- Sputnik Brasil, 1920
Panorama internacional
Notícias sobre eventos de todo o mundo. Siga informado sobre tudo o que se passa em diferentes regiões do planeta.

Conselho de Segurança da ONU aprova pausa humanitária e liberação de reféns em Gaza

© AP Photo / Abed KhaledCorpos de palestinos mortos durante o conflito entre Hamas e Israel em um dos maiores hospitais do território. Faixa de Gaza, 17 de outubro de 2023
Corpos de palestinos mortos durante o conflito entre Hamas e Israel em um dos maiores hospitais do território. Faixa de Gaza, 17 de outubro de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 15.11.2023
Nos siga no
Após cinco semanas do conflito entre Israel e Hamas na Faixa de Gaza, que já deixou cerca de 11,5 mil mortos só em Gaza, o Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU) aprovou, nesta quarta-feira (15), uma resolução que pede pausas humanitárias prolongadas no território, além da libertação dos quase 240 reféns mantidos pelo movimento.
Essa foi a primeira vez que o principal órgão da ONU quebrou o silêncio com relação à guerra promovida por Israel, uma das mais sangrentos do Oriente Médio nas últimas décadas.
O texto foi preparado por Malta e recebeu 12 votos a favor. Outros três países se abstiveram – Estados Unidos, Reino Unido e Rússia. A resolução apela para "pausas e corredores humanitários urgentes e prolongados em toda a Faixa de Gaza durante um número suficiente de dias". O objetivo é fazer com que a ajuda chegue à população civil.
Como não foi rejeitada por nenhum dos membros permanentes (Estados Unidos, Rússia, China, França e Reino Unido), que possuem poder de veto, o texto entra em vigor.

China pede apoio diplomático

A China pediu apoio do Conselho de Segurança da ONU à diplomacia na crise de reféns entre Israel e Gaza.

"Gostaríamos [a China] de reiterar que somos veementemente contra o deslocamento arbitrário do povo palestino. A resolução que acabamos de adotar também faz um apelo claro sobre a questão relacionada com [os] reféns. Reiteramos o nosso apelo para garantir a segurança pessoal e as necessidades humanitárias dos reféns e apoiar esforços diplomáticos ativos para facilitar a libertação antecipada das pessoas envolvidas", disse Zhang Jun durante a reunião.

A versão final elaborada pelo país europeu suavizou a formulação, passando de uma "exigência" para uma "exortação" para pausas humanitárias. O texto também suavizou a exigência de "libertação imediata e incondicional de todos os reféns detidos pelo Hamas e outros grupos".
Em outubro, a Assembleia Geral das Nações Unidas chegou a aprovar o pedido de cessar-fogo, além de ajuda humanitária à população de quase 2,3 milhões de pessoas da Faixa de Gaza. Ao todo, foram 120 votos a favor e 14 contra — incluindo os Estados Unidos e Israel — e 45 abstenções.
A resolução da Jordânia, em seu texto, apelou para uma "trégua humanitária imediata, duradoura e sustentada", exigindo que todas as partes cumpram o direito humanitário internacional e o fornecimento "contínuo, suficiente e sem entraves" de itens e serviços essenciais à Faixa de Gaza.
Porém, Israel ignorou o texto e, em meio aos embates entre o país e a ONU, o embaixador israelense na organização, Gilad Erdan, disse que as Nações Unidas não possuem legitimidade.

"Todos testemunhamos que a ONU já não tem um pingo de legitimidade ou relevância. Esta organização foi criada com o propósito de prevenir atrocidades. O espetáculo que acabamos de ver prova que a ONU está empenhada, infelizmente, não em prevenir, mas em garantir mais atrocidades", disse à época Erdan.

Os ataques diários promovidos por Israel não poupam sequer hospitais, escolas e abrigos. A escalada das tensões levou até a uma operação no maior hospital de Gaza, o Al-Shifa, quando militares das Forças de Defesa de Israel (FDI) invadiram as instalações internas sob a justificativa de procurarem armas e membros do Hamas. O último gerador da unidade parou de funcionar ainda no sábado (11) por falta de combustível. Dezenas de pessoas, incluindo bebês recém-nascidos, morreram.
O Ministro das Relações Exteriores de Israel, Eli Cohen (C), e o Ministro da Saúde de Israel, Uriel Buso (3º), sentam-se ao lado de parentes de reféns em Gaza, durante uma conferência de imprensa no Escritório Europeu das Nações Unidas em Genebra, em 14 de novembro de 2023. Milhares de civis, tanto palestinos como israelenses, morreram desde 7 de outubro de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 15.11.2023
Panorama internacional
Israel deixa Brasil de fora em reunião na ONU e diz que motivo foi 'erro' em envio de convite
Enquanto isso, a ajuda humanitária tem chegado a conta gotas mesmo após mais de três semanas de ser iniciada. Comida, água e medicamentos são enviados por caminhões através do posto de controle de Rafah, na fronteira entre Gaza e o Egito. Conforme os dados mais atualizados, mais de 500 veículos chegaram ao território, quando a necessidade é de pelo menos 300 por dia.

Rússia teve emenda vetada pelos EUA

Os Estados Unidos votaram contra a emenda proposta pela Rússia à resolução preparada por Malta no Conselho de Segurança da ONU sobre Gaza. A proposição russa requereu a inclusão do pedido de trégua humanitária duradoura, informou um correspondente do Sputnik.
A emenda teve nove abstenções. A alteração apelaria a uma trégua humanitária imediata e duradoura como forma de conduzir à cessação das hostilidades.
No último mês, a presidência do Conselho de Segurança foi do Brasil, que é membro rotativo e tem mandato até o fim do ano. Apesar das intensas negociações da chancelaria brasileira, uma resolução apresentada pelo país não foi aprovada por conta de um veto dos Estados Unidos.
O ministro das Relações Exteriores brasileiro, Mauro Vieira, chegou a criticar na época a paralisia do principal órgão da ONU frente ao conflito entre Hamas e Israel.
Neste mês, a presidência do CSNU é exercida pela China, que prometeu trabalhar para resolver o conflito na Faixa de Gaza.
Feed de notícias
0
Para participar da discussão
inicie sessão ou cadastre-se
loader
Bate-papos
Заголовок открываемого материала