Pedido de abertura de impeachment de Lula por crise com Israel já passa de 90 assinaturas na Câmara
17:33 19.02.2024 (atualizado: 17:45 19.02.2024)
© Foto / Palácio do Planalto / Ricardo Stuckert Presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva durante a cerimônia de abertura da 37ª Cúpula da União Africana, na sede da organização. Adis Abeba, Etiópia, 16 de fevereiro de 2024
© Foto / Palácio do Planalto / Ricardo Stuckert
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Em meio ao discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no último domingo (18), durante agenda na África, quando comparou a guerra provocada por Israel na Faixa de Gaza ao Holocausto, a reação da oposição no país foi imediata. Na Câmara, parlamentares começaram a se movimentar para pressionar pela abertura de um processo de impeachment.
Liderado pela deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), o pedido de abertura de impeachment contra o presidente Lula na Câmara já conta com 91 assinaturas. É o que informou a parlamentar no fim da tarde desta segunda-feira (19) na rede social X.
"Mais uma manobra diplomática gravíssima de Lula contra o Brasil, mais uma vez contra a vítima. Esta nova ação de Lula, após seu ataque imperdoável rechaçado pelo Estado de Israel, [...] pode romper definitivamente as relações diplomáticas históricas entre o único país democrático do Oriente Médio e o Brasil", disse a parlamentar.
A deputada ainda falou sobre o chamamento para consulta pelo ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, do embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zonshine. "Agindo dessa forma, o próximo passo seria tentar retirar os direitos diplomáticos de Daniel Zonshine, embaixador de Israel no Brasil. Se lula assim o fizer, o que não será surpresa neste ponto, ele estará abrindo definitivamente o caminho para o terrorismo entrar no Brasil", declarou.
Crise diplomática entre Brasil e Israel
Ainda na manhã desta segunda, o ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, disse que o país classificou o presidente Lula como "persona non grata" em Israel por conta da declaração do presidente comparando a ofensiva israelense em Gaza ao Holocausto. "Não esqueceremos e não perdoaremos. Esse é um grave ataque antissemita. Em meu nome e em nome dos cidadãos do Estado de Israel, informe ao presidente Lula que ele é uma personalidade indesejada em Israel até que se retrate", disse.
Na sequência, Lula convocou o embaixador do Brasil em Israel, Frederico Meyer, de volta para consultas. A crise diplomática começou no domingo (18), durante uma coletiva na Etiópia concedida no âmbito da visita à União Africana, quando Lula criticou as ações de Israel na Faixa de Gaza afirmando que "o que está acontecendo na Faixa de Gaza não é uma guerra, mas um genocídio".
"O que está acontecendo na Faixa de Gaza com o povo palestino não existiu em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu. Quando Hitler resolveu matar os judeus", disse o presidente. O conflito já provocou a morte de mais de 28 mil palestinos na Faixa de Gaza.