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ONU apresenta plano para interromper 'carnificina em Gaza antes que seja tarde demais'

© AP Photo / Hatem AliPalestinos durante distribuição de comida por agências internacionais que seguem no território em meio ao conflito com Israel. Faixa de Gaza, 8 de novembro de 2023
Palestinos durante distribuição de comida por agências internacionais que seguem no território em meio ao conflito com Israel. Faixa de Gaza, 8 de novembro de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 15.11.2023
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Criticada mundo afora pela falta de ação frente ao conflito entre Israel e Hamas que já deixou cerca de 11,5 mil pessoas mortas, a Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou através do Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA, na sigla em inglês) um plano com dez passos para acabar com a "carnificina na Faixa de Gaza".
Para a entidade, a ofensiva das Forças de Defesa de Israel alcança "novos níveis de horror a cada dia". Nesta quarta-feira (15), os militares voltaram a fazer operações dentro do maior hospital da cidade de Gaza, Al-Shifa, em meio a cerca de 1,5 mil pacientes e mais de sete mil pessoas que se abrigam na estrutura por conta da guerra.
A declaração do secretário-geral adjunto de Assuntos Humanitários e coordenador de Socorro de Emergência da OCHA, Martin Griffiths, lembra que o mundo assiste em choque a esses ataques, além da morte de bebês prematuros por falta de eletricidade e privação dos meios básicos de sobrevivência para toda população do território, que tem cerca de 2,3 milhões de habitantes. Desse total, 80% já vivia na pobreza antes da guerra.
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Griffiths pediu que Israel e Hamas respeitem o direito internacional humanitário, além de encerrar os combates ou realizar um cessar-fogo para a chegada de ajuda com remédios, combustíveis, medicamentos e água. O plano possui dez pontos, que entre as propostas traz de resposta humanitária ao custo de US$ 1,2 bilhão (R$ 5,8 bilhões). Confira:
Facilitar os esforços das agências para trazer um fluxo contínuo de comboios de ajuda e fazê-lo de maneira segura;
Abrir pontos de travessia adicionais para a entrada de ajuda e caminhões comerciais, incluindo Kerem Shalom, a passagem entre o território palestino e Israel;
Permitir que a ONU, outras organizações humanitárias e entidades públicas e privadas tenham acesso a combustível em quantidades suficientes para fornecer ajuda e serviços básicos;
Permitir que as organizações humanitárias entreguem ajuda em toda Gaza sem impedimentos ou interferências;
Permitir à ONU ampliar o número de abrigos seguros para pessoas deslocadas em escolas e outras instalações públicas em toda a Faixa de Gaza, garantindo que permaneçam em lugares seguros durante as hostilidades;
Melhorar um mecanismo de notificação humanitária que ajudaria a proteger civis e infraestruturas civis das hostilidades e facilitaria o acesso humanitário.
Permitir o estabelecimento de centros de distribuição de ajuda para civis, de acordo com as necessidades;
Permitir que civis se desloquem para áreas mais seguras e retornem voluntariamente às suas residências;
Financiar a resposta humanitária, que agora totaliza US$ 1,2 bilhão (R$ 5,8 bilhões);
Implementar um cessar-fogo humanitário para permitir a retomada de serviços básicos e essenciais e retomar o comércio. O cessar-fogo também é vital para facilitar a entrega de ajuda, permitir a libertação de reféns e proporcionar alívio aos civis.
Griffiths enfatizou que essas ações são necessárias para interromper o massacre e que o plano é abrangente. Segundo o dirigente, a ONU está determinada a promover cada passo, mas precisa de amplo apoio internacional. Além disso, concluiu que o mundo deve agir antes que seja tarde demais.

Bairros inteiros destruídos

Para a ONU, a destruição de bairros inteiros "não é uma resposta para os crimes atrozes cometidos pelo Hamas". Em um artigo de opinião, o chefe da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados Palestinos no Oriente Médio (UNRWA, na sigla em inglês), Philippe Lazzarini, disse que a ofensiva israelense cria "uma nova geração de palestinos injustiçados que provavelmente continuarão o ciclo de violência".
Recep Tayyip Erdogan, presidente da Turquia, participa de coletiva de imprensa com Karl Nehammer, chanceler da Áustria, no complexo presidencial de Ancara. Turquia, 10 de outubro de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 14.11.2023
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Em resposta aos ataques do Hamas contra Israel, Tel Avi mobilizou mais de 300 mil reservistas, além de iniciar ataques aéreos contra o território palestino. Em 28 de outubro, Netanyahu anunciou que as tropas entraram por terra em Gaza e avançaram para a segunda fase da guerra. O objetivo é destruir a infraestrutura do Hamas e localizar os mais de 240 reféns.
Muitos países já apelaram a Israel e ao Hamas para que cessassem as hostilidades e negociassem um cessar-fogo, além de uma solução de dois Estados como a única forma possível de alcançar uma paz duradoura na região.
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