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Irã rebate acusação dos EUA sobre ataques e cita criação de 'aliança contra o Ocidente' junto a Cuba

© Foto / Twitter / ReproduçãoSaeed Iravani, enviado do Irã na Organização das Nações Unidas (ONU)
Saeed Iravani, enviado do Irã na Organização das Nações Unidas (ONU) - Sputnik Brasil, 1920, 05.12.2023
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O aiatolá Ali Khamenei disse ao presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, que as capacidades de Teerã e Havana "devem ser utilizadas para formar uma aliança entre países que tenham a mesma posição contra os comportamentos coercivos dos EUA e do Ocidente".
Nesta terça-feira (5), o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores iraniano, Nasser Kanaani, considerou "infundadas e não construtivas" as observações do governo norte-americano junto a outras do Reino Unido, as quais afirmavam que o Irã era responsável por quaisquer ataques dos grupos militantes que apoia.

"Como afirmamos claramente antes, os grupos de resistência não estão recebendo ordens de Teerã para confrontar os crimes de guerra e o genocídio cometidos por Israel", acrescentou Kanaani citado pela agência Reuters.

Na segunda-feira (5), os Estados Unidos acusaram o Irã de contribuir para os recentes ataques dos houthis do Iêmen contra navios comerciais que transitam pela região do golfo Pérsico, conforme noticiado. Washington informou que estava consultando aliados para tomar medidas decisivas em resposta à "crescente ameaça dos houthis".
O embaixador do Irã nas Nações Unidas também rejeitou categoricamente as acusações que os representantes dos EUA, do Reino Unido e Israel fizeram contra a República Islâmica.
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Em carta endereçada ao secretário-geral da ONU, António Guterres, e ao presidente do Conselho de Segurança da ONU, José de la Gasca, o enviado iraniano, Saeed Iravani, afirmou que as declarações dos EUA eram uma "tentativa deliberada […] de justificar e descriminalizar os seus persistentes atos criminosos de agressão".
"[…] A este respeito, gostaria de reiterar mais uma vez que a República Islâmica do Irã não participou em quaisquer atos ou ataques contra as forças militares dos EUA. O Irã considera estas alegações infundadas como uma tentativa deliberada dos Estados Unidos, o Estado ocupante, de justificar e descriminalizar os seus persistentes atos criminosos de agressão e graves violações do direito internacional e da Carta das Nações Unidas na Síria e na região", afirmou Iravani citado pela agência Tasnim.
Esta semana, três navios comerciais foram atacados em águas internacionais no sul do mar Vermelho. Os houthis reconheceram o lançamento de ataques de drones e mísseis contra o que disseram ser dois navios israelenses na área.
Em reunião com o presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, ontem (6), o aiatolá Ali Khamenei, apelou à formação de uma coligação entre os países que tenham a mesma posição contra os comportamentos coercivos estadunidenses e dos governos ocidentais.
Na reunião, Khamenei referiu-se às numerosas capacidades políticas e econômicas de Irã e Cuba, sublinhando que "estas capacidades devem ser utilizadas para formar uma aliança e uma coligação entre países que tenham a mesma posição contra os comportamentos coercivos dos EUA e do Ocidente".
"Ao concentrar-se na cooperação econômica, esta coligação [Cuba-Irã] pode assumir uma posição comum e eficaz em questões globais importantes, como a questão palestina", acrescentou.
O presidente cubano também enfatizou que as Teerã e Havana podem complementar-se em vários campos, especialmente no tratamento das medidas intervencionistas e sanções dos Estados Unidos e seus aliados.
Sobre a questão palestina, Díaz-Canel chamou atenção para os "dois pesos e duas medidas" com que o mundo julga o conflito na Faixa de Gaza e na Ucrânia, segundo a agência Tasnim.
"O que está acontecendo hoje em Gaza é um genocídio inaceitável, e as organizações internacionais fecharam os olhos ao assassinato de dezenas de milhares de habitantes de Gaza, dois terços dos quais são crianças e mulheres. E o que é surpreendente é que aqueles que se queixavam constantemente da guerra entre a Ucrânia e a Rússia e do assassinato de civis estão agora em silêncio sobre o assassinato de dezenas de milhares de habitantes de Gaza. O que isto mostra é o estado terrível em que o nosso mundo se encontra", analisou.
O então vice-presidente dos EUA, Joe Biden, e o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, apertam as mãos no gabinete do primeiro-ministro em Jerusalém. Israel, 9 de março de 2016 (foto de arquivo) - Sputnik Brasil, 1920, 30.11.2023
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