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Orientação 'pró-Israel' marca cobertura jornalística norte-americana da guerra em Gaza, diz mídia

© AP Photo / Hatem AliPalestinos inspecionam as ruínas de um prédio residencial após um ataque aéreo israelense em Rafah. Faixa de Gaza, 29 de março de 2024
Palestinos inspecionam as ruínas de um prédio residencial após um ataque aéreo israelense em Rafah. Faixa de Gaza, 29 de março de 2024 - Sputnik Brasil, 1920, 17.04.2024
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Imediatamente após a escalada do conflito israelo-palestino como resultado do ataque do Hamas no ano passado, alguns funcionários do The New York Times começaram a discutir se o jornal estava aderindo aos princípios da cobertura imparcial dos acontecimentos.
Os jornalistas do The New York Times (NYT) que cobrem a guerra de Israel em Gaza foram instruídos a limitar o uso do termo "genocídio" e a evitar a frase "território ocupado" ao descrever a terra palestina, de acordo com uma cópia do memorando do jornal obtido pelo The Intercept.
O memorando, que foi escrito pela editora de padrões do NYT, Susan Wessling, pelo editor internacional Philip Pan, e seus representantes, supostamente "oferece orientação sobre alguns termos e outras questões com as quais nós [o jornal] lutamos desde o início do conflito [palestino-israelense] em outubro [de 2023]".
Os autores do memorando também alertaram os repórteres do NYT contra o uso da palavra Palestina "exceto em casos muito raros" e do termo "campos de refugiados", que foram reconhecidos pela ONU e acomodam centenas de milhares de refugiados palestinos registrados.
O The Intercept citou fontes anônimas da redação do NYT que afirmaram que, embora o memorando seja apresentado como um esboço para manter princípios jornalísticos objetivos na reportagem sobre a guerra em Gaza, alguns dos conteúdos do documento mostram evidências da adesão do jornal às narrativas israelenses.
Quanto à advertência do memorando contra a utilização do termo "territórios ocupados" — que se refere aos assentamentos israelenses no território palestino, ela obscurece a realidade do conflito e alimenta as alegações de Washington e Tel Aviv de que o conflito começou em 7 de outubro, afirma uma das fontes à mídia.
"Você está basicamente retirando a ocupação da cobertura, que é o verdadeiro cerne do conflito. É como, 'oh, não vamos dizer ocupação porque pode fazer parecer que estamos justificando um ataque terrorista'", enfatizou a fonte.
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Segundo o guia editorial, "podemos articular por que aplicamos essas palavras [referindo-se a palavras como massacre, matança ou carnificina] a uma situação específica e não a outra? Como sempre, devemos nos concentrar na clareza e na precisão – descrever o que aconteceu em vez de usar um rótulo", apontou o guia.

O The Intercept analisou as coberturas do NYT, do The Washington Post e do Los Angeles Times entre 7 de outubro e 24 de novembro, e concluiu que o NYT descreveu as mortes israelenses como um "massacre" em 53 ocasiões e as mortes de palestinos apenas uma vez. A proporção para o uso de "massacre" pelo NYT foi de 22 para 1, mesmo quando o número documentado de palestinos mortos subiu para cerca de 15 mil no final de novembro.

Em 7 de outubro de 2023, o Hamas lançou um ataque com foguetes em grande escala contra o Estado judeu, levando o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu a declarar uma guerra em grande escala contra o grupo militante palestino. Israel iniciou então os ataques retaliatórios em curso, ordenou um bloqueio completo de Gaza e lançou uma invasão terrestre do território palestino com o objetivo declarado de eliminar os militantes do Hamas e resgatar os reféns feitos pelo Hamas durante o ataque de 7 de outubro. Mais de 33.700 pessoas já morreram devido aos ataques israelenses em Gaza até agora, segundo autoridades locais. O número de mortos no Estado de Israel atualmente é de cerca de 1.400.
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