Filipinas assinam histórico acordo nuclear com Estados Unidos
17:14 17.11.2023 (atualizado: 15:59 19.11.2023)
© AFP 2023 / Frederic J. BrownO secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken (à direita), e o secretário de Energia das Filipinas, Raphael Lotilla, assinam papéis, com o presidente das Filipinas, Ferdinand Marcos Jr., de fundo, durante a edição 2023 da Cooperação Econômica da Ásia-Pacífico (APEC, na sigla em inglês), em São Francisco, Califórnia. EUA, 16 de novembro
© AFP 2023 / Frederic J. Brown
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As negociações para o acordo começaram em novembro de 2022, e ao mesmo tempo está sendo discutida a possibilidade de se reativar uma central nuclear filipina.
Nesta sexta-feira (17), os Estados Unidos e as Filipinas assinaram um acordo histórico que permitirá a Washington exportar tecnologia e materiais nucleares para Manila.
"Os Estados Unidos poderão compartilhar equipamentos e materiais com as Filipinas enquanto trabalham para desenvolver pequenos reatores modulares e outras infraestruturas civis de energia nuclear", disse o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, citado pela agência Reuters.
Ainda é necessária a aprovação pelo Congresso norte-americano do acordo, que permitirá uma transferência pacífica de material, equipamento e informação nuclear, em conformidade com os requisitos de não proliferação.
"Vemos a energia nuclear tornar-se parte da matriz energética das Filipinas até 2032 e estamos mais do que felizes por prosseguir esse caminho com os Estados Unidos. A energia nuclear é uma área onde podemos mostrar que a aliança e parceria Filipinas-EUA realmente funciona", disse o presidente Ferdinand Marcos Jr. em um discurso na cúpula da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC, na sigla em inglês).
Manila pretende aproveitar a energia nuclear como uma fonte alternativa viável de energia de base, à medida que procura desativar as centrais a carvão para ajudar a cumprir os objetivos climáticos e aumentar a segurança energética.
Tentativas anteriores de obter energia nuclear no país foram interrompidas por questões de segurança, mas o presidente discutiu a possibilidade de reativar uma central nuclear construída em resposta a uma crise energética durante o governo de seu pai, Ferdinand Marcos (1965-1986). Concluída em 1984, a usina nuclear de Bataan foi desativada dois anos depois.