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Maduro: EUA espionam a Venezuela a partir da Colômbia

© AP Photo / Ariana CubillosO presidente venezuelano, Nicolás Maduro, durante coletiva de imprensa no palácio presidencial de Miraflores, em Caracas, Venezuela, 30 de novembro de 2022
O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, durante coletiva de imprensa no palácio presidencial de Miraflores, em Caracas, Venezuela, 30 de novembro de 2022 - Sputnik Brasil, 1920, 29.01.2024
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O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, afirmou nesta segunda-feira (29) que a Agência Central de Inteligência (CIA), a Administração de Fiscalização de Drogas dos EUA (DEA, na sigla em inglês) e o Comando Sul dos EUA espionam o país a partir da vizinha Colômbia, para tentar neutralizar seu sistema de armas.

"Eles nos espionam, a CIA da Colômbia, a DEA da Colômbia, o Comando Sul da Colômbia tentam comprar mercenários, como já foi demonstrado, compram mercenários que conhecem os segredos dos nossos sistemas de armas para ver como neutralizá-los, e digo ao Comando Sul e digo ao Reino Unido que eles não serão capazes de nos derrotar. Nosso caminho é a diplomacia bolivariana de paz", afirmou Maduro durante seu programa de televisão Con Maduro+.

O presidente afirmou que isso acontece em meio à disputa entre a Venezuela e a Guiana pelo território de Essequibo, e que os Estados Unidos e o Reino Unido apostam em uma guerra entre as duas nações.
"A guerra não é uma opção, não é uma alternativa, quem quer a guerra entre a Guiana e a Venezuela? Os Estados Unidos da América, quem quer a guerra entre os Estados Unidos e a Venezuela? O Reino Unido, e não vamos dar a eles o prazer de sempre", comentou.
Os governos da Venezuela e da Guiana comprometeram-se na última quinta-feira (25) a continuar o diálogo sobre a região de Essequibo, no âmbito da primeira comissão mista de chanceleres e técnicos realizada no Brasil.
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Na ocasião, Caracas e Georgetown manifestaram seu compromisso com a Declaração de Argyle para o Diálogo e a Paz, quando em 14 de dezembro, Maduro e seu homólogo guianês, Irfaan Ali, concordaram, em São Vicente e Granadinas, que a Venezuela e a Guiana "não se ameaçarão direta ou indiretamente, nem usarão a força uma contra a outra em nenhuma circunstância".
Além disso, concordaram que qualquer litígio entre os dois Estados será resolvido de acordo com o direito internacional, incluindo o Acordo de Genebra de 17 de fevereiro de 1966.

EUA voltam a impor sanções à Venezuela

O governo dos Estados Unidos revogou parte do alívio das sanções contra a Venezuela que havia concedido ao país sul-americano no ano passado, depois que o Supremo Tribunal venezuelano anulou a candidatura de María Corina Machado, principal rival nas urnas de Maduro, para exercer cargos públicos durante 15 anos.
O Departamento do Tesouro deu prazo até 13 de fevereiro para que as empresas que realizam transações com a mineradora estatal venezuelana liquidem suas operações.
No sábado (27), o órgão norte-americano chamou a desqualificação de Machado de "inconsistente" com o compromisso do governo Maduro de realizar eleições presidenciais livres e justas. Washington sublinhou que reveria a política de sanções contra a Venezuela como consequência da decisão judicial e das recentes ações contra críticos do governo.

Complôs e planos de assassinato

Na semana passada, 32 pessoas foram presas pelas autoridades venezuelanas, acusadas de participarem de um complô para assassinar Maduro.
Na quinta-feira (25) Maduro declarou que os acordos com a oposição para a realização de eleições no segundo semestre deste ano estão "mortalmente feridos" após a descoberta do complô.
O chefe da delegação do governo venezuelano, Jorge Rodríguez, afirmou que o governo Maduro cumpriu o mecanismo estabelecido no âmbito do Acordo de Barbados e anunciou a criação de uma comissão para monitorar os acordos:

"Vamos fazer uma nova tentativa de sustentar o Acordo de Barbados apesar das tentativas daqueles que querem sair da via constitucional", disse Rodríguez na segunda-feira em referência às supostas conspirações contra o governo frustradas, entre maio do ano passado e nos primeiros dias de 2024.

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Acordos de Barbados

O governo venezuelano e membros da oposição de direita retomaram as negociações formais em Barbados, no Caribe, no dia 17 de outubro de 2023 com a assinatura de acordos parciais para promover direitos políticos e garantias eleitorais, bem como para proteger os ativos do país no exterior.
O Tesouro dos EUA anunciou, posteriormente, a emissão de licenças gerais por um período de seis meses, que permitem algumas transações com o setor de petróleo e gás da Venezuela e interação com a mineradora de ouro Minerven.
Além disso, o Tesouro suspendeu uma proibição secundária à negociação de determinados títulos soberanos, obrigações de dívida e ações da PDVSA. A flexibilização das sanções dos EUA contra a Venezuela não afetou os ativos congelados da petrolífera CITGO, bem como de empresas associadas à Rússia.
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