação de imagens de satélite do período seco na Amazônia no ano atual com imagens do período seco no ano anterior. Além disso, a taxa emite alertas diários para apoiar a fiscalização em campo realizada pelo Ibama e pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
Com imagens de satélites precisas (de 10 a 30 metros), o Prodes detecta desmatamentos por corte raso e degradação progressiva, como árvores completamente destruídas por incêndios.