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Brasil diz que ataque em Gaza mostra que governo Netanyahu 'não tem qualquer limite ético ou legal'

© AP Photo / Mahmoud EssaCampo de refugiados palestinos totalmente destruído após constantes bombardeios promovidos pelas Forças de Defesa de Israel (FDI). Jabalia, Faixa de Gaza, 29 de fevereiro de 2024
Campo de refugiados palestinos totalmente destruído após constantes bombardeios promovidos pelas Forças de Defesa de Israel (FDI). Jabalia, Faixa de Gaza, 29 de fevereiro de 2024 - Sputnik Brasil, 1920, 01.03.2024
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Pelo menos 112 palestinos foram mortos em um ataque, atribuído às Forças de Defesa de Israel (FDI), contra pessoas que esperavam pela distribuição de comida na Faixa de Gaza. O governo brasileiro repudiou o atentado contra a população civil nesta sexta-feira (1º) e citou "inação da comunidade internacional" para conter o governo israelense.
Mais de 750 pessoas também ficaram feridas, por tiros, pisoteamento ou atropelamento, durante o ataque israelense, na região oeste da cidade de Gaza. A população aguardava a distribuição de ajuda humanitária, que desde o início do conflito, em outubro do ano passado, chega a conta-gotas. O Ministério das Relações Exteriores do Brasil publicou uma nota afirmando que a situação é intolerável e que "vai muito além da necessária apuração de responsabilidades pelos mortos e feridos".
"As aglomerações em torno dos caminhões que transportavam a ajuda humanitária demonstram a situação desesperadora a que está submetida a população civil da Faixa de Gaza e as dificuldades para obtenção de alimentos no território", acrescentou a pasta.
Para o governo brasileiro, a falta de ação internacional para conter a escalada do conflito na região serve "como velado incentivo para que o governo Netanyahu continue a atingir civis inocentes e a ignorar regras básicas do direito humanitário internacional". Além disso, lembrou que as declarações "cínicas e ofensivas às vítimas do incidente, feitas horas depois por alta autoridade do governo Netanyahu, devem ser a gota d'água para qualquer um que realmente acredite no valor da vida humana".
Manifestantes bloqueiam caminho da ajuda humanitária destinada à Faixa de Gaza no posto fronteiriço de Nitzana com o Egito, no sul de Israel, em 2 de fevereiro de 2024 - Sputnik Brasil, 1920, 29.02.2024
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'Excelente': após mortes de palestinos, ministro de Israel elogia ação e defende fim de ajuda a Gaza
"O governo Netanyahu volta a mostrar, por ações e declarações, que a ação militar em Gaza não tem qualquer limite ético ou legal. E cabe à comunidade internacional dar um basta para, somente assim, evitar novas atrocidades. A cada dia de hesitação, mais inocentes morrerão. A humanidade está falhando com os civis de Gaza. E é hora de evitar novos massacres", completa a nota do ministério.
Segundo a chancelaria brasileira, autoridades da Organização das Nações Unidas (ONU) e especialistas em ajuda humanitária de diferentes organismos já vêm "denunciando há meses a sistemática retenção de caminhões nas fronteiras com Gaza e a situação crescente de fome, sede e desespero da população civil", da qual pelo menos um quarto está perto da fome extrema, o que causa mortes por desnutrição e emaciação (magreza extrema).

Brasil reafirma repúdio à ação militar israelense

Nas últimas semanas, diante de fortes declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que chamou a ação militar do governo israelense de genocida e ainda comparou a situação ao massacre promovido pelo regime nazista contra os judeus na Segunda Guerra Mundial, o Brasil tem aumentado o tom contra a guerra de Israel e Hamas. Na nota emitida pelo Ministério das Relações Exteriores, o país reafirmou o "repúdio a toda e qualquer ação militar contra alvos civis, sobretudo aqueles ligados à prestação de ajuda humanitária e de assistência médica".
"O Governo brasileiro recorda a obrigatoriedade da implementação das medidas cautelares emitidas pela Corte Internacional de Justiça, em 26 de janeiro corrente, que demandam que Israel tome todas as medidas ao seu alcance para impedir a prática de todos os atos considerados como genocídio, de acordo com o Artigo II da Convenção para a Prevenção e a Repressão e Punição do Crime de Genocídio", finaliza, ao afirmar que há absoluta "urgência de um cessar-fogo e do efetivo ingresso em Gaza de ajuda humanitária em quantidades adequadas, bem como a libertação de todos os reféns".
Tropas das Forças de Defesa de Israel em meio a bairro totalmente destruído pelos bombardeios. Faixa de Gaza, 21 de dezembro de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 29.02.2024
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Em ataque atribuído a Israel, pelo menos 112 morrem em Gaza durante distribuição de comida
Após mais de quatro meses de combates e destruição de praticamente todo o território palestino, a guerra promovida por Israel já deixou mais de 30 mil civis mortos, dos quais 12 mil são crianças, além de desabrigar pelo menos 1,7 milhão de pessoas. A população da Faixa de Gaza é de cerca de 2,3 milhões.
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