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Pressão de Macron para armar a Europa mostra urgência, mas também é perigosa, diz mídia

© AP Photo / Olivier MatthysEmmanuel Macron, presidente da França, fala durante coletiva da mídia em cúpula da União Europeia em Bruxelas, Bélgica, 15 de dezembro de 2022
Emmanuel Macron, presidente da França, fala durante coletiva da mídia em cúpula da União Europeia em Bruxelas, Bélgica, 15 de dezembro de 2022 - Sputnik Brasil, 1920, 16.04.2024
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Para o líder francês, o bloco europeu deve agir sozinho diante de seus interesses geopolíticos sem precisar se enfiar em parcerias para garantir sua própria segurança.
De acordo com a Bloomberg, o ataque sem precedentes do Irã a Israel no fim de semana (13) foi a prova mais sombria de que o diagnóstico de Emmanuel Macron sobre os desafios de segurança que a União Europeia (UE) enfrenta está correto.
Seu problema, no entanto, é não ter conseguido ainda o apoio dos eleitores franceses diante de sua retórica, ao contrário, Macron tem reunido ao redor de sua imagem a antipatia de alguns aliados, tanto no país como no exterior.

Na última quinta-feira (11), o presidente francês visitou uma fábrica de pólvora em Dordogne, na França, e discursou afirmando que "a Europa está pensando agora na sua própria defesa.[...] Esta foi uma verdadeira revolução nos últimos anos e é uma revolução que foi impulsionada pela França", afirmou.

Oscilando entre pacificador e provocador, Macron tem demonstrado querer tomar a liderança do bloco ante a crise ucraniana, e já na semana passada, sua administração retomou contato telefônico com a Rússia, mas ao não divulgar o conteúdo tratado entre eles gerou confusão e embaraço ante seus aliados, afirmou a mídia.
Ao passo que Macron afirma desejar o fim do conflito ucraniano, recentemente, depois de reunir líderes europeus no Palácio de Versalhes, recusou-se notoriamente a descartar a possibilidade de enviar tropas para o terreno na Ucrânia. Porém, ao invés de angariar apoio e tensionar as relações com a Rússia, em uma tentativa de dissuadir Moscou, fez com que os alemães e outros aliados europeus descartassem publicamente a ideia e assim minar qualquer ambiguidade que tivesse sido semeada.
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Ainda segundo a apuração, o baixo recrutamento francês também restringe as aspirações de grandeza militar de Paris. Comparativamente, enquanto a Rússia tem cerca de 1,15 milhão de militares — o que representa quase toda a população da vizinha Estônia — a França tem apenas 200 mil. No ano passado, a sua infantaria recrutou 3.000 homens a menos do que a meta de 16.000.
No mês passado, o ministro da Defesa da França, Sébastien Lecornu, instou a indústria armamentista do país a acelerar a produção de equipamento para a Ucrânia, ameaçando requisitar as empresas que descumprissem o ritmo desejado. Alguns membros da indústria ficaram surpresos com a repreensão pública uma vez que consideram que as suas fábricas já estão funcionando a todo vapor.
Os novos números do orçamento francês podem acabar minando o "esforço de guerra" de Macron. Na semana passada, o governo disse que o seu déficit será maior do que o previsto neste ano, precisando de mais € 10 bilhões (cerca de R$ 55 bilhões) de poupança, além do número já anunciado.
Ainda segundo a Bloomberg, a opinião pública francesa está se virando contra a manutenção do conflito ucraniano — caindo de 82% para 58% segundo dados do IFOP — algo que Macron colocou na vanguarda de sua campanha contra Marine Le Pen. As pesquisas mostraram ainda que a maioria do povo francês se opõe ao envio de tropas argumentado pelo presidente.
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