Netanyahu diz que África do Sul apoia 'os novos nazis'; israelenses vão às ruas pedir 'eleições já'
16:57 13.01.2024 (atualizado: 22:02 13.01.2024)
© Foto / Twitter / ReproduçãoIsraelenses do partido People's Protest Haifa nas ruas para pedir a saída de Netanyahu, 13 de janeiro de 2024
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Neste sábado (13), milhares de manifestantes pediram eleições antecipadas para substituir o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, em um protesto em Haifa. Ao mesmo tempo, o premiê chamou a acusação sul-africana, de genocídio, contra Israel como sendo um "ponto moralmente baixo na história das nações".
Organizado por um grupo chamado People's Protest Haifa (Protesto Popular de Haifa, na tradução livre), o comício no Horev Center é o segundo grande protesto antigovernamental na cidade costeira do norte desde 7 de outubro, dia do ataque do Hamas ao território israelense.
Alguns participantes do comício, intitulado "Autorizado para publicação: Eleições já", planejam continuar andando de Haifa a outra cidade, Cesareia, para protestar perto da residência privada de Netanyahu.
O ex-ministro da Defesa, Moshe Ya'alon, acusa Netanyahu de criar as circunstâncias que permitiram ao Hamas lançar o ataque em outubro.
"A responsabilidade final do réu", disse Ya'alon em referência ao julgamento por corrupção do primeiro-ministro, "deve-se também à sua política insana que vê o Hamas como um trunfo e a Autoridade Palestina como um passivo. […] Ele tentou comprar Gaza e [o líder do Hamas, Yahya] Sinwar com malas de dinheiro, que o Hamas usou para se armar e se fortalecer e atacar as nossas cidades e matar os nossos cidadãos", acusou o ex-ministro de acordo com o jornal The Times of Israel.
🇵🇸⚡️🏴☠Protests in the occupied city of #Haifa against #Netanyahu
— War Reports (@cheguwera) January 13, 2024
Demonstrators in the occupied city of Haifa demanded the immediate holding of elections and the removal of Netanyahu. pic.twitter.com/629t9zaEd1
Protestos na cidade ocupada de Haifa contra Netanyahu. Os manifestantes na cidade ocupada de Haifa exigiram a realização imediata de eleições e a destituição de Netanyahu.
Também hoje (13), em uma coletiva de imprensa realizada no quartel-general militar de Kirya, em Tel Aviv, Netanyahu voltou a dizer que "ninguém vai parar Israel na guerra contra o Hamas".
"O que aconteceu em 7 de outubro não voltará a acontecer", disse o premiê acrescentando que a atualização do orçamento de 2024 do país, que será votada amanhã (14) – e que foi duramente criticada, segundo o jornal – "permitirá a continuação da guerra".
Ao mesmo tempo, o líder israelense afirmou que disse ao secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, no início desta semana, que "esta não é apenas a nossa guerra, esta é também a sua guerra".
O primeiro-ministro declarou que o "ataque hipócrita de Haia é um ponto moralmente baixo na história das nações", referindo-se às alegações de genocídio da África do Sul contra Israel na Corte Internacional de Justiça (CIJ).
"Os apoiadores dos novos nazis atrevem-se a acusar-nos de genocídio", diz ele, enquanto Israel está "travando uma guerra moral e justa sem precedentes contra os monstros do Hamas – os novos nazis".
"O antissemitismo ainda está vivo, mas o estatuto do povo judeu mudou – temos um Estado, um exército e soldados heroicos que protegem o nosso povo", complementou.
Petrória acusou Tel Aviv de genocídio contra palestinos na Faixa de Gaza ao deixar a população "à beira da morte". Israel rejeitou a acusação afirmando que a mesma era "falsa e grosseiramente distorcida".
Desde o começo das hostilidades entre Israel e Hamas, mais de 23 mil pessoas morreram e 7 mil estão desaparecidas. Dessas 23 mil, 70% são crianças e mulheres. Do lado israelense, há, ao menos, 1.139 mortos e cerca de 240 sequestrados