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Sauditas querem protagonismo na descarbonização, e parceria com Brasil é essencial, diz especialista
Sauditas querem protagonismo na descarbonização, e parceria com Brasil é essencial, diz especialista
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Primeiro destino do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em viagem ao Oriente Médio iniciada nesta terça-feira (28), a Arábia Saudita oferece um portfólio... 28.11.2023, Sputnik Brasil
2023-11-28T16:55-0300
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O secretário de África e Oriente Médio, o embaixador Carlos Sérgio Sobral Duarte, destacou durante briefing que o comércio do Brasil com a Arábia Saudita já ultrapassa os US$ 5 bilhões (cerca de R$ 25 bilhões) neste ano e superou US$ 8 bilhões (cerca de R$ 40 bilhões) em 2022.O embaixador lembrou que já houve sinalização do país saudita — maior parceiro comercial na região — de investir no Brasil significativamente, em torno de US$ 10 bilhões. Os carros-chefes nas negociações são os setores de agricultura, indústria e infraestrutura. Mas o setor energético tem se destacado nas conversas recentes entre os dois países.Às vésperas da 28ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP 28), nos Emirados Árabes, a busca por energia renovável tem movimentado as negociações bilaterais entre o Brasil e a Arábia Saudita.Desenvolvimento sustentável presente em todos os setoresA Arábia Saudita é um forte fornecedor de hidrocarbonetos e fertilizantes químicos para o Brasil, enquanto as exportações brasileiras se concentram em produtos alimentícios. Entretanto, nos últimos anos, a pegada verde tem atraído os bilionários fundos de investimento do país, oriundos das exportações de petróleo.Segundo ele, o Brasil tem tudo para se posicionar como parceiro estratégico da Arábia Saudita na área de energia limpa, sobretudo hidrogênio verde, como já faz em segurança alimentar, em um "modelo que pressupõe aportes em empresas brasileiras".Ainda segundo o presidente da Câmara, a energia limpa norteia a atuação dos fundos sauditas Salic, de investimentos em agropecuária em parceria com empresas brasileiras, e a do Fundo de Investimento Público (PIF, na sigla em inglês), de US$ 775 bilhões (cerca de R$ 4 trilhões), que agregou aportes de US$ 8 bilhões para viabilizar a maior planta de hidrogênio verde do mundo, em construção em Neon, no mar Vermelho.O pesquisador da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) na área de petróleo e gás e analista de geopolítica e energia Luis Augusto Medeiros Rutledge também concorda que o setor energético é altamente promissor para as relações comerciais entre os dois países.Ele contou à Sputnik Brasil que a Arábia Saudita vem investindo pesadamente para reduzir a dependência econômica do país nas exportações de petróleo, devido à urgência mundial por uma transição energética para baixo carbono.Rutledge destacou que a estatal petroleira saudita, Aramco, que já investiu muito no Brasil no setor de mineração, pretende investir ainda mais em projetos de produção de hidrogênio (H2) verde pelo mundo, que não emite dióxido de carbono (CO2).De acordo com o especialista, o Brasil precisa acelerar a aprovação do marco legal para energia eólica offshore e, assim, atrair investimentos e desenvolvimento dessa tecnologia.A Sputnik também ouviu o economista e coordenador do Grupo de Estudos do Setor Elétrico (Gesel), Nivalde de Castro, que tem uma visão mais cética em relação à movimentação verde da Arábia Saudita.PAC e Porto com pegada verdeUma comitiva do governo brasileiro chegou dois dias antes da visita de Lula à Arábia para azeitar acordos e parcerias. O ministro da Casa Civil, Rui Costa, e o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, reuniram-se com o ministro dos Transportes saudita. No encontro foi reforçado o potencial dos portos e das hidrovias do país, que são responsáveis por 95% da movimentação do produto interno bruto (PIB) brasileiro.Também foi apresentada uma carteira de investimentos de mais de R$ 70 bilhões e boas práticas ambientais.Rui Costa informou que há expectativa de investimentos sauditas no novo PAC.Costa Filho relatou que investidores árabes sinalizam interesse em fazer operações portuárias no país. "Além disso, estamos trabalhando para levar novas companhias aéreas para o país", informou o ministro.BRICSCom a entrada da Arábia Saudita no grupo, 42% da produção mundial de petróleo estará nas mãos do BRICS, destacou Rutledge. Segundo ele, com a nova configuração, o BRICS incluirá, ao mesmo tempo, alguns dos principais importadores e alguns dos principais produtores do combustível.
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Sauditas querem protagonismo na descarbonização, e parceria com Brasil é essencial, diz especialista
16:55 28.11.2023 (atualizado: 18:22 29.11.2023) Especiais
Primeiro destino do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em viagem ao Oriente Médio iniciada nesta terça-feira (28), a Arábia Saudita oferece um portfólio bastante variado e rechonchudo de investimentos para o Brasil.
O secretário de África e Oriente Médio, o embaixador Carlos Sérgio Sobral Duarte,
destacou durante briefing que o comércio do Brasil com a Arábia Saudita já ultrapassa os
US$ 5 bilhões (cerca de R$ 25 bilhões) neste ano e superou
US$ 8 bilhões (cerca de R$ 40 bilhões) em 2022.
O embaixador lembrou que já houve sinalização do país saudita — maior parceiro comercial na região — de investir no Brasil significativamente, em torno de US$ 10 bilhões. Os carros-chefes nas negociações são os setores de agricultura, indústria e infraestrutura. Mas o setor energético tem se destacado nas conversas recentes entre os dois países.
Às vésperas da 28ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP 28), nos Emirados Árabes, a busca por energia renovável tem movimentado as negociações bilaterais entre o Brasil e a Arábia Saudita.
