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Referendo no Equador concede aos EUA maior poder sobre assuntos internos do país, diz socióloga
Referendo no Equador concede aos EUA maior poder sobre assuntos internos do país, diz socióloga
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Em entrevista à Agência Brasil, socióloga diz que a militarização da sociedade proposta no referendo, somada aos acordos militares firmados entre Quito e... 24.04.2024, Sputnik Brasil
2024-04-24T16:07-0300
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O referendo realizado no Equador, no último domingo (21), concede aos Estados Unidos maior controle sobre assuntos internos do país, além de aumentar a militarização da sociedade equatoriana. É o que afirmou a socióloga Irene León, diretora da Fundação de Estudos, Ação e Participação Social do Equador (Fedaeps).Em entrevista concedida à Agência Brasil, ela alertou que as medidas propostas pelo presidente equatoriano, Daniel Noboa, têm caráter mais midiático do que efetivo, e resultarão em uma militarização da sociedade.No domingo, 60% dos 13 milhões de eleitores registrados no Equador foram às urnas para responder a um questionário elaborado por Noboa, que trazia 11 questões. Entre as questões em que a maioria respondeu "sim", estavam as que permitiam às Forças Armadas do Equador atuarem como força complementar às políticas de combate à criminalidade e autorizam os militares a controlar vias de acesso a presídios do país.Segundo a socióloga, a militarização proposta no referendo, somada ao fato de que o governo equatoriano firmou acordos militares com os EUA, coloca em risco a soberania do Equador, uma vez que concede a Washington maior poder sobre o país.O governo equatoriano firmou dois acordos militares com os EUA em fevereiro deste ano. Os acordos firmados por Noboa foram elaborados ainda na gestão de seu antecessor no cargo, o ex-presidente Guillermo Lasso. Os acordos permitem parcerias entre os países no combate ao narcotráfico, mas muitos de seus pontos não foram divulgados pelo governo.O Equador vive uma crise de segurança por conta de gangues e facções criminosas que, entre outras coisas, promovem sequestros, ataques e explosões. Em 9 de janeiro, a onda de violência no país ganhou os noticiários internacionais após uma emissora de televisão ser invadida por criminosos durante a transmissão ao vivo de um telejornal. Logo após o ataque, Noboa declarou estado de emergência no país e decretou um toque de recolher às 23h.
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Referendo no Equador concede aos EUA maior poder sobre assuntos internos do país, diz socióloga
16:07 24.04.2024 (atualizado: 17:20 24.04.2024) Em entrevista à Agência Brasil, socióloga diz que a militarização da sociedade proposta no referendo, somada aos acordos militares firmados entre Quito e Washington, representa risco à soberania do Equador.
O
referendo realizado no Equador, no último domingo (21),
concede aos Estados Unidos maior controle sobre assuntos internos do país, além de aumentar a militarização da sociedade equatoriana. É o que afirmou a socióloga Irene León, diretora da Fundação de Estudos, Ação e Participação Social do Equador (Fedaeps).
Em
entrevista concedida à Agência Brasil, ela alertou que as medidas propostas pelo presidente equatoriano, Daniel Noboa,
têm caráter mais midiático do que efetivo, e resultarão em uma militarização da sociedade.
"As perguntas que foram colocadas amplificam essa possibilidade de que os militares possam atuar sem responsabilidade frente às leis do país. Amplia a capacidade deles também de atuação em questões que são civis", afirma a socióloga.
No domingo,
60% dos 13 milhões de eleitores registrados no Equador foram às urnas para responder a um questionário elaborado por Noboa, que trazia 11 questões. Entre as questões em que a maioria respondeu "sim", estavam as que permitiam às
Forças Armadas do Equador atuarem como força complementar às políticas de combate à criminalidade e autorizam os militares a controlar vias de acesso a presídios do país.
Segundo a socióloga, a militarização proposta no referendo, somada ao fato de que o governo equatoriano firmou acordos militares com os EUA, coloca em risco a soberania do Equador, uma vez que concede a Washington maior poder sobre o país.
"Porque está ligada a acordos internacionais que os governos, especialmente o último, vêm fazendo com os Estados Unidos. Esses acordos dão aos Estados Unidos o direito de controlar a terra, o mar, o ar, o ciberespaço e, mesmo, de ter tropas no Equador com o status diplomático, e regidas pelo status político do governo dos Estados Unidos", afirma León.
O governo equatoriano firmou dois acordos militares com os EUA em fevereiro deste ano. Os acordos firmados por Noboa foram elaborados ainda na gestão de seu antecessor no cargo, o ex-presidente Guillermo Lasso. Os acordos permitem parcerias entre os países no combate ao narcotráfico, mas muitos de seus pontos não foram divulgados pelo governo.
O Equador vive uma crise de segurança por conta de gangues e facções criminosas que, entre outras coisas, promovem sequestros, ataques e explosões. Em 9 de janeiro, a onda de violência no país ganhou os noticiários internacionais após uma
emissora de televisão ser invadida por criminosos durante a transmissão ao vivo de um telejornal. Logo após o ataque, Noboa declarou estado de emergência no país e decretou um toque de recolher às 23h.
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