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Israel convoca embaixador brasileiro após Lula comparar guerra em Gaza com o Holocausto

© AP Photo / Hatem AliPalestinos evacuam um prédio atingido por bombardeio israelense na cidade de Rafah. Faixa de Gaza, 22 de outubro de 2023
Palestinos evacuam um prédio atingido por bombardeio israelense na cidade de Rafah. Faixa de Gaza, 22 de outubro de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 18.02.2024
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Depois do presidente Luiz Inácio Lula da Silva comparar neste domingo (18) as mais de 28 mil mortes na Faixa de Gaza ao extermínio provocado por Adolf Hitler na Segunda Guerra Mundial, Israel anunciou a convocação do embaixador brasileiro em Tel Aviv.
A informação foi confirmada pelo ministro das Relações Exteriores do país, Israel Katz, que explicou que a autoridade que será realizada uma "chamada de reprimenda", que significa advertência ou censura forte.
"As palavras do presidente do Brasil são vergonhosas e graves. Ninguém prejudicará o direito de Israel se defender. Ordenei ao pessoal do meu gabinete que convoque o embaixador brasileiro para uma chamada de reprimenda amanhã [segunda-feira, 19]", declarou o ministro.
As declarações do presidente Lula também foram duramente criticadas pelo primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, na rede social X. "As palavras do presidente do Brasil são vergonhosas e graves. Isso torna trivial o Holocausto e prejudica o povo judeu e o direito de Israel de se defender. Comparar Israel ao Holocausto nazista e a Hitler é cruzar a linha vermelha", afirmou.
Na sequência, a Confederação Israelita do Brasil (Conib) publicou nota de repúdio e afirmou que o petista banalizou o Holocausto, quando mais de seis milhões de judeus foram mortos pelo regime de Hitler na Alemanha.

"O governo brasileiro vem adotando uma postura extrema e desequilibrada em relação ao trágico conflito no Oriente Médio, abandonando a tradição de equilíbrio e busca de diálogo da política externa brasileira. A Conib pede mais uma vez moderação aos dirigentes, para que a trágica violência naquela região não seja importada para o nosso país", alegou a entidade.

Trabalhadores das Nações Unidas e do Crescente Vermelho preparam a ajuda para distribuição aos palestinos no armazém da UNRWA em Deir Al-Balah, Faixa de Gaza, 23 de outubro de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 10.02.2024
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Mídia: na contracorrente do Ocidente, Brasil analisa doação para agência da ONU na Faixa de Gaza

'Um genocídio', diz Lula durante viagem à África

Durante coletiva de imprensa em Adis Abeba, capital da Etiópia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou os líderes dos países que cortaram a contribuição para a agência da ONU de assistência aos refugiados palestinos.
"O que está acontecendo na Faixa de Gaza não é uma guerra, mas um genocídio. O que está acontecendo na Faixa de Gaza com o povo palestino não existiu em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu. Quando Hitler resolveu matar os judeus", afirmou Lula durante uma coletiva no país africano por ocasião de sua visita à União Africana.
Durante agenda nos países africanos, Lula foi questionado sobre sua decisão de fazer novos repasses de recursos para a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Oriente Médio (UNRWA, na sigla em inglês) — responsável por alimentar, educar, dar saúde e moradia para milhões de refugiados palestinos não apenas na Faixa de Gaza, mas também na Cisjordânia, Síria, Jordânia e Líbano.
Presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva durante a cerimônia de abertura da 37ª Cúpula da União Africana, na sede da organização. Adis Abeba, Etiópia, 16 de fevereiro de 2024 - Sputnik Brasil, 1920, 17.02.2024
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A crítica de Lula sobre a descontinuidade do auxílio por parte dos países vem em um momento de calamidade na Faixa de Gaza em que o sistema de saúde da região se encontra em colapso e a ajuda humanitária muitas vezes não chega até os refugiados e vítimas civis do conflito entre Israel e o Hamas.
A ajuda à UNRWA foi interrompida quando Israel alegou que alguns de seus funcionários teriam participado dos ataques terroristas do Hamas contra civis israelenses no dia 7 de outubro do ano passado. A ONU se manifestou sobre a questão e abriu uma investigação.
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