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Faixa de Gaza: após pressão internacional, Netanyahu diz que ação militar em Rafah não será imediata

© AP Photo / Hatem AliPalestinos desabrigados por conta dos bombardeios israelenses improvisam tendas em campo aberto em Rafah. Faixa de Gaza, 27 de fevereiro de 2024
Palestinos desabrigados por conta dos bombardeios israelenses improvisam tendas em campo aberto em Rafah. Faixa de Gaza, 27 de fevereiro de 2024 - Sputnik Brasil, 1920, 20.03.2024
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Em meio às críticas até do principal aliado na guerra contra o Hamas, os Estados Unidos, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou nesta quarta-feira (20) que os preparativos para iniciar uma operação militar terrestre na cidade palestina de Rafah "levarão algum tempo".
Por conta dos bombardeios que ficaram concentrados na região norte do enclave nos últimos cinco meses, mais de um milhão de palestinos foram obrigados a se deslocar para a localidade, que fica ao sul de Gaza. "Enquanto nos preparamos para entrar em Rafah, o que levará algum tempo, continuamos a operar com toda a nossa força", destacou Netanyahu.
O primeiro-ministro acrescentou que continuam a operar "em Khan Yunis, nos acampamentos do centro, eliminando e capturando altos funcionários do Hamas, como acabamos de fazer em Shifa, e eliminando centenas de terroristas".
Apesar disso, há relatos de intensos bombardeios já registrados na região, que também é a porta de entrada para a ajuda humanitária. Em toda a Faixa de Gaza, mais da metade da população vive em drástica situação de fome, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), que ainda acusou Israel de usar essa vulnerabilidade como arma de guerra.
Netanyahu ainda comentou sobre a recente conversa com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, a quem deixou claro que "é impossível alcançar a vitória sem que as Forças de Defesa de Israel (FDI) entrem em Rafah para eliminar os remanescentes dos batalhões do Hamas".
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O primeiro-ministro israelense acrescentou que deu o aval ao plano de operações das FDI na cidade palestina de Rafah e ressaltou que, em breve, também será aprovado o plano para evacuar a população civil das áreas de combate.
Netanyahu disse que Biden "pediu para apresentar as propostas de seu lado no campo humanitário e também sobre outros assuntos". E acrescentou: "Houve momentos em que concordamos com nossos amigos e houve momentos em que não concordamos com eles. No final, sempre fizemos o que é vital para a nossa segurança, e é isso o que faremos também desta vez."
Há dois dias, o primeiro-ministro israelense alertou durante uma reunião do conselho de ministros que a operação em Rafah será realizada em algumas semanas.

O que ocorre na Faixa de Gaza?

Em 7 de outubro do ano passado, o Hamas realizou um ataque sem precedentes contra o território israelense, quando mais de 1,1 mil pessoas morreram e outras 5,5 mil ficaram feridas, além de 253 reféns. Até o momento, pelo menos 100 já foram libertadas.
Em retaliação, Israel declarou guerra ao Hamas e iniciou bombardeios em Gaza, além de impor um bloqueio total ao enclave palestino, cortando o fornecimento de água, alimentos, medicamentos, eletricidade e combustível. Com isso, o enclave, que é uma das regiões mais densamente povoadas do planeta, com quase 2,3 milhões de habitantes, vive uma das mais graves crises humanitárias da história do Oriente Médio.
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Além disso, quase 32 mil pessoas já morreram na Faixa de Gaza por conta do conflito e 74 mil ficaram feridas. Rússia e outros países como o Brasil instam Israel e o Hamas a acordarem um cessar-fogo e defendem uma solução de dois Estados, aprovada pela ONU em 1947, como a única maneira possível de alcançar uma paz duradoura na região.
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