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Tensão geopolítica: OTAN 'já tem botas no terreno na Ucrânia', afirma ex-agente da CIA

© AFP 2023 / Jonathan NackstrandSoldados ucranianos junto de instrutores da Companhia Norueguesa do 12º Distrito da Guarda Nacional 'Hegra', parte da Operação Gungne, durante treinamento com métodos de combate padrão da OTAN para aprimorar as capacidades militares ucranianas, ao norte de Trondheim, Noruega, em 25 de agosto de 2023
Soldados ucranianos junto de instrutores da Companhia Norueguesa do 12º Distrito da Guarda Nacional 'Hegra', parte da Operação Gungne, durante treinamento com métodos de combate padrão da OTAN para aprimorar as capacidades militares ucranianas, ao norte de Trondheim, Noruega, em 25 de agosto de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 03.03.2024
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Visto como um tabu e apesar dos avisos de Moscou sobre a questão, analistas têm comentado frequentemente que a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) já tem "botas no terreno" da Ucrânia, algo que muitos em todo o mundo afirmaram ser um gesto que traria consequências terríveis.
A OTAN já tem suas "botas no terreno" na Ucrânia, enfatizou o ex-oficial da CIA Larry Johnson durante uma entrevista recente ao podcast do juiz Andrew Napolitano, Judging Freedom (Julgando a Liberdade).

"Há norte-americanos lá, há forças da OTAN já no terreno na Ucrânia, sistemas operacionais que estão atacando a Rússia", disse Johnson.

Assim, Moscou está sinalizando que "isto deve parar, ou terão de pagar um preço", acentuou o veterano da CIA.
Neste ponto, Johnson descreveu o momento da última interceptação bombástica, as conversas alemãs sobre o conflito na Ucrânia, como longe de ser algo acidental.

Na sexta-feira (1º), a editora-chefe do grupo de mídia Rossiya Segodnya, da qual a Sputnik faz parte, Margarita Simonyan, publicou o texto e áudio de uma conversa entre quatro representantes da Bundeswehr discutindo um potencial ataque à Ponte da Crimeia com o míssil Taurus de fabricação alemã. A conversa, ocorrida no dia 19 de fevereiro, envolveu o brigadeiro-general Frank Graefe, chefe do departamento de operações e exercícios do Comando da Força Aérea em Berlim, o inspetor da Força Aérea Ingo Gerhartz e dois outros militares do centro de operações aéreas do Comando Espacial da Bundeswehr.

A DPA informou mais tarde que a conversa vazada entre generais alemães sobre questões de segurança relativas à Rússia e à Ucrânia, conduzida na plataforma CISCO Webex, era autêntica. Na sexta-feira, o jornal alemão Die Welt informou, citando soldados alemães, que a gravação estava circulando na Bundeswehr e que as autoridades a consideraram autêntica.

"A Rússia está confiante de que colocou a Ucrânia em fuga", especialmente com a recente libertação do reduto de Avdeevka, afirmou Larry Johnson no podcast. Ao mesmo tempo, de acordo com o veterano da CIA, a fuga de informação coincide com as observações feitas pelo presidente da Rússia, Vladimir Putin, durante o seu discurso anual sobre o Estado da Nação. Falando no dia 29 de fevereiro, Putin acusou o Ocidente de instigar a conflagração na Ucrânia, acrescentando que a campanha antirussa liderada pelos EUA "calculou mal e esbarrou na posição firme e na determinação de nosso povo multinacional".

Durante esse discurso, o presidente "avisou o Ocidente de que os ataques à Rússia não ficarão sem resposta e que corre o risco de uma escalada nuclear", sublinhou Johnson.
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Embora o fornecimento adicional de ajuda ocidental a Kiev esteja no limbo no Congresso dos EUA, as divisões sobre o apoio a Kiev estão aumentando o fosso entre o presidente francês, Emmanuel Macron, e o chanceler alemão, Olaf Scholz, disseram analistas políticos à Sputnik.
Macron proclamou recentemente em uma cúpula em Paris que "não havia consenso" sobre o envio de tropas terrestres para a Ucrânia de "maneira oficial", mas acrescentou que "nada foi excluído". Apesar de uma rápida onda de críticas, ele defendeu sua posição, alegando que suas palavras foram "pesadas, pensadas e medidas". Olaf Scholz rejeitou rapidamente a ideia, sublinhando que "não haverá soldados em solo ucraniano enviados para lá" por Estados europeus ou membros da OTAN.
O ministro das Relações Exteriores da França, Stéphane Séjourné, também interveio para descartar a condução de operações militares na Ucrânia, dizendo à emissora de rádio France Inter na sexta-feira (1º).
"Os franceses não morrerão pela Ucrânia. Não enviaremos tropas para o combate porque o quadro foi estabelecido, que é impedir a Rússia de vencer sem entrar em guerra com a Rússia. E nada está excluído neste quadro."
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Quanto aos EUA, o presidente Joe Biden pode considerar enviar pessoal do Exército dos EUA para a Ucrânia caso seja reeleito, sugeriu o bilionário norte-americano David Sachs na rede social X (antigo Twitter).
Para começar, Biden "se opôs ao envio de F-16, tanques Abrams e mísseis de longo alcance para a Ucrânia, alegando que poderia iniciar a Terceira Guerra Mundial", lembrou Sachs, acrescentando que "o único tabu que resta são as tropas terrestres".
Citando "revelações diárias de que as forças especiais da OTAN já estão a operar na Ucrânia", concluiu que Biden "sem dúvida" enviaria tropas terrestres para a Ucrânia "caso ganhasse um segundo mandato".
É preciso notar que os apoiadores obstinados de Kiev, como o primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, e o primeiro-ministro checo, Petr Fiala, declararam publicamente que não estão considerando enviar tropas. O secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, também foi citado como tendo dito que "não há planos para tropas de combate da OTAN no terreno na Ucrânia".
Moscou alertou repetidamente para o perigo de um conflito direto entre a Rússia e a OTAN se a aliança enviasse tropas para lutar na guerra por procuração do Ocidente na Ucrânia.
"O próprio fato de discutir a possibilidade de enviar certos contingentes de países da OTAN para a Ucrânia é um novo elemento muito importante", sublinhou o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, acrescentando que, "nesse caso, precisaríamos de falar não sobre a probabilidade, mas sobre a inevitabilidade [de um conflito direto]."
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