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Rússia sobre o apoio da Alemanha a Israel em Haia: 'Especialista em extermínio em massa de humanos'

© AP Photo / Ministério das Relações Exteriores da RússiaA representante do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, durante briefing sobre política externa, em Moscou, na Rússia, em 20 de janeiro de 2022
A representante do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, durante briefing sobre política externa, em Moscou, na Rússia, em 20 de janeiro de 2022 - Sputnik Brasil, 1920, 21.01.2024
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A Alemanha decidiu apoiar Israel no processo movido na Corte Internacional de Justiça (CIJ), em Haia, pela África do Sul que acusa o país de genocídio contra a população palestina, diante das mais de 25 mil mortes causadas pela guerra só na Faixa de Gaza.
Para a representante oficial do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, a decisão não é uma surpresa, já que o apoio "incondicional" ao país judeu é obrigatório na "ordem internacional baseada em normas" dos Estados Unidos. A declaração aconteceu neste domingo (21).
"A decisão do governo alemão não nos surpreende. Ela ocorre no contexto do apoio incondicional que Berlim sempre prestou a Israel, sem levar em consideração suas consequências", respondeu Zakharova.
Além disso, a representante oficial pontuou que "as elites políticas alemãs parecem ter feito um grande desserviço a Israel".
"Em uma declaração do governo relacionada, Berlim se refere à 'história alemã e ao crime contra a humanidade na forma do Holocausto', reivindicando-se assim como 'especialista' em extermínio em massa de seres humanos", indicou.
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Alemanha e a culpa histórica

Zakharova afirmou que as ações do governo alemão mostram o contrário de um "arrependimento ativo e admissão incondicional de culpa" com relação aos crimes de guerra do país, diante da recusa a pagar indenizações aos sobreviventes não judeus do cerco à cidade soviética de Leningrado (atual São Petersburgo). Além disso, há grande apoio alemão a Kiev.
Assim, Zakharova denunciou que "mais uma vez, como há 80 anos, nas ações do Berlim oficial, existe uma divisão das pessoas com base na nacionalidade, levada a um novo nível mais sofisticado".
"Berlim decidiu singularizar apenas uma parte de sua culpa histórica para com a humanidade — o Holocausto — e não considerá-la em sua totalidade, mas apenas do ângulo que lhe é favorável", explicou.
"É chocante e indignante que a maior parte dos crimes do Terceiro Reich, incluindo o extermínio de 27 milhões de cidadãos da URSS [União das Repúblicas Socialistas Soviéticas], não seja considerada pelas autoridades alemãs como motivo de arrependimento", acrescentou.
Para concluir, a representa oficial do Ministério das Relações Exteriores afirmou que o comportamento "inaceitável, ilegal e imoral" do país europeu pode ter consequências "muito graves" para o destino da própria Alemanha, bem como para a Europa e o mundo, "dada a experiência histórica contraditória deste país".
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Acusação de genocídio

Em 29 de dezembro, a África do Sul apresentou um pedido para iniciar um procedimento contra Israel na Corte Internacional de Justiça de Haia em relação a seus atos "de caráter genocida" cometidos na Faixa de Gaza e buscar a suspensão urgente da campanha militar israelense.
Israel rejeitou tais acusações durante as audiências. Já a Alemanha decidiu juntar-se ao processo como terceira parte e apoiou o país judeu. O porta-voz do governo alemão, Steffen Hebestreit, declarou na última sexta-feira (19) que seu governo "rejeita firmemente" as acusações de genocídio contra Israel.
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