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Analista: ideias de Macron não têm apoio da maioria dos franceses, ele quer voltar à França imperial

© AFP 2023 / Yoan ValatO presidente francês Emmanuel Macron faz um discurso durante uma cerimônia para comemorar o 80º aniversário do Conselho das Instituições Judaicas Francesas no Palácio do Eliseu, em Paris, em 18 de março de 2024
O presidente francês Emmanuel Macron faz um discurso durante uma cerimônia para comemorar o 80º aniversário do Conselho das Instituições Judaicas Francesas no Palácio do Eliseu, em Paris, em 18 de março de 2024 - Sputnik Brasil, 1920, 19.03.2024
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Nas últimas semanas, o presidente Emmanuel Macron concedeu uma série de declarações polêmicas sobre o conflito na Ucrânia e o que deveria ser a resposta europeia para o caso. Para colunista, Macron retrocede aos "dias imperiais" da França.
O colunista e cartunista político Ted Rall juntou-se ao programa A Hora Crítica da Sputnik para discutir o caso de Macron, seus comentários sobre o conflito em Donbass e se a megalomania do presidente francês beira o patológico.
"Uma das coisas que eu costumava dizer durante os primeiros dias da guerra contra o terrorismo era que os Estados Unidos deveriam seguir o exemplo da França, que na década de 2000, parecia ter aceitado o seu destino como potência pós-colonial e pós-imperialista, embora ainda fosse um país importante na Europa", afirmou Rall.
Enquanto grande parte do mundo ocidental caminhava para o neoliberalismo na década de 1980, com líderes como o presidente dos EUA, Ronald Reagan, e a primeira-ministra britânica, Margaret Thatcher, Paris seguiu na direção oposta, elevando o socialista François Mitterrand ao poder.
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O líder francês deixou um legado duradouro no país, investindo em infraestruturas, programas sociais e grandes projetos de construção. O seu foco nas preocupações internas foi largamente compartilhado na década de 2000 pelo presidente Jacques Chirac, que rejeitou o apoio francês à guerra no Iraque.
"Naquela época, a França parecia ter […] aceitado que o colonialismo era uma má ideia e que precisava redirecionar os seus recursos para longe do militarismo e mais para o seu próprio povo. Talvez ele [Macron] não tenha lido sua história. Talvez ele seja demasiado jovem para se lembrar daquele período glorioso em que a França, nas décadas de 1980 e 1990, foi capaz de começar a estabelecer uma importante rede de segurança social que criou universidades gratuitas e socializou cuidados de saúde e todo o resto para o seu povo. Mas ele parece ter esquecido tudo isso e está tentando voltar atrás", analisou o colunista.
Macron rompeu com a tradição de várias maneiras, implementando uma política econômica neoliberal e promovendo o militarismo francês estridente. Felizmente, segundo Rall, as suas ambições não são divididas com a maior parte do público francês.

"A boa notícia é que não creio que, o povo francês – quer estejamos a falar da direita populista, do partido de Marine Le Pen, ou da esquerda radical representada por Jean-Luc Mélenchon, ou outras pessoas –, não muitos franceses que estão dispostos a segui-lo neste caminho para a destruição. E, aliás, ele nem parece ter muita cooperação de outras potências europeias em termos de envolvimento direto para ir lutar contra os russos na Ucrânia", afirmou.

Rall insistiu que a maioria dos franceses está mais preocupada com as questões internas, como a economia, o desemprego e as questões demográficas, do que com o conflito em Donbass.
Além disso, o colunista afirmou que muitos franceses simpatizam com a posição de Moscou.
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"A Rússia não é um país distante para eles. Há muitos franceses que são descendentes, que são parentes dos russos. Houve uma enorme migração russa após a Revolução Russa para França e laços muito estreitos entre a Rússia e a França que remontam à era czarista."
Ao concluir, Rall ponderou que "acho que eles [o povo francês] entenderam e não querem se envolver em algo tão descaradamente provocativo".
No mês passado, o presidente francês sugeriu o envio de tropas da OTAN para a Ucrânia. Após ter a ideia rejeitada por fortes aliados como Alemanha e Polônia, Macron afirmou que "não é hora de ser covarde na Europa".
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