Desenvolvimento sustentável presente em todos os setores
A Arábia Saudita é um forte fornecedor de hidrocarbonetos e fertilizantes químicos para o Brasil, enquanto as exportações brasileiras se concentram em produtos alimentícios. Entretanto, nos últimos anos, a pegada verde tem atraído os bilionários fundos de investimento do país, oriundos das exportações de petróleo.
"Se tem uma coisa que os sauditas têm interesse é na possibilidade de exercer protagonismo na descarbonização da economia global e, nesse sentido, uma parceria sólida com o Brasil é simplesmente essencial", comentou o presidente da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, Osmar Chohfi, em entrevista à Sputnik Brasil.
Segundo ele, o Brasil tem tudo para se posicionar como parceiro estratégico da Arábia Saudita na área de energia limpa, sobretudo hidrogênio verde, como já faz em segurança alimentar, em um "modelo que pressupõe aportes em empresas brasileiras".
"Até que a plena disponibilidade de energia limpa seja alcançada no país, hoje [a Arábia Saudita como] o maior exportador de petróleo do mundo, é provável que os sauditas recorram à compensação de emissões, adquirindo, por exemplo, créditos de carbono em países como o Brasil", disse Chohfi.
Ainda segundo o presidente da Câmara, a energia limpa norteia a atuação dos fundos sauditas Salic, de investimentos em agropecuária em parceria com empresas brasileiras, e a do Fundo de Investimento Público (PIF, na sigla em inglês), de US$ 775 bilhões (cerca de R$ 4 trilhões), que agregou aportes de US$ 8 bilhões para viabilizar a maior planta de hidrogênio verde do mundo, em construção em Neon, no mar Vermelho.
"É necessário a existência de projetos bem fundamentados, conduzidos por empresas de elevada governança em um ambiente regulatório que garanta segurança jurídica a todos os lados", ponderou.
O pesquisador da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) na área de petróleo e gás e analista de geopolítica e energia Luis Augusto Medeiros Rutledge também concorda que o setor energético é altamente promissor para as relações comerciais entre os dois países.
Ele contou à Sputnik Brasil que a Arábia Saudita vem investindo pesadamente para
reduzir a dependência econômica do país nas exportações de petróleo, devido à urgência mundial por uma
transição energética para baixo carbono.
Rutledge destacou que a estatal petroleira saudita, Aramco, que já investiu muito no Brasil no setor de mineração, pretende investir ainda mais em projetos de
produção de hidrogênio (H2) verde pelo mundo, que não emite dióxido de carbono (CO2).
"Os árabes pretendem investir em projetos de fontes renováveis, principalmente em acordos que envolvem H2. A Arábia Saudita também tem interesse no lítio brasileiro, commodity essencial para a transição energética, e está investindo pesado no setor de veículos elétricos e pretende produzir 500 mil veículos elétricos por ano."
24 de dezembro 2021, 15:04
De acordo com o especialista, o Brasil precisa acelerar a aprovação do marco legal para energia eólica offshore e, assim, atrair investimentos e desenvolvimento dessa tecnologia.
A Sputnik também ouviu o economista e coordenador do Grupo de Estudos do Setor Elétrico (Gesel), Nivalde de Castro, que tem uma visão mais cética em relação à movimentação verde da Arábia Saudita.
"A questão específica de hidrogênio não é uma questão estratégica para a Arábia Saudita, porque o hidrogênio é um concorrente do petróleo. O que pode interessar para a Arábia Saudita, por exemplo, é a questão do lítio, que é um mineral que tende a ter um aumento de procura no mercado internacional muito grande, até por conta do processo de ampliação da mobilidade elétrica, da necessidade de baterias para suportar esse mercado de produção de veículos elétricos", comentou ele.
27 de novembro 2023, 14:06
PAC e Porto com pegada verde
Uma comitiva do governo brasileiro chegou dois dias antes da visita de Lula à Arábia para azeitar acordos e parcerias. O ministro da Casa Civil, Rui Costa, e o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, reuniram-se com o ministro dos Transportes saudita. No encontro foi reforçado o potencial dos portos e das hidrovias do país, que são responsáveis por 95% da movimentação do produto interno bruto (PIB) brasileiro.
Também foi apresentada uma carteira de investimentos de mais de R$ 70 bilhões e boas práticas ambientais.
"Essa será uma grande oportunidade de mostrar ao mundo o grande potencial que o Brasil tem para investir e se desenvolver com sustentabilidade e segurança jurídica […]. Temos uma carteira de grandes iniciativas nos nossos portos, aeroportos e hidrovias que dialogam com práticas sustentáveis, como a produção do combustível renovável para a aviação, os corredores hidroviários verdes e a busca pela descarbonização dos nossos portos", disse Costa Filho.
Rui Costa informou que há expectativa de investimentos sauditas no novo PAC.
"A expectativa é que parte desse investimento também ocorra por meio de fundos de investimento. Agora mesmo, nos dois leilões que ocorreram de rodovias no Paraná, o fundo de investimento árabe participou."
Costa Filho relatou que investidores árabes sinalizam interesse em fazer operações portuárias no país. "Além disso, estamos trabalhando para levar novas companhias aéreas para o país", informou o ministro.
27 de novembro 2023, 14:06
Com a
entrada da Arábia Saudita no grupo,
42% da produção mundial de petróleo estará nas mãos do BRICS, destacou Rutledge. Segundo ele, com a nova configuração, o BRICS incluirá, ao mesmo tempo, alguns dos principais importadores e alguns dos principais produtores do combustível.
"Essa formatação criará uma dinâmica impensável no mercado das principais commodities globais."