Lavrov: com mundo cansado do dólar, Lula impulsionou criação de sistemas de pagamento alternativos
05:40 28.12.2023 (atualizado: 10:31 28.12.2023)
© Sputnik / Ramil SitdikovSergei Lavrov, ministro das Relações Exteriores da Rússia, durante entrevista com Dmitry Kiselev, diretor-geral do grupo midiático Rossiya Segodnya, 28 de dezembro de 2023
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Nesta quinta-feira (28), o chanceler russo Sergei Lavrov dá uma entrevista à agência de notícias Sputnik e ao canal de TV Rossiya 24. O ministro russo é entrevistado pelo diretor-geral do grupo midiático Rossiya Segodnya, Dmitry Kiselev.
Sergei Lavrov, ministro das Relações Exteriores da Rússia, está confiante de que todo o povo do país, liderado pelo presidente, garante a aproximação da vitória, inclusive no conflito na Ucrânia.
Ele respondeu a uma pergunta sobre a principal vitória diplomática da Rússia em 2023.
"A vitória que tivemos não foi apenas diplomática. Antes de tudo, é uma vitória forjada na linha de frente, na zona da operação militar especial. Mas sem a retaguarda, sem o apoio popular lá, os resultados teriam sido diferentes. Todo o nosso povo, toda a nossa liderança liderada pelo presidente, garante o movimento para a frente, isso é visível", disse nesta quinta-feira (28) Lavrov em uma entrevista ao Rossiya Segodnya e ao canal russo Rossiya 24.
Sergei Lavrov garantiu que os objetivos da operação militar especial serão cumpridos.
"Desmilitarização, desnazificação. Não há como escapar disso."
'Fórmula da paz' de Zelensky
O ministro também criticou a fórmula da paz de Vladimir Zelensky, apoiada por países ocidentais, e à qual eles tentam atrair países em desenvolvimento.
"O objetivo era fazer com que eles [os países] assinassem a 'fórmula da paz' de Zelensky, que não é mais que uma invenção de uma imaginação doentia. Porque tudo o que ela diz como 'vinhetas': segurança alimentar, segurança energética, o principal é 'Rússia, volte para as fronteiras de 1991, devolva a Crimeia, devolva Donbass'", sublinhou Lavrov.
Na opinião do alto responsável russo, "toda a comunidade on-line está observando como ele [Zelensky] ainda estava, há alguns anos, fundamentalmente falando no espírito do roteiro 'Servo do Povo': 'Deixem os russos em paz, é o idioma deles, vivam normalmente. Eu mesmo sou judeu, mas minha língua materna é o russo, mas sou um cidadão da Ucrânia.' Por que ele não pode adotar essa linha de princípios? Ele traiu seu povo. Ele traiu não apenas um povo, mas ambos os povos".
Resposta da Rússia aos eventos
Ao mesmo tempo. "praticamente todo o país, todos os setores da sociedade trabalharam para a vitória, e continuam trabalhando para a vitória", ressaltou ele.
Segundo o chanceler, as sanções ocidentais apenas reforçaram a coesão do povo russo.
"Como resultado dessa guerra híbrida de todo o Ocidente coletivo contra a Rússia, que foi desencadeada pelas mãos, corpos e todos os outros componentes da sociedade ucraniana contra nós [...], a Rússia se tornou significativamente mais forte ao longo deste ano, e a unidade do nosso povo aumentou consideravelmente", apontou.
Ele acrescentou que o Ocidente estava contando com a desunião da população russa, e com uma oposição à operação especial, "e eles conseguiram a unidade do país, a unidade do povo".
"E alguns até, como o secretário de Defesa dos EUA, um responsável, nos chamaram de inimigos, mas, se for o caso, estamos prontos para qualquer desenvolvimento, já tentaram nos subjugar mais de uma vez", referiu ele.
Somente uma séria reviravolta interna pode livrar os Estados Unidos de seu senso de superioridade, garantiu o ministro das Relações Exteriores da Rússia. Para ele, "isso ficou especialmente evidente nas ações da administração democrata [de Joe Biden], com seu esforço para subjugar não apenas o mundo inteiro, mas também seu próprio país, violando sua própria Constituição".
"O Ocidente está realmente mudando sua tática, talvez até pensando em refinar sua estratégia, porque se a 'derrota estratégica da Rússia' é uma estratégia, perdoe a tautologia, então essa estratégia falhou miseravelmente."
BRICS e Lula
Os países definiram claramente a tarefa na última cúpula do BRICS em agosto, o presidente Lula da Silva foi o principal promotor da criação do banco para sistemas de pagamento alternativos, disse chanceler russo.
Ele apontou que isso aconteceu porque todo mundo já está cansado do dólar, que se torna um instrumento de influência e um instrumento para minar as posições legítimas de diferentes regiões.
Lavrov observou que os 27 países interessados estão "na fila para receber pelo menos o status de um Estado-parceiro do BRICS". É impossível aceitar rapidamente todos os interessados na associação, explicou. "Vamos introduzir gradualmente a cultura do BRICS na política global", deu a entender Lavrov.