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Especialista militar: armas da OTAN são projetadas para 'manter a Ucrânia em suporte de vida'

© AP Photo / Efrem LukatskySoldado ucraniano armado com Javelin dos EUA na rua Kreschatik, durante um desfile militar para celebrar o Dia da Independência, em Kiev, Ucrânia, 24 de agosto de 2018.
Soldado ucraniano armado com Javelin dos EUA na rua Kreschatik, durante um desfile militar para celebrar o Dia da Independência, em Kiev, Ucrânia, 24 de agosto de 2018. - Sputnik Brasil, 1920, 04.03.2024
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O presidente da Ucrânia Vladimir Zelensky queixou-se aos seus patrocinadores ocidentais sobre o atraso nas entregas de armas. O veterano militar soviético e russo e jornalista militar Viktor Litovkin conta à Sputnik como Kiev se deixou ficar presa em uma posição estratégica pouco invejável.
Zelensky criticou no sábado (2) seus patrocinadores da OTAN, acusando-os de jogar "jogos políticos internos" em vez de aumentar o apoio militar muito necessário para Kiev.
Ele fez os comentários no contexto do impasse em Washington em relação ao novo apoio militar dos EUA para a Ucrânia de US$ 61 bilhões (R$ 302 bilhões), a que a Câmara dos Representantes com a maioria republicana prometeu se opor até que mais seja feito para enfrentar a crise na fronteira sul dos EUA e a menos que a ajuda seja fornecida sob a forma de empréstimo.
Kiev recebeu mais de US$ 265 bilhões (R$ 1,3 trilhão) em ajuda militar e econômica estrangeira até o momento, com o Instituto de Kiel para a Economia Mundial rastreando cerca de € 115 bilhões (R$ 617 bilhões) apenas em assistência com armas – o que é mais de uma vez e meia todo o orçamento de defesa da Rússia em 2023.

"Nada vai ajudar a Ucrânia […] mas mantê-la em suporte de vida é possível, inclusive através do fornecimento de armas e munição ocidentais e assim por diante", disse Litovkin, coronel aposentado do Exército russo e soviético sobre os comentários de Zelensky.

Comparando as autoridades ucranianas a um paciente em estado terminal, o especialista enfatizou que a aliança ocidental e seus clientes não têm a capacidade de infligir uma derrota estratégica à Rússia.
"A contraofensiva do ano passado falhou por uma razão simples: porque, em primeiro lugar, foi baseada nas táticas da OTAN, na doutrina operacional da OTAN e de acordo com os regulamentos da OTAN. A OTAN nunca lutou com um exército de igual força e poder, e não está em condições de superar poderosas defesas em camadas profundas e campos minados de grande escala", explicou ele referindo-se às posições defensivas russas de várias camadas estabelecidas em Zaporozhie, Kherson e Donbass no final de 2022 e início de 2023.
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"Não importa o quanto e quem Zelensky critica, ficou claro desde o início que era inútil para a Ucrânia lutar contra a Rússia, porque a Rússia tem uma poderosa indústria de defesa, um poderoso Exército, enquanto a Ucrânia saqueou sua indústria de defesa e se destruiu", acrescentou Litovkin, apontando que a vasta base industrial de defesa com a qual Kiev ficou após o colapso da URSS foi desgastada nas últimas três décadas.
Em relação às queixas de Zelensky de que a OTAN não está fornecendo a "quantidade necessária de armas", Litovkin disse que esse é o caso "por uma razão simples: porque não é a Ucrânia que está em guerra com a Rússia, mas a OTAN e os Estados Unidos. Sua tarefa não é 'derrotar' a Rússia, mas arruinar a Rússia, enfraquecer a Rússia. Portanto, a Ucrânia recebe armas com base no princípio de 'alimentar o cão para que ele não morra de fome', mas pode latir alto e morder dolorosamente. Nada mais é exigido de Kiev. O fato de que soldados e oficiais ucranianos estão morrendo – o Ocidente não se importa com eles, eles não são deles".
"O regime de Kiev é apenas um instrumento nesta guerra. Portanto, sua dependência do Ocidente é crítica", concluiu o especialista militar.
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