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Novo míssil anunciado pelos EUA, Mako, é 'hipersônico' só no nome?

© Serviço de imprensa do Ministério da Defesa da Federação da Rússia / Acessar o banco de imagensSistema de mísseis hipersônicos Avangard em serviço ativo na região de Orenburgo, na Rússia
Sistema de mísseis hipersônicos Avangard em serviço ativo na região de Orenburgo, na Rússia - Sputnik Brasil, 1920, 18.04.2024
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Nomeado em alusão ao tubarão mais rápido do mundo, Mako, o mais novo míssil hipersônico norte-americano, anunciado nos últimos dias por seus desenvolvedores, Lockheed Martin e CoAspire, durante a exposição Sea Air Space 2024, promete maravilhas.
Entretanto especialistas militares levantaram dúvidas sobre seu real impacto. O foguete foi inicialmente desenvolvido para a Arma de Ataque Stand-in (SiAW, na sigla em inglês), da Força Aérea dos EUA, mas o contrato de US$ 705 milhões (cerca de R$ 3,5 bilhões) com a Northrop Grumman, anunciado em setembro de 2023, acabou não sendo firmado.
Até o momento sabe-se que o foguete é de combustível sólido e seria capaz de alcançar velocidades de Mach 5 (cinco vezes a velocidade do som). A arma tem 4 metros de comprimento, 33 cm de diâmetro, pesa 600 kg (incluindo uma ogiva de 59 kg) e tem alcance de pelo menos 300 km.
É compatível com a maioria das aeronaves táticas dos EUA, incluindo a F/A-18E/F Super Hornet, a EA-18G Growler, a F-22 Raptor, a F-16 Fighting Falcon e a F-35 Lightning II.
Comentando as especificações do foguete, observadores militares dos EUA destacaram que se armar o F-35 com até seis mísseis, o Mako proporcionará ao avião de guerra capacidades de combate únicas.
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"Se Mako for adquirido, uma arma hipersônica carregada internamente expandiria muito as capacidades do F-35", escreveu Stefano D'Urso para o portal The Aviationist.

Mas o projeto envolvendo o F-35 há muito tempo está envolvido em escândalos sobre custos inflados, e armar a aeronave com um conjunto de mísseis supostamente hipersônicos é visto como um bom argumento de venda por alguns observadores militares americanos.
especialistas russos afirmam que a apresentação do Mako deve ser recebida com cautela, pois ainda há "muitas incertezas" sobre o foguete, que ainda está em fase de testes.
Em entrevista ao site TWZ, Rob Osterhoud, da Lockheed Martin, evitou esclarecer o tipo de perfil de voo do Mako, bem como sua manobrabilidade, levantando suspeitas de que o foguete não é tudo o que se diz.
Membro correspondente da Academia Russa de Ciências de Foguetes e Artilharia, Konstantin Sivkov explicou à Sputnik que um míssil hipersônico executa manobras antimíssil em velocidades hipersônicas para evitar a interceptação:

"Ele segue uma trajetória quase balística, ou seja, ele manobra ao longo de uma trajetória. Não está claro se o Mako é capaz de manter velocidades 'hipersônicas' durante sua fase final de voo."

Também não foi esclarecido se o foguete manterá velocidades hipersônicas, atingindo Mach 5 durante a fase final do voo, avaliou Viktor Litovkin, coronel aposentado do Exército russo e analista militar. Do contrário, será facilmente alvo dos modernos sistemas de defesa aérea:

"Não se viu [o Mako] em ação ou durante os testes", disse. "Até agora os americanos não produziram mísseis hipersônicos. Eles testaram foguetes que voam a uma velocidade máxima de Mach 5. O Kinzhal, russo, voa a velocidades de Mach 10–12. Ele já provou ser eficaz. Vimos em ação na Ucrânia, quando destruiu instalações de armazenamento subterrâneas de concreto e obliterou sistemas de defesa contra mísseis Patriot fornecidos pelos EUA à Ucrânia em Kiev e Carcóvia."

Empresas de defesa dos EUA estão desenvolvendo vários projetos hipersônicos, mas nada que corresponda aos mísseis Kinzhal, Zircon ou Avangard, da Rússia, em termos de velocidade, potência e manobrabilidade foi apresentado até agora, de acordo com o interlocutor da Sputnik.

"Eles colocaram [o Mako] em exibição, mas isso não significa que será adotado para o serviço, não significa que vencerá a licitação [do Pentágono]. Isso depende não apenas da eficácia do foguete, mas também de seu preço, da adaptabilidade de certos tipos de equipamento militar e de haver concorrentes nessa área que sejam mais baratos e não menos eficazes," concluiu Litovkin.

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