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BNDES anuncia fomentos para desenvolver indústria naval brasileira

© Sputnik / Fabian FalconiAloizio Mercadante em evento de lançamento do BNDES Azul, no Navio de Pesquisa Hidroceanográfico Vital de Oliveira, em 24 de janeiro de 2024
Aloizio Mercadante em evento de lançamento do BNDES Azul, no Navio de Pesquisa Hidroceanográfico Vital de Oliveira, em 24 de janeiro de 2024 - Sputnik Brasil, 1920, 24.01.2024
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O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) lançou nesta quarta-feira (24) o BNDES Azul, uma iniciativa que potencializa os projetos marítimos já em andamento. Entre os focos do projeto estão aumentar os investimentos em pesquisas na Amazônia Azul e estabelecer uma indústria naval brasileira sustentável.
O evento, realizado no Navio de Pesquisa Hidroceanográfico Vital de Oliveira H-39, contou com a presença da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva; a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos; o ministro da Defesa, José Mucio; e o comandante de Operações Navais e diretor-geral de Navegação da Marinha, almirante de esquadra Wladmilson de Aguiar.
Aloizio Mercadante, presidente do BNDES, chamou a atenção para o fato de que 95% das exportações brasileiras são feitas por navios, algo próximo de R$ 1,5 trilhão de reais, e alertou que "nós não temos uma frota própria". Desse modo, o setor de transporte marítimo "tem que crescer rápido no país".

"Nós já tivemos uma indústria pujante de construção naval na década de 1970. Como que o país, um dos três do mundo que constrói e certifica avião, não vai fazer, ou não pode ou não deve fazer navios? Nós precisamos fazer navios."

Segundo Mercadante, o momento atual é uma janela única para posicionar o país na vanguarda da indústria naval mundial, por conta das necessidades tecnológicas demandadas pela transição energética.
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A Organização Marítima Internacional (OMI), agência especializada da ONU que regulamenta o transporte naval, está discutindo novas regras para o setor. Apesar de só ficarem prontas em meados de 2025, é esperado que a agência imponha multas a embarcações que utilizem combustíveis de origem fóssil.
Ainda não se sabe de quanto será a penalização, mas as previsões mais pessimistas indicam que pode ser de até US$ 500 (aproximadamente R$ 2,4 mil) por tonelada, para as embarcações sem combustíveis sustentáveis.

"Então o Brasil, que tem uma logística muito mais complexa que a Austrália para colocar seus produtos na China, vai perder competitividade, vai perder mercado", alertou Mercadante.

De acordo com o presidente do BNDES, a situação se apresenta como oportuna para o Brasil "reativar os estaleiros comerciais". "Em 2022, o BNDES liberou R$ 600 milhões para a construção naval. Em 2023 foi R$ 1,2 bilhão. Neste ano eu garanto que não será menos de R$ 2 bilhões."

"O Brasil […] tem muita especialidade em etanol, biocombustíveis, além de metanol verde, amônia verde, hidrogênio verde… […] O Brasil pode sair na frente e ocupar a liderança […]. Nós temos que voltar a produzir navio, mas o navio do futuro", afirmou.

O banco de desenvolvimento pretende atrair novas iniciativas a partir da redução dos juros cobrados e de linhas de crédito mais longas, que chegam a 34 anos para investimentos portuários.

"Somos um banco de fomento, nosso objetivo não é o lucro imediato. Ninguém chega em 34 anos no mercado. É um banco público que chega, e chega porque é paciente e porque seu compromisso é com o desenvolvimento do Brasil."

Planejamento Espacial Marítimo

Outro grande projeto do BNDES Azul, em parceria com a Marinha, é o Planejamento Espacial Marítimo (PEM), que vai mapear as potencialidades econômicas das águas marítimas brasileiras, como locais aptos para aquicultura, pesca, exploração de petróleo e gás, turismo e instalação de parques eólicos.
O evento foi marcado pela liberação de R$ 7 milhões para completar o mapeamento econômico dos mares da região Sul, e pela abertura de um edital de R$ 12 milhões para o mapeamento da região Sudeste. "Os interesses que estão nos oceanos, especialmente para um país com 8,5 mil de quilômetros de costa, são decisivos para o futuro", disse Mercadante.
A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, durante seminário que discute estratégias para a Amazônia Azul. Brasília (DF), 25 de setembro de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 27.12.2023
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"Nesse setor tão diversificado e interconectado como o marítimo, onde atividades como a navegação, a pesca, a exploração de recursos e a exploração de energias renováveis ocorrem simultaneamente, um arcabouço legal sólido é essencial para garantir a ordem e a proteção do serviço", afirmou Wladmilson de Aguiar, comandante de Operações Navais e diretor-geral de Navegação da Marinha.
"A ideia do PEM é mapear todas essas valências, todas as oportunidades e capacidades que a nossa Amazônia Azul tem em termos de recursos."

"A Marinha está fazendo o Plano Diretor do oceano e da costa brasileira", resumiu Mercadante.

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