Kremlin: Putin usou fontes primárias para apoiar posição sobre a Ucrânia em entrevista com Carlson
11:21 11.02.2024 (atualizado: 11:27 11.02.2024)
© Sputnik / Gavriil Grigorov
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O presidente russo, Vladimir Putin, possui um profundo conhecimento da história e muitas vezes trabalha com documentos de arquivo, por isso usou fontes primárias para apoiar a sua posição sobre a Ucrânia na entrevista ao jornalista norte-americano Tucker Carlson, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, neste domingo (11).
"O presidente tem um conhecimento muito profundo da história e forma seu julgamento sobre a história com base em fontes primárias. Ele trabalha com frequência e extensivamente com documentos de arquivo [...]. E foram essas fontes primárias que ele escolheu para apoiar suas declarações sobre a Ucrânia", disse Peskov a um jornalista da Rossiya 1.
No início da entrevista, Putin deu a Carlson uma pasta com cópias de documentos de arquivo relativos à história russa e ucraniana, incluindo cartas de Bogdan Khmelnitsky, um nobre e comandante militar que historicamente controlava áreas do que hoje é a Ucrânia, lembrou o porta-voz, dizendo que a ideia de entregar os documentos foi do próprio presidente russo.
A entrevista pretendia tornar pública a posição e a ideologia de Putin aos norte-americanos comuns, explicou Peskov.
"Ele [Carlson] é um espelho da opinião pública norte-americana [...]. Ele estava sinceramente tentando entender e deu ao seu público a oportunidade de continuar esses esforços", acrescentou o porta-voz do Kremlin.
"Putin está enviando essa mensagem também para um público internacional, não apenas para os EUA [...]. Nem todo mundo quer ouvi-la. Podemos ver autoridades dos EUA chamando esta entrevista de inútil e desaconselhando fortemente sua visualização. Eles não querem que a verdadeira visão de mundo de Putin seja divulgada aos norte-americanos comuns", disse Peskov.
Apesar da oposição das elites ocidentais, o principal objetivo da entrevista – de Putin ser ouvido e visto – já foi alcançado com sucesso, acrescentou o porta-voz.
"Os números que vemos agora, os números das primeiras visualizações — todos excedem a audiência das emissoras mais bem avaliadas do mundo, e excedem significativamente", acrescentou.
Desde o início da operação militar especial da Rússia na Ucrânia, muitas emissoras e jornalistas ocidentais também pediram entrevistas com o presidente russo, mas não faz sentido que Putin fale com eles, pois não estão tentando transmitir informações equilibradas ao público em geral, explicou Peskov. Carlson é diferente dos demais nesse sentido, acrescentou o porta-voz.
Quando questionado sobre o conflito ucraniano, Peskov destacou mais uma vez que a Rússia prefere uma solução pacífica, especialmente tendo em conta que a sua decisão de lançar a operação militar especial foi uma "medida extrema" implementada depois de terem sido descartadas as possibilidades de quaisquer discussões sobre as suas preocupações legítimas na relação com a Ucrânia e o avanço da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) para o Leste Europeu.
