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Lula recebe telefonema de Maduro e pede que 'medidas unilaterais' sobre Essequibo 'sejam evitadas'

© AFP 2023 / Evaristo SaO presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, fala durante a comemoração do Dia da Consciência Negra, no Palácio do Planalto, em Brasília, em 20 de novembro de 2023
O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, fala durante a comemoração do Dia da Consciência Negra, no Palácio do Planalto, em Brasília, em 20 de novembro de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 09.12.2023
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Em ligação, Lula recordou ao homólogo venezuelano os termos da declaração sobre a questão aprovada na Cúpula do Mercosul e pediu a Maduro que "evite medidas unilaterais que levem a uma escalada da situação".
O Palácio do Planalto divulgou hoje (9) que o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, ligou para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta manhã.

"O presidente Lula transmitiu a crescente preocupação dos países da América do Sul sobre a questão do Essequibo. Expôs os termos da declaração sobre o assunto aprovada na Cúpula do Mercosul e assinada por Brasil, Uruguai, Paraguai, Argentina, Colômbia, Peru, Equador e Chile. Recordou a longa tradição de diálogo na América Latina e que somos uma região de paz", diz a nota do Planalto.

Ao mesmo tempo, Lula "fez um chamado ao diálogo e sugeriu que o presidente de turno da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC), Ralph Gonsalves, trate do tema com as duas partes. O presidente Lula reiterou que o Brasil está à disposição para apoiar e acompanhar essas iniciativas", acrescentou a nota.

"Lula ressaltou que é importante evitar medidas unilaterais que levem a uma escalada da situação", finalizou o comunicado.

Desde a realização do referendo na Venezuela que tratou da disputa do Essequibo na semana passada, a diplomacia brasileira entende que a situação se agravou. Nos bastidores, ministros do Planalto ventilaram que Lula estava "irritado" com o plano de Caracas de levar a disputa pela região adiante.
Também nesta manhã (9), Maduro desceu um pouco tom e disse que a "Guiana e a ExxonMobil terão que sentar e conversar conosco", em um posto feito em sua conta no X (antigo Twitter).
A Guiana e a ExxonMobil terão que sentar e conversar conosco, o governo da República Bolivariana da Venezuela. De coração e alma, queremos paz e compreensão. Certamente, tudo! Deixe o mundo ouvi-lo, com o Acordo de Genebra, tudo!
No entanto, mais tarde, Maduro fez outro post, um pouco mais incisivo, dizendo que "não poderão ignorar a vontade soberana da Venezuela".
Optamos pelo diálogo direto com a Guiana, mas as suas autoridades revogaram o Acordo de Genebra e começaram a dividir o nosso mar, ameaçando construir uma base militar para o Comando Sul dos EUA. Não contaram com a nossa astúcia, o povo saiu em defesa da Guiana Esequiba. Não poderão ignorar a vontade soberana da Venezuela!
mais de cem anos que Venezuela e Guiana disputam o território de Essequibo. No último domingo (3), Caracas realizou um referendo no qual mais de 10,5 milhões de cidadãos votaram "sim", apoiando o fato de que a região pertence à Venezuela.
A reação da Guiana foi imediata, com o presidente do país, Irfan Ali, acionando o Conselho de Segurança das Nações Unidas e acrescentando que a "Força de Defesa da Guiana está em alerta máximo".
Comandante do Comando Sul dos EUA (USSOUTHCOM), general Laura Richardson durante cerimônia de encerramento dos exercícios militares Tradewinds 23, realizados na Guiana e liderados pelos EUA, em 27 de julho de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 07.12.2023
Panorama internacional
EUA farão exercícios militares em Essequibo com Exército da Guiana
Desde 2019, a Guiana vive um boom econômico por causa do petróleo, quando a gigante norte-americana ExxonMobil começou a explorar na região depois da descoberta de enormes reservas nas águas costeiras do país em 2015.
No ano passado, a pequena nação sul-americana já havia registrado um crescimento recorde de 62,3% graças ao petróleo e deve bater 37% neste ano — maiores índices do mundo, recorda o jornal O Globo.
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