'Basta de punição coletiva', diz Lula sobre ataques em Gaza, em jantar na Embaixada da Palestina
15:30 09.02.2024 (atualizado: 17:25 09.02.2024)
© Foto / Ricardo Stuckert / DivulgaçãoO presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, planta uma oliveira na ocasião do jantar de que participou na Embaixada da Palestina em Brasília, em 8 de fevereiro de 2024
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a condenar os ataques de Israel na Faixa de Gaza, durante um jantar na Embaixada da Palestina em Brasília na noite de quinta-feira (8).
"É chegada a hora de dar um basta à catástrofe humanitária que se abateu sobre os mais de 2 milhões de palestinos que vivem em Gaza. Já são quase 30 mil mortos, em sua maioria crianças, idosos e mulheres indefesas. Mais de 80% da população foi objeto de transferência forçada, e os sistemas de saúde, de fornecimento de água, energia e alimentos estão em colapso. Basta de punição coletiva", declarou ele.
O evento foi oferecido pelo embaixador palestino no Brasil, Ibrahim Alzeben, em nome do Conselho dos Embaixadores Árabes no Brasil e dos embaixadores dos Estados-membros da Organização para a Cooperação Islâmica. Ao chegar, Lula plantou uma oliveira no jardim da embaixada.
O presidente brasileiro reiterou que o país condena veementemente os atos terroristas na região desde o início do conflito entre Israel e o grupo palestino Hamas, assim como a "reação desproporcional de Israel".
Por esse motivo, justificou ele, o Brasil se manifestou em apoio ao processo instaurado na Corte Internacional de Justiça (CIJ) pela África do Sul e, com vários chefes de Estado e de governo, em prol de um cessar-fogo, da libertação dos reféns e da criação de corredores humanitários para a proteção de civis.
© Foto / Palácio do Planalto / Ricardo StuckertO presidente Luiz Inácio Lula da Silva na ocasião do jantar de que participou na Embaixada da Palestina em Brasília, em 8 de fevereiro de 2024
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva na ocasião do jantar de que participou na Embaixada da Palestina em Brasília, em 8 de fevereiro de 2024
© Foto / Palácio do Planalto / Ricardo Stuckert
O chefe do Executivo brasileiro lembrou que há 75 anos o mundo aguarda uma solução para a "justa aspiração [dos palestinos] de um Estado próprio" e garantiu que o Brasil fará tudo o que estiver ao alcance para que a atual escalada de violência seja rapidamente interrompida.
Lula acrescentou que com esse espírito visitará em alguns dias a Liga Árabe, o Egito e a Etiópia, dois dos novos integrantes do BRICS, e participará da 37ª cúpula da União Africana.
"Rechaçamos todas as manifestações de islamofobia e antissemitismo. Não podemos permitir que a intolerância religiosa se instale entre nós. Árabes, muçulmanos e judeus sempre viveram em perfeita harmonia no Brasil, ajudando a construir o país moderno de hoje", disse ele no jantar.
Sobre as recentes denúncias contra funcionários da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados Palestinos (UNRWA, na sigla em inglês), Lula defendeu que sejam devidamente investigadas, mas que não sejam motivo para interromper as doações voltadas para a população em Gaza.
"O Brasil exorta a comunidade internacional a manter e reforçar suas contribuições para o bom funcionamento das suas atividades. Meu governo fará aporte adicional de recursos para a agência. Também continuaremos a trabalhar para que a Palestina seja admitida na ONU como membro pleno", concluiu ele.
Estiveram presentes no evento o vice-presidente, Geraldo Alckmin; os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, de Relações Exteriores, Mauro Vieira, e da Justiça, Ricardo Lewandowski; o assessor especial da Presidência Celso Amorim; e o ministro da Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta, além de representantes de países da América do Sul, da África e do Oriente Médio.