UE doou € 27 bilhões em ajuda militar a Kiev, mas continuidade não é consenso no bloco
09:53 14.11.2023 (atualizado: 14:30 14.11.2023)
© Foto / Kenzo TribouillardBandeiras da União Europeia e da Ucrânia fora da sede do Conselho Europeu em Bruxelas, Bélgica, 16 de maio de 2022
© Foto / Kenzo Tribouillard
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Os Estados-membros estão correndo para cumprir a sua promessa de fornecer um milhão de cartuchos de munição de artilharia a Kiev até 2024.
A União Europeia (UE) autorizou pelo menos € 27 bilhões (cerca de R$ 132,4 bilhões) em assistência militar direta à Ucrânia desde o ano passado, disse o chefe da política externa do bloco, Josep Borrell, elogiando a ajuda como o "valor mais elevado já alcançado".
Falando aos jornalistas antes de uma reunião da UE em Bruxelas na segunda-feira (13), Borrell delineou a agenda do evento, sublinhando que mesmo com a escalada de violência no Oriente Médio, os Estados-membros não devem "se esquecer da Ucrânia".
"Nosso apoio está aumentando. Posso dizer a vocês que atingiu o nível de € 27 bilhões em apoio militar", afirmou o chefe da política externa do bloco europeu, acrescentando que "é o valor mais elevado já alcançado. Nós continuamos treinando soldados ucranianos. Nós continuamos dando suporte à Ucrânia".
Embora o bloco estivesse preparado para discutir ajuda adicional a Kiev, alguns Estados-membros teriam se oposto à continuação da generosidade. De acordo com vários diplomatas seniôres citados pela Reuters na semana passada, a Alemanha "tem muitas dúvidas" sobre um plano de gastos de € 20 bilhões (cerca de R$ 98 bilhões) favorecido por Borrell, enquanto outros países podem estar limitados pela "realidade das finanças públicas".
A Eslováquia declarou publicamente o fim de toda a ajuda letal à Ucrânia, e a França também anunciou que reduziria os envios de armas no domingo (12), com o ministro das Forças Armadas, Sébastien Lecornu, afirmando que Paris deixaria de fornecer armas dos seus próprios arsenais. Em vez disso, disse que Kiev teria de comprar equipamento a empresas privadas "utilizando dinheiro de um fundo especial".
A UE também pretende entregar um milhão de obuseiros de artilharia à Ucrânia até março de 2024, um objetivo anunciado no início deste ano. No entanto, está lutando para atingir essa meta, que segundo a Bloomberg, chega a apenas 30% do valor total.
Nos seus comentários na segunda-feira, Borrell reconheceu que o bloco pode "não atingir [a meta] até ao final do ano", mas observou que os Estados-membros "passaram à produção [de munições]" e que "as linhas [de produção] já começaram a trabalhar".
"Vai depender da rapidez com que os contratos serão implementados e com que as fábricas produzirão", acrescentou. "O objetivo é aumentar a capacidade."
As forças ucranianas queimaram vastos fornecimentos de munições e outros equipamentos militares no meio do conflito com Moscou, com autoridades em Kiev solicitando repetidamente mais armas e munições a patrocinadores estrangeiros. Contudo, apesar da ajuda ocidental, a contraofensiva de verão (Hemisfério Norte) da Ucrânia se prolongou até ao outono, com as tropas lutando para avançar para além das pesadas fortificações russas. O Ministério da Defesa da Rússia estimou que Kiev perdeu mais de 90.000 soldados, juntamente com mais de 55 tanques e 1.900 veículos blindados, desde o início da sua ofensiva em junho.