Dívida dos EUA vai ultrapassar US$ 54 trilhões na próxima década, afirma escritório de orçamento
06:41 15.02.2024 (atualizado: 10:47 15.02.2024)
© AP Photo / Carolyn Kaster
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O envelhecimento da população e o aumento das despesas com juros têm aumentado o endividamento do país.
A dívida nacional dos EUA poderá aumentar em US$ 19 trilhões (cerca de R$ 94,4 trilhões) durante a próxima década, ultrapassando a marca dos US$ 54 trilhões (aproximadamente R$ 268,4 trilhões), devido aos custos crescentes do envelhecimento da população e às despesas com juros mais elevadas, de acordo com o último relatório do Escritório de Orçamento do Congresso dos EUA (CBO, na sigla em inglês). A dívida ultrapassou US$ 34 trilhões (mais de R$ 169 trilhões) em dezembro.
Um fator-chave que provavelmente vai levar a um novo aumento da dívida nacional é o aumento acentuado do déficit federal, de acordo com o CBO, que prevê que o déficit anual aumente para US$ 2,6 trilhões (cerca de R$ 12,9 trilhões) em 2034, acima de US$ 1,6 trilhão (aproximadamente R$ 7,9 trilhões) deste ano, acrescentando US$ 18,9 trilhões (mais de R$ 93,9 trilhões) para a dívida nacional durante a década.
O diretor do CBO, Phillip Swagel, disse aos jornalistas na semana passada que os EUA continuam no bom caminho para acumular mais dívida como parte da sua produção econômica total em 2034 do que em qualquer outro momento da sua história. "A primeira mensagem das projeções é familiar: que a trajetória fiscal é assustadora. Por outro lado, é um pouco menos mau do que nas nossas projeções do ano passado", disse Swagel, citado pelo The New York Times.
As projeções do escritório de orçamento ocorrem no momento em que o Congresso enfrenta outro prazo no próximo mês para chegar a um acordo sobre a legislação de gastos federais. Os legisladores têm estado em um debate acalorado ultimamente sobre o fornecimento de mais ajuda à Ucrânia e a Israel.
Entretanto, as taxas de juros nos EUA dispararam para os máximos de duas décadas durante o ano passado, tornando os custos dos empréstimos um contribuinte significativo para a dívida nacional. De acordo com o CBO, os EUA vão gastar mais de US$ 12 trilhões (mais de R$ 59,6 trilhões) só em custos de juros de 2024 a 2034. O gabinete do orçamento alertou que a partir do próximo ano os custos líquidos de juros vão ser maiores como percentual da economia dos EUA do que em qualquer momento desde que o governo federal começou a manter registros em 1940.
"Também aumentam os déficits, duas tendências subjacentes: o envelhecimento da população e o crescimento dos custos federais de cuidados de saúde por beneficiário", afirmou Swagel. "Essas tendências colocam pressão ascendente sobre os gastos obrigatórios."
Os EUA ultrapassaram o limite máximo da dívida, legalmente fixado em US$ 31,4 trilhões (cerca de R$ 156,1 trilhões), em janeiro de 2023. Após meses de avisos de um incumprimento iminente e economicamente desastroso do Tesouro dos EUA, o presidente Joe Biden assinou em junho um projeto de lei bipartidário da dívida que suspendeu o limite até janeiro de 2025. Isto permitiu efetivamente ao governo continuar a contrair empréstimos sem limites até o próximo ano. A dívida aumentou para US$ 32 trilhões (mais de R$ 159 trilhões) menos de duas semanas após a aprovação do projeto de lei e tem vindo a se acumular desde então.
