Cidadãos norte-americanos veem crise na fronteira sul do país como uma 'invasão', aponta pesquisa
© AP Photo / Eric Gay
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Uma nova pesquisa mostrou que os eleitores norte-americanos de todos os matizes políticos acreditam que seu país está sendo invadido por estrangeiros ilegais.
Quase dois terços dos eleitores dos EUA veem o afluxo recorde de estrangeiros ilegais que atravessam a fronteira sul do país não apenas como uma crise, mas como uma "invasão", concluiu uma nova pesquisa do Rasmussen Reports.
A pesquisa divulgada na segunda-feira (8) mostra que 65% dos eleitores acreditam que seu país está sendo invadido. A maioria dos entrevistados em todas as categorias demográficas — incluindo 73% dos hispânicos, 74% dos negros, 63% das mulheres, 55% dos democratas, 80% dos republicanos e 70% dos eleitores com menos de 40 anos — concordou com a afirmação de que é "muito preciso" ou "um pouco preciso" chamar de invasão a enxurrada de travessias de migrantes ilegais. Apenas 15% dos adultos norte-americanos acreditam que "não é nada preciso".
Ainda mais eleitores, 72%, acreditam que a situação na fronteira é uma "crise". Da mesma forma, 70% dos norte-americanos, incluindo 63% dos democratas, consideram a segurança das fronteiras um interesse vital para a segurança nacional, mostra a sondagem.
Os resultados da pesquisa chegam em um momento em que a crise fronteiriça está pesando no índice de aprovação do presidente Joe Biden, enquanto ele faz campanha para a reeleição ainda neste ano. Uma pesquisa da Universidade de Monmouth divulgada no mês passado mostrou que apenas 26% dos adultos norte-americanos aprovam as políticas de imigração de Biden, enquanto seu índice geral de aprovação caiu para um mínimo recorde de 34%.
"Sejamos claros: o que está acontecendo na fronteira é uma invasão — a convite de Joe Biden", disse o senador Tom Cotton (republicano pelo Arkansas). A deputada Mary Miller (republicana pelo Illinois) que fez parte de uma delegação do Congresso que visitou os principais portos de entrada na semana passada, pediu aos legisladores que cortassem o financiamento ao governo até que a administração Biden garanta a segurança da fronteira.
Os oficiais da Patrulha de Fronteira encontraram mais de 300 mil imigrantes ilegais cruzando para os EUA em dezembro, um recorde histórico. As travessias ilegais aumentaram desde que Biden assumiu o cargo em janeiro de 2021 e começou a desmantelar as políticas de imigração do seu antecessor republicano, o ex-presidente Donald Trump.
A administração Biden está a caminho de ter mais de 12 milhões de registros de migrantes ilegais durante o seu mandato de quatro anos, de acordo com uma estimativa da Datahazard, em comparação com 4,76 milhões durante os anos Trump. Os agentes da Patrulha da Fronteira interceptaram 172 cidadãos estrangeiros que apareceram na lista de vigilância de terrorismo do FBI no último ano fiscal, em comparação com 14 combinados durante os quatro anos de Trump no cargo.
Trump, que é considerado o principal candidato presidencial republicano para as eleições de novembro, prometeu lançar a maior operação de deportação da história norte-americana se os eleitores o mandarem de volta à Casa Branca.
A senadora Marsha Blackburn (republicana pelo Tennessee) e outros legisladores republicanos salientaram que, embora a administração Biden implore, sem sucesso, para obter mais ajuda do México para abrandar o fluxo de migrantes, o presidente processou o estado do Texas por tentar ajudar a proteger a sua parte da fronteira. A administração lutou contra o estado em tribunal para remover as barreiras fronteiriças e processou o Texas na semana passada devido a uma nova lei que permite à polícia local prender migrantes por entrarem ilegalmente no país.
