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Financiamento de Biden à Ucrânia: 'Pare o dinheiro e acabe com a violência', diz especialista

© AFP 2023 / Anatolii StepanovSoldados de infantaria ucranianos da 57ª Brigada de Infantaria Motorizada Separada Otaman Kost Khordienko em uma trincheira em um local não revelado perto da cidade de Artyomovsk (Bakhmut, na denominação ucraniana), região de Donetsk, leste da Ucrânia, 13 de abril de 2023
Soldados de infantaria ucranianos da 57ª Brigada de Infantaria Motorizada Separada Otaman Kost Khordienko em uma trincheira em um local não revelado perto da cidade de Artyomovsk (Bakhmut, na denominação ucraniana), região de Donetsk, leste da Ucrânia, 13 de abril de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 13.12.2023
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Durante a visita de Vladimir Zelensky a Washington DC, o presidente dos EUA, Joe Biden, disse que havia assinado outro saque de US$ 200 milhões do Pentágono para Kiev, contornando o Congresso.
O último pacote de redução é o 53º deste tipo fornecido pelo presidente dos EUA à Ucrânia desde o início da operação militar especial russa, além de mais de US$ 111 bilhões (cerca de R$ 551,2 bilhões) em ajuda atribuída pelo Congresso ao Estado do Leste Europeu.
"Eu me oponho e votei contra cada centavo gasto em uma guerra por procuração na Ucrânia e o Congresso não deveria desperdiçar mais dinheiro de seus cidadãos contribuindo para a morte de ucranianos ou russos", disse o congressista republicano Paul A. Gosar, do Arizona, à Sputnik.
A decisão de Biden de fornecer à Ucrânia US$ 200 bilhões (aproximadamente R$ 992,9 bilhões) em armas e equipamento ocorreu em um momento em que o Congresso dos EUA continua em um impasse sobre o pedido do presidente dos EUA para alocar mais de US$ 110 bilhões (cerca de R$ 546,02 bilhões) em ajuda a Ucrânia, Israel, Taiwan e outras questões de segurança. Os republicanos do Congresso se recusaram a dar luz verde ao projeto de lei, a menos que os democratas incluíssem reformas abrangentes às políticas de fronteiras na medida.
Enquanto os legisladores dos EUA se preparam para deixar o Capitólio para as férias de inverno (Hemisfério Norte), o líder da maioria no Senado, Chuck Schumer (democrata por Nova York), pediu ao presidente da Câmara, Mike Johnson, que mantivesse a câmara baixa aberta após esta semana para que o robusto pacote pudesse ser aprovado. A visita de Zelensky a Washington é vista por muitos como uma tentativa de fazer pender a balança a favor da Ucrânia.
"Visto de fora, os problemas da Ucrânia parecem bastante agudos, mas até que ponto isso é narrativo, a fim de pressionar os legisladores dos EUA a ceder às exigências de Zelensky e até que ponto é realidade, ninguém sabe neste momento", disse Tom Luongo, analista financeiro e geopolítico à Sputnik. "Dito isto, a posição de Zelensky é extremamente tênue. Esta parece ser a sua última oportunidade de angariar fundos da velha guarda no Senado [como] McConnell, Schumer etc.", disse ele.
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"Zelensky está pendurado por uma corda muito fina, que ele colocou em volta do próprio pescoço. Dito isso, não acredito nem por um segundo que ele não estivesse recebendo ordens de administrar as coisas da maneira como elas devem ser administradas. Ele é um fantoche, um recebedor de ordens. E, enquanto seguir o roteiro, será recompensado com um gordo 'relógio de ouro' por um trabalho bem executado", continuou o analista.
Zelensky não pode voltar para casa de mãos vazias, uma vez que estão surgindo problemas para o seu regime após o fracasso da Ucrânia em alcançar qualquer um dos seus objetivos durante a malfadada contraofensiva, de acordo com Luongo.
Entretanto, os Estados Unidos têm os seus próprios problemas internos que têm de ser resolvidos, insistiu o economista.
"Os EUA precisam cortar gastos independentemente da Ucrânia. Ponto final", sublinhou Luongo. "O caminho que estamos trilhando é insustentável. Até mesmo o presidente do Comitê Federal de Mercado Aberto [FOMC, na sigla em inglês], Jerome Powell, diz isso, quebrando protocolos sérios ao fazê-lo. Os EUA também não podem realmente aumentar os impostos, nem deveriam. Já estamos sobrecarregados e excessivamente regulamentados para o ponto de autoextinção. Cortar gastos em Washington é o caminho a seguir para os EUA, tornando a nossa emissão de títulos mais sustentável. Neste ponto, os ventos políticos se afastaram da Ucrânia", explicou Luongo.
O analista esclareceu que, a menos que os Estados Unidos tomem medidas para reduzir os gastos e diminuir a carga do governo sobre a classe média, a Reserva Federal (Fed) dos EUA terá opções limitadas para controlar a inflação ou evitar uma crise no longo prazo.
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"O financiamento para a Ucrânia é emblemático da podridão política em Washington, já que a liderança não quer nada além de continuar a dar prioridade a tudo, em todo o lado, ao mesmo tempo, porque os seus grandes sonhos de engenharia social superam todas as outras preocupações", salientou o especialista.
A Ucrânia enfrenta atualmente o problema de ser excessivamente dependente da ajuda ocidental. Esta situação pode ser atribuída ao fracasso da estratégia inicial do Ocidente, que visava provocar um conflito com a Rússia. Em março de 2022, a Ucrânia teve a oportunidade de chegar a um acordo de paz com Moscou e evitar uma catástrofe. Contudo, os políticos ocidentais chegaram em meio às negociações e intervieram, levando o presidente Zelensky a abandonar qualquer acordo preliminar e a intensificar os combates, na tentativa de enfraquecer a Rússia. Como resultado, a Ucrânia enfrenta agora as consequências das suas ações.
"Assim, sem o apoio monetário dos EUA e/ou da UE, a Ucrânia se torna um Estado falido de proporções épicas", sublinhou o especialista. "A Europa não pode se dar ao luxo de apoiar financeiramente a Ucrânia tal como os EUA. Nenhuma mudança real pode ocorrer até que os cheques parem de aparecer. A fortitude e a coragem daqueles que lutam pela Ucrânia vão definhar ainda mais rapidamente se os seus esforços não alimentarem as suas famílias no seu país de origem. Esta é a única maneira, no entanto, de sair desta tragédia. Pare o dinheiro, [assim] você acaba com a violência e o abuso", concluiu Luongo.
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